Por iHUB 19 de janeiro 2023
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Veja como os indicadores de 2022 podem pautar o futuro do mercado em 2023

“Marés fortes” balançaram o “barco econômico” e o mercado financeiro do Brasil em 2022, especialmente em um ano de disputas políticas entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL) pela Presidência da República. Mas o que esperar do mercado em 2023?

O ano de 2022 representou um período de declínio, caracterizado pelo aumento dos preços de alimentos e bebidas, retorno dos casos de Covid-19 e deterioração da trajetória fiscal em termos de aumento de gastos e queda de receitas. No entanto, o cenário para o mercado em 2023 se encontra bastante incerto.

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Nessa perspectiva, observa-se a busca do pelo crescimento econômico, com a recuperação da renda e o crescimento dos salários reais relacionados ao mercado de trabalho brasileiro em 2022.

Mas, afinal, quais são as perspectivas para a economia brasileira e para o mercado em 2023? Para responder a essa pergunta, é preciso observar o rumo da inflação, dos juros, do faturamento das empresas e do mercado de trabalho ao final de 2022, que continuarão a nortear este novo ano.

2022 no espelho retrovisor

No início do ano, a recuperação econômica do Brasil na era pós-pandêmica foi forte e os gargalos da cadeia de suprimentos começaram a diminuir. 

Além disso, o otimismo se refletiu amplamente nos mercados globais, com os principais índices batendo recordes, como o caso do Ibovespa, indicador de desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, passando de 100 mil pontos em janeiro de 2022 para mais de 120 mil pontos em março do mesmo ano. 

Apesar da taxa Selic já se mostrar alta no início de 2022 (10,75%), a teoria sustentada era de que a inflação ocorreria de forma “transitória” e cairia à medida que a economia se normalizasse. 

Contudo, o mercado começou a cair em abril, encerrando o mês com queda de 10,10%, desencadeada pelos seguintes fatores: 

  • Inflação global ainda em alta, impactando o mercado em 2023;
  • Aumento “emergencial” da taxa de juros e sinais de recessão na economia norte-americana;
  • Preocupações sobre o crescimento da economia chinesa por causa dos sucessivos lockdowns;
  • Intensificação das tensões entre Rússia-Ucrânia.

Recessão à frente?

Embora uma recessão no Brasil pareça inevitável, é provável que seja leve em duração e profundidade. Por exemplo, o mercado de trabalho brasileiro vem apresentando uma resposta moderada, o que pode ser um ponto positivo para o mercado em 2023.

A retirada das medidas de distanciamento social permitiu que o setor econômico voltasse a operar em plena capacidade. Não é por acaso que, segundo o IBGE, a taxa de desemprego no Brasil em 2022 atingiu o menor nível desde julho de 2015, ficando em 8,3% no trimestre encerrado em outubro.

Por fim, o ciclo de alta da taxa Selic foi um dos mais rápidos da história, uma vez que o Brasil foi o primeiro país do mundo a subir os juros diante da alta inflação que se aflorava no horizonte, que poderá causar repercussões mais profundas em 2023. Tudo indica que o Banco Central deve manter uma postura rígida na política monetária, mantendo a Selic no patamar atual por um período mais prolongado.

Como indicado pelas teorias econômicas, os Bancos Centrais aumentam as taxas de juros quando desejam frear a inflação ou o ritmo da economia. Isso ocorre uma vez que, para a população, com juros mais altos, torna-se mais interessante investir do que adquirir algum bem, além disso, muitas das linhas de crédito do mercado utilizam da taxa de juros da economia como referência para sua composição, encarecendo assim o crédito, reduzindo portanto o consumo e por consequência a atividade comercial.

Com a redução da atividade comercial há menos circulação de dinheiro, menos comercialização de produtos e portanto menos arrecadação de impostos, fato que reforça a necessidade de se controlar os gastos públicos para não se gerar consequências ainda severas na economia como uma recessão.

Inflação continuará sendo um problema?

Para qualquer economia séria, controlar a inflação deve ser um objetivo fundamental, uma vez que há repercussões em todas as áreas da economia, indo do grau de investimento do país para o investidor extrangeiro, à crises sociais como a vista em países sul americanos (como Venezuela e Argentina).

O mundo ainda hoje passa por resquícios generalizados dos aumentos de preços resultantes da pandemia de Covid-19, lockdowns da China e da guerra da Ucrânia. 

Todos esses fatores somados resultaram em uma alta inflação no mundo inteiro que ainda em 2023 e 2024 mostram a sua potente inércia.

O maior desafio do governo brasileiro é, sem dúvida, conter essa inércia de inflação quetraz implicações tanto para a política monetária quanto para a atividade econômica. 

Segundo o primeiro Boletim Focus de 2023 o mercado já corrigiu suas expectativas sobre o IPCA para cima em todos os principais vértices (2023, 2024 e 2025), muito por conta das consequências esperadas sobre as atuais sinalizações do governo em relação às suas políticas de responsabilidade fiscal na conjuntura descrita.

Oportunidades de investimento 

Apesar da incerteza econômica e da volatilidade do mercado em 2022, ainda são esperadas oportunidades em 2023, especialmente para investidores de longo prazo que desejam investir tanto em renda fixa, como na bolsa de valores brasileira. 

Na linha da renda fixa, os investidores podem obter retornos consideráveis, assumindo pouco risco (ou nenhum, por poder tratar de títulos risk free do governo) investindo no Tesouro Direto/Títulos Públicos e, potencialmente, travando seus rendimentos em taxas de juros mais altas, com a possibilidade de, quando essas taxas finalmente caírem, obter liquidez com ganhos mais expressivos na venda por marcação a mercado antes do vencimento.

Já na linha de mercado de bolsa, apesar da perspectiva sobre ações ser um pouco mais imprevisível, toda a conjuntura política, fiscal, inflacionária, de consumo e de juros, forma-se a forte tendência de que os preços das ações ainda possam cair, principalmente das empresas que têm gestão estatal. 

São em momentos como este que aparecem as oportunidades de investimento, tanto no sentido da venda como da compra, a depender do momento e da estratégia do investidor.

Ao longo da história, uma boa gestão de carteira de ações tende a fornecer retornos superiores à renda fixa no longo prazo. O timing do mercado é complicado, mas as quedas de preços do ano passado permitiram que os investidores comprassem empresas com balanços sólidos e modelos de negócios sustentáveis com ​​preço/lucro mais atraente.

Em suma, embora as perspectivas do mercado em 2023 não pareçam promissoras, existem oportunidades específicas para os investidores diligentes aproveitarem. Como sempre, investir no que se conhece, diversificar adequadamente e comprar negócios de qualidade a preços razoáveis ​​ainda é a melhor estratégia.

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