Por Daniel Abrahao 31 de dezembro 2021
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Ano é marcado pelo recorde de 131 mil pontos na bolsa, mas termina com altas na inflação, Selic, Dólar e B3 no negativo; Fique por dentro da retrospectiva do mercado financeiro em 2021

Seguindo as projeções feitas no fim de 2020, o ano de 2021 trouxe mais dúvidas do que respostas, além de terminar com indicadores preocupantes referentes à inflação e a alta do dólar na véspera de um ano eleitoral, cuja expectativa é trazer ainda mais volatilidade para o cenário econômico. Porém, ao longo dos meses, a B3 registrou 44 novos IPOs, além de atingir 131 mil pontos, a maior pontuação para o índice na história, ainda no primeiro semestre.

No início de 2021, completamos um ano da pandemia no mundo, e a expectativa da economia brasileira era positiva. Porém, mesmo com a projeção melhor do PIB, que vale lembrar veio de uma base fraca em 2020, os demais números como inflação (IPCA), dólar e taxa de juros (Selic) tiveram uma aceleração fora das expectativas do final de 2020, desacelerando a economia nacional e gerando mais incertezas para 2022.

Abaixo, confira como devem fechar os principais indicadores em 2021:

  • PIB: +4,58%
  • IPCA: +10,4%
  • Taxa Selic: 9,25%
  • Dólar: R$ 5,70
  • Ibovespa: 105 mil pontos

Destaques positivos e negativos na economia

Depois de números ruins em 2020, ocasionados pelo surgimento da pandemia do novo coronavírus, o brasileiro viu a sua bolsa de valores, a B3, como a segunda bolsa que mais desvalorizou no ano, atrás apenas da IBC, bolsa de valores da Venezuela.

Veja os principais momentos da economia brasileira em 2021:

  • Aumento do Juros: O ano começou com taxa de juros de 2%, o menor valor da história e, passados 12 meses e sete aumentos seguidos, o Brasil possui uma taxa de juros de 9,25%, o maior valor desde 2017.
  • Crise Hídrica: Fatores naturais também contribuem, o racionamento e falta de abastecimento de água generalizado não se tornou realidade, mas o temor adicionou mais instabilidade à economia, já fragilizada.
  • Inflação: O aumento da inflação pode ser explicado por diversos fatores, dentre os mais importantes, estão: efeito direto da contração da produção global, Auxílio Emergencial, aumento do dólar. O mercado projeta uma inflação alta para 2022 na casa dos 5%. 
  • Desemprego – A taxa de desemprego no Brasil atingiu a marca de 14% da população economicamente ativa, o que representa 14,4 milhões de pessoas, segundo o IBGE. Este é o maior dado da série iniciada em 2012.
  • Vacinação – A notícia positiva de 2021, apesar das dificuldades, o Brasil avançou na vacinação e criou uma forte expectativa em relação aos números, tanto que em meados do ano o Ibovespa atingiu a máxima histórica de 131 mil pontos, o que não se sustentou por outros fatores citados acima.
  • Intervenção na Petrobrás – Historicamente, as empresas estatais sofrem com o risco de intervenção e em 2021 não foi diferente, logo nos primeiros meses e mesmo antes da gasolina chegar a R$7,50 em algumas regiões do país. O episódio fez as ações da Petrobras caírem mais de 20%, e na sequência intervenção parecida afetou as ações do Banco do Brasil.

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Por que empresas brasileiras deixaram a B3 e apostaram na bolsa americana?

O movimento de grandes empresas nacionais abrindo capital na bolsa americana, principalmente a Nasdaq, é feito com objetivo de evitar as instabilidades políticas e econômicas que afetam os preços dos ativos com cotação na bolsa brasileira.

Em números, empresas listadas na Nasdaq têm valor de mercado superior a 10 trilhões de dólares, enquanto as listadas na NYSE – New York Stock Exchange – ultrapassam os 21 trilhões de dólares. Se comparado ao Ibovespa, vemos em números o motivo para as empresas brasileiras começarem com IPO nos EUA, visto que a Bolsa Brasileira tem valor de mercado em torno de 1,3 trilhões de dólares. 

Além disso, o controle acionário, permeado de complexos dispositivos regulatórios, faz com que mesmo após o IPO, os sócios consigam manter o controle da empresa, sendo assim, eles ficam mais seguros em IPO nos Estados Unidos.

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Quais efeitos da corrida eleitoral já são sentidos?

Anos eleitorais trazem volatilidade aos mercados, principalmente pelos discursos feitos na disputa de campanha. Na reta final do ano, pesquisas eleitorais já estão sendo divulgadas e elevam a expectativa para a disputa presidencial.

Porém, esses movimentos são cíclicos, e fazem parte do processo. Ainda são poucos os efeitos da corrida eleitoral no cenário econômico, e o mais importante é olhar os investimentos a longo prazo e ter na consciência os tipos de investimento que são do perfil do investidor.

No mercado financeiro existem algumas premissas, entre elas que incertezas geram instabilidades e, consequentemente, os maiores desafios para os investidores, que devem desde já começar, caso já não tenham revisto seus investimentos, a procurar ajuda de um profissional para entender as particularidades de cada investidor, além de selecionar os investimentos que mais se adequem a sua individualidade.  

*Este conteúdo teve a contribuição do assessor de investimentos da iHUB, Daniel Abrahão. 

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