Por iHUB 04 de outubro 2023
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Como o aumento dos juros afeta as economias emergentes ao redor do mundo, especialmente o Brasil

A movimentação dos juros dos EUA pode ser explicada de diversas formas. Porém, quando o governo federal americano gasta mais do que arrecada, se faz necessário “imprimir” mais dinheiro para cobrir esse déficit anual. A crise do coronavírus acelerou essa trajetória fiscal já insustentável, que aumentou ainda mais a inflação.

Portanto, para controlar a inflação, o governo aumentou as taxas de juros, abrandando a quantidade de dinheiro que circula na economia e reduzindo a procura agregada. Em outras palavras, a procura de bens e serviços diminuiu e os preços desses bens e serviços caíram. No entanto, o aumento das taxas de juros dos EUA não teve efeito apenas na economia local, mas também afetou o Brasil. 

Juros dos EUA e efeitos no Brasil

Bolsa de valores 

À medida que as taxas de juros dos EUA sobem, aqueles que investem em mercados emergentes para obter retornos mais elevados poderão investir em mercados mais atraentes dos EUA. Com a taxa de juros em elevação na nos EUA, a renda fixa americana passa a ser um forte atrativo para o investidor que busca a segurança de um título. 

Isto resultará em entradas maciças de capital para os Estados Unidos e num aumento das saídas de capital nos demais países, como no Brasil. Assim, para um país que tem mais da metade de investidores estrangeiros participando da Bolsa de Valores Brasileira, a B3, tal retirada de capital resulta em grandes quedas.  

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Câmbio 

As taxas de juros são um fator-chave na determinação do valor de uma moeda. Essencialmente, isto ocorre porque as taxas de juros mais elevadas numa determinada moeda oferecem aos investidores um retorno mais elevado em relação a outras moedas.

Num exemplo idealizado, quando as taxas de juros dos EUA sobem, os investidores são atraídos para o dólar e investem nele de forma mais intensa. À medida que mais investidores são atraídos, a procura pela moeda aumenta e o seu valor aumenta.

Isto leva a um grande aumento nas entradas de capital para os EUA e a um aumento significativo nas saídas em todo o mundo. No Brasil, isso faz com que o Real caia, como resultado do aumento dos preços dos bens importados. 

Combinado com o abrandamento do crescimento econômico, isto deixa as autoridades com decisões difíceis de tomar, à medida que tentam equilibrar a necessidade de controlar a inflação, mantendo, ao mesmo tempo, uma recuperação.

Inflação 

À medida que as taxas de juros dos EUA aumentam, os indivíduos que participam de mercados emergentes, como o Brasil, terão a capacidade de participar do mercado americano mais atraente.

A questão é que as taxas de juros do Brasil já são altas. Desse modo, novos aumentos podem reduzir significativamente a capacidade do governo em emprestar mais dinheiro e fazer a economia local rodar, o que levaria a um risco de recessão.

Em última análise, sem um aumento proporcional da restrição monetária na economia doméstica, o aumento dos custos da dívida esgota as reservas brasileiras, fortalecendo o dólar e levando a uma perda de equilíbrio, que tem possui parte de suas dívidas em dólar. 

Desaceleração econômica 

Enquanto as taxas de juros aumentam, as condições de empréstimo tornam-se mais rigorosas, isto é particularmente verdade nos mercados emergentes como o Brasil, que são vulneráveis ​​e dependentes de um contexto macroeconômico favorável. 

No entanto, estas ações podem ser difíceis de colocar em prática, uma vez que a manutenção dos preços internos e, ao mesmo tempo, a estabilidade externa pode levar a medidas difíceis de implementar, enfraquecendo ainda mais a recuperação do país.

Caso concreto de como os juros dos EUA afeta o Brasil 

O aumento precoce das taxas de juros dos EUA reduziu a inflação no país, mas aumentou as taxas de juros globais, o que levou muitos países a não pagarem os seus empréstimos. A crise da dívida que se seguiu foi prejudicial ao Brasil. 

Vale destacar que, a dívida em moeda estrangeira era de aproximadamente 25% do produto interno bruto até 1979, aumentou para mais de 50% do PIB, tornando-se impagável.

Como resultado, a crise financeira levou a uma queda significativa do PIB e a um aumento do desemprego e da pobreza, o que também interrompeu o ciclo de crescimento econômico que anteriormente era apoiado por financiamento externo.

Em suma, as decisões de política monetária, como o aumento das taxas de juros dos EUA, têm um efeito cascata em diversos países, como, por exemplo, o Brasil, sobretudo devido ao papel central do dólar na economia global. 

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