Por iHUB 08 de setembro 2023
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Saiba como a queda de juros afeta ou não a rentabilidade dos títulos de renda fixa

Os títulos pós-fixados são em maioria investimentos cuja rentabilidade está ligada às taxas de juros, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ou a Selic. Nesse sentido, a particularidade desses títulos é que o investidor não possui uma previsibilidade exata do rendimento, uma vez que o retorno final é diretamente dependente das flutuações do índice econômico ao qual o título está atrelado. 

Os títulos pós-fixados são uma alternativa atrativa para os investidores que visam um retorno superior ao da poupança e que aceitam um grau de risco um pouco maior. Em um contexto de crescimento dos juros, os títulos pós-fixados têm o potencial de produzir retornos superiores aos títulos prefixados. 

Diante de um cenário econômico cada vez mais incerto, com a Selic a 13,25% e o agravamento das previsões de inflação para os próximos anos, é vital que os investidores se preparem. Uma estratégia é destinar uma parcela significativa de sua alocação para ativos pós-fixados vinculados à inflação, ao CDI ou à própria Selic.

“Quando os juros estavam a 2%, um título pós-fixado rendia 0,2% ou 0,3% ao mês. Com juros altos, rende mais de 1%. Num cenário em que os juros caem para baixo de 10%, eles vão render menos de 1%. Dentro disso, a tendência é de que os pré-fixados sejam mais buscados no momento”, comenta Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos.

Além disso, de acordo com a XP Investimentos em relatório, “para o mês de agosto, houve mudança nos percentuais recomendados de renda fixa. […] No momento, privilegiamos a alocação via títulos de Renda Fixa mais curtos na classe Prefixada […] Aumentamos a alocação recomendada em renda fixa global, privilegiando títulos soberanos dos EUA, uma vez que as taxas destes títulos de prazos curtos estão consideravelmente elevadas. A redução em pós-fixados ocorreu visando privilegiar aumento (ainda que marginal) de risco e, portanto, potencial de retorno nas carteiras, devido ao cenário atual relativamente mais favorável.”

No mais, esses ativos tendem a proporcionar um rendimento superior ao da poupança ou de outros investimentos de renda fixa.

Principais títulos pós-fixados 

Dentro os títulos pós-fixados encontram os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), Certificados de Depósitos Interbancários (CDIs), Letras de Câmbio (LC), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Letras Imobiliárias (LCI) e Tesouro Selic. Para adquirir esses títulos, o investidor pode procurar bancos ou corretoras de valores.

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O Tesouro Selic, por exemplo, trata-se de um título pós-fixado de emissão do Tesouro Nacional com sua rentabilidade vinculada à taxa Selic. Este investimento é considerado um dos mais seguros no Brasil, visto que conta com a garantia do governo federal, possuindo o que chamamos de “risco soberano”, sendo o risco do país não pagar sua dívida.

Já os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) pós-fixados também são uma opção no universo dos títulos. Emitidos por bancos visando arrecadar fundos, a rentabilidade desses títulos é comumente indexada ao CDI, que segue de perto a taxa Selic. Outros exemplos são as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), também emitidas por bancos, e que, além de serem usualmente atreladas ao CDI, têm a vantagem de serem isentas de imposto de renda para pessoas físicas. 

Além disso, também existem as Debêntures, que nada mais são do que títulos de dívidas, isso significa que uma empresa que está precisando de dinheiro e abre essa opção para que as pessoas façam um “empréstimo”. Quando um investidor opta pelas debêntures, empresta seu dinheiro para uma empresa pagar uma dívida ou investir em um projeto e, no final, recebe tudo de volta e com juros. 

Existem as debêntures pré-fixadas, nas quais é possível saber qual é a taxa de juros anual do investimento, e as debêntures pós-fixadas, nas quais a taxa de rentabilidade pode estar atrelada a um índice como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ou a Taxa Selic.

Também é possível juntar as duas opções. Neste caso, para uma parte do investimento, já é definido o percentual de juros de retorno. Já a outra é vinculada a algum índice, como o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Outra opção são os Certificados Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados Recebíveis do Agronegócio (CRA), que são investimentos isentos de Imposto de Renda na pessoa física. Ambos são títulos que permitem que o investidor receba juros do responsável pela emissão do CRI e/ou CRA, enquanto empresta uma determinada quantia para o emissor. 

Dentro disso, quando chegar a data de vencimento do título, o investidor recebe o valor que emprestou. Os CRIs e CRAs são boas opções quando remuneram a CDI, a qual caminha praticamente em conjunto com a Selic.

Vale ressaltar, entretanto, que os títulos pós-fixados não garantem a mesma previsibilidade de rentabilidade que os títulos prefixados, se levados ao vencimento, uma vez que a rentabilidade dos títulos pós-fixados é vinculada a um índice econômico que pode variar com o tempo.

“Porém, ele é considerado o investimento mais ‘seguro’ porque evita a volatilidade da curva de juros futuros e não está suscetível a uma marcação à mercado. Além disso, o pós-fixado também apresenta uma liquidez maior e mais facilidade em resgatar o investimento com possíveis ganhos, afinal, ele normalmente rende diariamente”, comenta Cunha.

Esse tipo de título pode ser considerado de risco baixo, pois não possui o risco de taxa de juros, sendo o que ocorre com os títulos pré-fixados, quando os juros aumentam e eles passam a valer menos no mercado. 

Dica para investir em títulos pós-fixados

Apesar de sua rentabilidade estar vinculada a um indicador econômico que pode oscilar ao longo do tempo, apresentando algum nível de risco, os ativos pós-fixados costumam possuir um risco inferior ao dos ativos prefixados, pelo que já explicamos sobre o risco de taxa de juros. 

Portanto, os títulos pós-fixados podem ser uma boa escolha para investidores em busca de retornos maiores que os da poupança e que estão dispostos a assumir algum risco. 

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