Por Diogo Santos 20 de maio 2022
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Grupo já foi considerado o melhor do país na administração de recursos

Atualmente, o mercado financeiro global não está muito para amadores. Certamente, você sabe que passamos por uma crise que ainda sofre resquícios dos efeitos da pandemia do novo coronavírus, e que foram agravados mais recentemente com a guerra entre Rússia e Ucrânia.

A inflação nos Estados Unidos ultrapassou os 8% nos últimos 12 meses, maior valor em 40 anos, a inflação na Europa a cada dia se agrava com a guerra e o aumento do preço das commodities, principalmente gás e petróleo.

Além disso, existem problemas na cadeia de suprimentos vindas da China, que impacta a produção de muitos itens no mundo inteiro.

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Como navegar neste mercado de águas tão turbulentas?

Para saber esta resposta, conversamos com a Verde Asset, ela que atualmente faz a gestão de R$43 bilhões e, para muitos, é considerada a melhor gestora do país, devido principalmente à performance do famoso Fundo Verde que acumula quase 20.000% de rentabilidade desde 1997.

Segundo a gestora, os juros no Brasil já estão altos, pois começamos antes do mundo a fazer a lição de casa. Na visão da gestora, estamos no final do ciclo: “Pode ser que venha 50bps em junho e se for muito necessário de repente mais 0,25% em agosto”.

A expectativa para a inflação no Brasil é que fique entre 8% e 9%, a depender principalmente de alimentação e petróleo.

Na visão da gestora Verde Asset, o desemprego melhorou devido ao preço de mão de obra estar mais barato, assim existe uma projeção na atividade econômica de 1,2%, surpreendendo positivamente, e o mesmo valor para o ano que vem.

Alguns pontos são positivos para nossa economia como a relação dívida e PIB estar mais baixa do que o ano passado, em torno de 78%, mas ressalta que isso é devido ao aumento de commodities e inflação.

Portanto, o lado fiscal está equacionado no curto prazo devido aos fatores citados acima, mas gera preocupação com o futuro após a eleição.

Alguns candidatos têm manifestado a intenção constante do governo aumentar os gastos e discursos de subir o teto dos gastos, ou mesmo extinguir ele, traz volatilidade e incertezas que vão depender do próximo presidente.

Para a Verde Asset, a Selic deve encerrar o ano por volta 13,25%, e as primeiras medidas do próximo governo vão ditar a velocidade em que os juros devem começar a cair, pois os recentes aumentos realizados pelo Banco Central já devem trazer resultados na inflação em breve. Para 2023, a gestora espera uma inflação de 4,5%.

Ainda existe um cenário de risco para medidas populistas que podem cortar impostos ou aumentar os gastos. Por enquanto, o teto de gastos está segurando esses avanços e até as coisas ficarem claras deve haver muita volatilidade.

É preciso salientar que o país não cresce em termos de PIB há cerca de 10 anos.

Diante disso, como a gestora tem posicionado seus fundos no mercado acionário internacional e nacional? Quais empresas são as preferidas pelos gestores?

Internacional

Geralmente, as ações precificam antes os aumentos das taxas de juros, e isso está sendo visto nas fortes quedas de muitas empresas, principalmente as de growth (crescimento) no mercado americano.

Assim, com as recentes quedas do S&P, já é possível migrar um pouco das posições de Value – empresas de valor – para growth.

Confira como está alocada a carteira do Fundo Verde Mundi

Atualmente, o fundo controlado pela gestora Verde Asset, está concentrado entre 10 e 15 empresas, com participação de 5% a 15% de cada uma delas.

A gestora explica que não há definição geográfica nem de setor, mas o que tem acontecido é uma concentração maior nos Estados Unidos por uma questão de governança e de oportunidades.

Por conta da guerra muitas empresas europeias se desvalorizaram e entraram em patamares nunca visto na história, como a Louis Vuitton. Mesmo estando na Europa sua distribuição é mundial e por isso acaba não sendo tão prejudicada com a guerra, o ultra luxo continua consumindo independente da crise.

Cerca de 38% do Verde Mundi está investido em empresas de tecnologia que não são tão afetadas pela alta dos juros como, Microsoft, Alphabet, Dell etc.

Consumo discricionário é o segundo maior setor da carteira do fundo com 15%. A rede de supermercados americana chamada Dollar General e Louis Vuitton encabeçam esta lista.

Outros 10% do portifólio estão alocados em: Coca Cola European, que é uma engarrafadora da Coca Cola, Mondelez, um pouco em empresa de telecom e comunicação com Celnex que é mais uma empresa europeia.

Em Real State, o fundo carrega há mais de uma década na carteira Reits alemães. Os Reits são similares aos nossos Fundos Imobiliários, por lá existe um benefício tributário que incentiva a construção civil desde a época da segunda guerra mundial.

Outros 7% da carteira do fundo está alocada no setor de Healt Care com a empresa Roche, além de um pouco de commodities com a empresa Freeport, mineradora de cobre.

A Verde Asset estabelece a escolha dos seus ativos de fundos baseada em um tripé que envolve a área de riscos, primeiro simulando cenários de estresse.

O que aconteceria com a carteira dos fundos em caso de uma nova pandemia? Qual o impacto na carteira dos fundos caso os Estados Unidos aumentem a taxa de juros muito além do esperado? São perguntas que preparam os gestores para todos os cenários.

Outro pilar do tripé é o viés macro, que faz parte do DNA da gestora que tem como o seu maior nome o gestor Luis Stuhlberger, muito famoso pela clareza em ler cenários macros desafiadores.

E por último está a expertise da análise microeconômica das empresas escolhidas, em que o value investing é o norte para a escolha dos papeis.

O Fundo Mundi Prev utiliza 40% da carteira do mundi, descrita acima, com exposição cambial e os outros 60% estão distribuídos em uma matriz de renda fixa, que hoje está mais concentrada em NTN-Bs.

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Ações Brasil

Veja as empresas que a Verde Asset está investindo no Brasil.

Segundo a gestora, o Fundo Long Biased, que compra ações brasileiras, pode ficar investido de 50% a 100% do seu patrimônio líquido, e atualmente está próximo de 90% do PL alocado devido a Verde compreender que existem boas oportunidades de compra na bolsa brasileira.

O principal setor da carteira do fundo é o de consumo, com cerca de 40% do PL.

Este valor está diversificado entre 10 e 12 empresas que são líderes no setor que atuam, como Vibra Energia (BRDT3), Natura (NTCO3), Grupo Soma (SOMA3), Assai (ASAI3), Grupo Mateus (GMAT3), Localiza (RENT3), Vivara (VIVA3), Smart Fit (SMFT3) entre outras.

O segundo maior setor da carteira é o de energia, com 26% do portifólio.

O principal case é a Equatorial (EQTL3). A empresa já está há mais de uma década no portfólio da gestora, e segundo a Verde, depois de aprovado o projeto de Marco do Saneamento, a equatorial está entrando neste segmento e a visão é positiva. Por isso, a posição vem aumentando no fundo,com Ômega (MEGA3) e Energisa (ENGI11) completando as empresas deste setor.

Terceiro maior setor na carteira do fundo é o de papel e celulose, que ocupa 12% da carteira.

O nome de destaque para este setor é o da Susano (SUZB3). A Verde considera a companhia como a melhor empresa de papel e celulose do mundo, ainda mais no Brasil que possui uma geografia que favorece muito o crescimento do eucalipto.

Além disso, a gestora diz que a empresa tem melhorado a eficiência de produção, mas o principal atrativo é o fato de ser uma empresa que tem custos em real e receita em dólar, assim qualquer agravamento de crise acaba desempenhando um papel defensivo.

O quarto setor mais importante do fundo é o de saúde, com cerca de 10% do PL.

A principal empresa deste setor para a Verde é a Hapvida (HAPV3). Segundo a gestora, a empresa ainda está em processo de integração da fusão, então tem muita sinergia para destravar.

A Hapvida também oferece planos de saúde com preços muito baixos em um momento em que a população está perdendo renda. Por isso ocorrem migrações de planos de saúde dos mais caros para os mais acessíveis.

Segundo a Verde, a partir da fusão, a distribuição ficou maior e estão conseguindo atingir cada vez mais cidades do país. Antes de encerrar, a gestora cita outra empresa que compõe o setor de saúde do fundo, a Sulamérica (SULA11) em torno de 3%.

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