Por Diogo Santos 20 de janeiro 2022
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Entenda as principais razões que levam as empresas a recompra de ações

O ano de 2021 foi marcado pela volatilidade nos mercados, com os investidores assistindo o Ibovespa atingir o pico em cerca de 130 mil pontos em junho, mas encerrar o ano por volta dos 104 mil pontos em 30 de dezembro.

Vários fatores podem ter influenciado essa performance ruim da bolsa, porém, alguns deles são consenso entre os analistas, como a alta da Selic, inflação, incertezas políticas e possibilidade de aumento da taxa de juros americana. Isso fez com que o Ibovespa se descolasse das principais bolsas internacionais encerrando o ano no campo negativo.

Diante deste cenário muitas empresas da bolsa como Via, Magazine Luiza, CSN, Bradesco, entre outras têm anunciado programas de recompra de ações, isso ocorre quando a empresa compra suas próprias ações na bolsa. 

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Afinal, quais são os motivos que levam as empresas a fazerem programas de recompra de ações?

Existem vários motivos, de maneira geral essa é uma forma que a empresa encontra para beneficiar ainda mais o acionista e ela faz isso quando entende que suas ações estão sendo negociadas muito abaixo do valor justo. Além disso, é uma sinalização que a empresa faz ao mercado de que acredita na capacidade do seu negócio.

É importante saber que programas de recompra são comuns e quando acontecem a principal informação que os analistas extraem é o seguinte raciocínio lógico. Partindo da premissa de que ninguém possui mais informações precisas e detalhadas sobre determinada empresa do que ela mesma, quando faz a recompra, a empresa sinaliza que está vendo algo que o mercado ainda não enxerga. 

Mas podemos tirar mais lições do que está acontecendo, como dissemos acima os programas de recompra são relativamente comuns e ocorrem vez ou outra com algumas empresas. Mas, segundo a CVM – Comissão de Valores Mobiliários – em 2021 foram realizados cerca de 108 programas de recompra, ante 75 em 2020, isso significa uma alta de 44%. 

Tantas empresas fazendo recompra juntas não é tão comum de acontecer e por isso, segundo os analistas, esse é um indicativo de que de maneira geral a bolsa está mais barata do que o mercado está precificando.

Para Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, a bolsa está muito barata. Segundo o analista, em uma média histórica de 15 anos a bolsa foi negociada a uma relação de 11,2x o preço das ações dividido por seu lucro, P/L, e hoje essa relação está em 7,6x, o que significa um desconto de 30% em relação à média.

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Não se pode levar em conta apenas esta informação para escolher a empresa em que deseja investir, muitos outros fatores devem ser analisados. Por exemplo, os fundamentos da empresa, o momento macroeconômico do país, mas sem dúvida este indicador deve ser considerado na hora da escolha.

Segundo regra da CVM, as empresas precisam informar ao mercado que vai fazer o programa de recompra, ela não é obrigada a comprar todas as ações anunciadas no programa e só pode comprar até 10% das ações em circulação. 

A boa notícia para o investidor é que as ações que a empresa possui em tesouraria não tem direito a receber dividendos, na prática isso significa que os acionistas receberão mais dividendos do que receberiam caso a empresa não tivesse recomprado.

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