Recessão nos EUA preocupa especialistas em Davos
Falas de Lula impactam o mercado e PIB chinês cresce abaixo do esperado
Na última semana, o Fórum Econômico Mundial reuniu grandes líderes, empresários e banqueiros centrais que discutiram, entre vários assuntos, a possível recessão econômica nos EUA em 2023.
Diante disso, o preço ao produtor recuou 0,5% em dezembro, encerrando o ano em +6,2%, e desacelerando em relação a junho, quando atingiu 11%. O Livro Bege mostrou que a atividade econômica e a inflação nos 12 distritos federais estão atualmente arrefecendo.
No continente europeu, a inflação na Região do Euro arrefece pelo segundo mês consecutivo em dezembro, subindo 0,6%, e encerrando o ano de 2022 em 9,2%, abaixo dos 10%.
Na China, o PIB cresceu 3% em 2022, abaixo da meta de 5,5% do governo chinês, ainda impactado pelos extensos lockdowns no país. Ao mesmo tempo, a produção industrial subiu 1,3% em dezembro, recuando frente a novembro, momento em que cresceu 2,2%.
Por fim, as vendas no varejo do país recuaram 1,8% em dezembro, a queda foi menor do que o esperado de -8,6%.
Cenário Local
A taxa de desemprego medida pelo PNAD baixou para 8,7% no 3T22, recuando desde o terceiro trimestre de 2020, quando atingiu 14,9%.
Além disso, as falas do presidente Lula sobre a independência do Banco Central e o efeito Americanas continuaram a pesar na bolsa brasileira. No entanto, o Ibovespa fechou no positivo com fluxo estrangeiro e valuation barato. O Ibovespa encerrou a semana em alta de 1% à 112 mil pontos.
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Nas pautas mais relevantes, a presença do Haddad em Davos, onde reforçou a mensagem de que o governo prevê o envio da proposta do novo arcabouço fiscal até abril. E ainda, a atenção sobre uma reforma do Imposto de Renda no segundo semestre após a primeira fase da reforma tributária também chamou atenção do mercado.
Sobre o salário mínimo, houve uma fala da ministra do planejamento, Simone Tebet, contrariando a ala política dizendo não haver espaço para elevação do salário mínimo para R$1.320,00. Lula fez críticas em relação à autonomia do Banco Central e o descompasso entre o IPCA e a Selic, mostrando um descontentamento a esta independência, e demonstrando a intenção de atuar ativamente pela mudança da meta de inflação, que acha muito audaciosa.
A semana seguiu refletindo os impactos em relação às inconsistências contábeis da Americanas. A empresa entrou com pedido de recuperação judicial no montante de R$43 bilhões na última quinta-feira (19/01). A empresa, com isso, acaba saindo dos índices de referência da B3.
Esta questão é bastante delicada e no final de semana, o grupo 3G (Lemann, Sicupira e Telles), enviaram uma carta onde demonstram que não sabiam do fato e ainda citam a auditoria, que não realizou os apontamentos. A cia. encerrou a semana perdendo -77,5% a R$0,71 e perdeu no ano 92,64%.
No campo positivo, commodities e petróleo, com expectativa de reabertura da economia Chinesa. O destaque positivo da semana é o Banco do Brasil, com 12,40% de alta, que houve confirmação de “payout” (O Payout, ou Payout Ratio, é a porcentagem do lucro que será distribuído aos acionistas por meio de juros sobre o capital próprio (JCP) ou dividendos) de 40% em 2023.
Serão 4 pagamentos realizados ao longo dos trimestres de forma antecipada e outros 4 pagamentos complementares efetivados após o encerramento dos trimestres. Sendo assim:
Fluxo estrangeiro
O fluxo estrangeiro para a bolsa, segue positivo no ano, sendo de entrada de R$ 7,82 bi em janeiro. Os 10 últimos pregões foram todos de entrada de capital.
Commodities e Câmbio
O barril de petróleo teve leve alta, enquanto commodities metálicas fecharam perto da estabilidade, com a proximidade do feriado do ano novo chinês.
O real desvalorizou devido ao estresse da curva de juros, apesar do leilão de linha do Banco Central (BC) de USD 2Bi na sexta-feira (20/01).
Juros
A curva de juros abriu com declarações de Lula sobre a independência do BC e reforma da tabela de Imposto de Renda, levando a inflação implícita para uma nova alta.
Renda Fixa
As taxas de renda fixa em títulos públicos subiram, reagindo à abertura da curva de juros e implícita maior. Assim como, as taxas nos créditos privados também voltaram a subir depois do caso Americanas. O mercado começou a exigir maiores spreads, principalmente em novas emissões de CP.
Perspectivas para a semana
Para a semana, o foco estará voltado para as notícias de Brasília, resquícios das declarações de Lula sobre independência do BC e reunião do conselho monetário federal. Ademais, o IPCA-15 de janeiro será o principal indicador macro.
Internacionalmente, o destaque será para a inflação dos Estados Unidos e balanços corporativos do 4T22. Na Europa, os dados da atividade econômica serão os principais indicadores macros. Além das discussões crescentes de recessão econômica nos países desenvolvidos.
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