Por iHUB 10 de novembro 2023
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Confira quais setores se destacam positiva ou negativamente nessa temporada de balanços das empresas

A temporada de balanços do 3º trimestre começou em 24 de outubro, com os resultados das Indústrias Romi (ROMI3) e Neoenergia (NEOE3) e se estenderá até meados de novembro. Dado que a situação global e interna continua desafiadora, impulsionada por cortes na taxa Selic, fraqueza econômica e riscos fiscais, os investidores estão tentando compreender o panorama completo dos balanços de empresas brasileiras no 3T23.

Antes de iniciarmos as projeções, vale ressaltar que os balanços de empresas são documentos que descrevem o desempenho financeiro e operacional das empresas listadas na B3 e são cruciais para os investidores que buscam formar uma carteira de ações que proporcione potencial de rentabilidade e geração de renda passiva com proventos.

Entendendo o cenário macro 

De acordo com Leonardo Piovesan, analista CNPI e fundamentalista na Quantzed, empresa parceira da XP Investimentos, os indicadores macroeconômicos apresentam um mau sinal sobre a temporada de balanços de empresas no 3T23

“Tem saído dados negativos de consumo, dados negativos de varejo e de atividade da indústria, de atividade econômica em geral, então o endividamento das famílias continua elevado”, afirma. 

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É importante notar que, de julho a setembro, a produção industrial permaneceu estagnada num contexto de altas taxas de juros, queda dos preços das commodities e desaceleração da economia global.

Já a inflação, medida pelo IPCA, voltou a acelerar, principalmente devido ao aumento nos preços dos combustíveis. Vale ressaltar que o IPCA é a referência para o regime de metas de inflação do Banco Central (BC).

No acumulado de 2023, o centro da medida perseguida pela autoridade monetária é de 3,25%. No entanto, conforme o último Boletim Focus, a estimativa é que o IPCA chegue ao fim do ano com um acumulado de 4,63%.

Para Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, essa temporada de balanços deve mostrar um resultado desafiador para as empresas alavancadas que dependem mais de juros, como as construtoras e varejistas. Segundo ele, as empresas desses setores podem apontar uma recuperação a partir do ano que vem.

“Os bancos também podem estar se recuperando, como foi visto no balanço do Itaú. As petrolíferas e mineradoras, mesmo com uma queda no minério e no petróleo, tendem a apresentar um resultado robusto junto dos bancos”, comenta o especialista.

Perspectiva para as varejistas

A XP afirma em relatório que será mais um trimestre de desafios para as varejistas. “No geral, esperamos um terceiro trimestre fraco para o setor, possivelmente sendo o ponto de inflexão de resultados para as varejistas, uma vez que o quarto trimestre deverá contar com bases de comparação fáceis, clima favorável e uma melhora marginal do cenário macro (inflação e taxas de juro mais baixas)”.

Apesar disso, alguns analistas acreditam que as demonstrações financeiras das empresas varejistas poderão apresentar excedentes positivos, mas isto não é necessariamente indicativo de operações bem sucedidas, mas principalmente devido à falta de dados comparáveis.

Segundo o estrategista de investimentos da Nomos, Max Bohm, a situação é considerada difícil para o varejo, com grandes volumes de estoque, margens estreitas e baixas vendas gerais. Como resultado, para Bohm, uma melhora nos balanços de empresas terá um efeito limitado.

Setor financeiro no radar

O trimestre anterior teve um impacto significativo neste setor, afetado negativamente pelo aumento das taxas de inadimplência, o que consequentemente reduziu os lucros. Contudo, houve um ponto de inflexão da inadimplência, indicaria o limiar para uma mudança de direção e o início de um ciclo positivo para o setor.

Segundo Alan Martins, analista da Nova Futura Investimentos, o setor financeiro deverá ser a grande estrela do terceiro trimestre. “Eu vejo os bancos com potencial de bons resultados são os bancos. Acredito que o setor financeiro pode surpreender com boas notícias, até porque, lá fora, os resultados dos bancos têm vindo muito bons e acima das expectativas. Então, acredito que possa ser também um resultado interessante para nós aqui.”, afirma. 

Petrolíferas em destaque 

É unanimidade a previsão positiva dos balanços de empresas de petróleo, sendo Petrobras (PETR3, PETR4) e Prio (PRIO3) as principais promessas do 3T23, ambas beneficiadas pela retomada do aumento dos preços do petróleo, que começou no final de junho.

É importante notar que a estatal divulgou recentemente o relatório de vendas do terceiro trimestre, que teve uma quantidade recorde de petróleo e derivados, alinhando-se com as expectativas do mercado. 

Por fim, Prio manteve níveis abundantes de petróleo em reserva para venda no terceiro trimestre. Desse modo, conforme o Santander, maiores off takes, menores descontos e dilatação de custos deverão levar a um aumento significativo do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de Prio, que divulgará seus resultados em 31 de outubro, diante do calendário de balanços de empresas.

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