Por Paulo Cunha 05 de maio 2022
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Confira o resumo do mercado financeiro em abril

O mês de abril foi marcado por um aumento na aversão ao risco global causado principalmente pela preocupação quanto ao efeito de uma subida dos juros norte americano mais altos do que o mercado vinha prevendo anteriormente. 

Este fator, somado a continuação na guerra na Ucrânia e a volta dos lockdowns promovidos em algumas cidades da China, em virtude do COVID-19, impactou fortemente os mercados. Neste contexto, aumenta-se os receios de mais inflação com uma redução da atividade econômica, a chamada estagflação.

Este tipo de ambiente não era visto há algumas décadas no mundo desenvolvido e tem um fator muito perverso. Em crises anteriores, quando havia uma diminuição da atividade econômica ou uma recessão propriamente dita, as autoridades monetárias mundo afora promoviam uma enxurrada de liquidez com emissão de moeda e expansão dos balanços dos Bancos Centrais, além de uma forte e agressiva diminuição dos juros. 

Porém, atualmente, os modelos econômicos não permitem que se adote esta receita, pois poderia causar ainda mais inflação em itens como bens e serviços por exemplo, deixando o aumento generalizado de preços totalmente fora de controle.

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Como foram os mercados internacionais

A expectativa de maiores juros e o medo de recessão causaram uma forte valorização do dólar, fazendo ele retornar a casa dos R$5, na qual vinha caindo desde a virada do ano, encostando nos R$4,60 nas mínimas do mês. 

Enquanto as bolsas sofreram um impacto ainda maior, com a Nasdaq caindo -13,3% e o S&P500 -8,8%, as bolsas americanas ensaiam entrar em terreno de “Bear Market”, que é um período de baixa um pouco mais prolongado que o usual.

…no Brasil

O mercado financeiro em abril teve o Ibovespa passando por uma reversão do fluxo comprador que vinha sustentando a bolsa, causando uma queda de -10,10%. No entanto, muitos Fundos Multimercado conseguiram acertar o movimento e obtiveram ganhos no mês, com retorno médio na Plataforma da XP, por exemplo, de 1,62% em abril, contra 0,83% do CDI. 

No lado da renda fixa, papéis atrelados ao IPCA tiveram bons rendimentos puxados pela inflação mais forte no período, a qual tem permanecido acima de 10% no acumulado de 12 meses, mas com perspectiva de diminuir para 7,40% no final do ano.

Já a taxa Selic, hoje em 12,75% ao ano, tem previsão de encerrar o ciclo de alta na casa dos 13,75% a.a.

O ponto de inflexão ficou evidente no ingresso de dólares que fechou abril negativo em aproximadamente US$8 Bilhões, enquanto nos meses anteriores este número era de mais US$20 Bilhões por mês! Resta saber se este movimento negativo foi pontual, ou se vai perdurar ao longo de 2022.

Leia também: Quanto rende R$1 milhão na poupança?

Abaixo segue o gráfico semanal do fluxo de movimentação de entrada ou saída de dólares no Brasil.

Fonte: Investing

O que devemos olhar daqui para a frente?

Ao que tudo indica, volatilidade e aversão ao risco ainda devem tomar conta dos mercados nos próximos meses e a renda fixa tende a continuar atraindo recursos uma vez que oferece remuneração acima de 1% ao mês com risco bastante limitado. 

Por outro lado, investidores mais ousados podem aproveitar do momento mais caótico para montar ou aumentar posições em ativos de risco. A relação preço/lucro atual do Ibovespa ainda segue negociando em patamares bem abaixo da média histórica, o que pode indicar um bom momento de entrada para o longo prazo. 

Além do mais, momentos em que temos aumento no preço das commodities costumam favorecer países emergentes, que são grandes produtores.

Segue abaixo um estudo realizado pela XP Investimentos no qual analisa as principais regiões globais de Investimentos, visão de alocação recomendada e racional da tese.

Fonte: XP Investimentos

Outros pontos de atenção para os próximos meses continuam sendo a guerra entre Rússia e Ucrânia, o mundo no pós-pandemia e, no segundo semestre, as eleições no Brasil. 

Fonte: XP Investimentos

Abaixo, confira os principais indicadores do mercado financeiro em abril de 2022:

  • CDI: +0,83%
  • Poupança: +0,55%
  • IPCA-15: +1,73%
  • Ibovespa: -10,10%
  • S&P 500: -8,80%
  • Nasdaq: -13,30%
  • Ouro: -1,92%
  • Bitcoin: -14,73 %
  • Dólar: +4,92%
  • IHFA: +1,80%
  • IFIX: +1,19%

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