Mercado de olho na temporada de balanços americanos e na reunião do FOMC – Veja os assuntos que podem impactar o mercado brasileiro nesta semana
Confira o boletim semanal da quarta semana de 2022
A semana passada foi marcada, mais uma vez, pela forte volatilidade no mercado acionário americano. A Nasdaq e o S&P500 tiveram o seu pior desempenho em uma semana, desde o início da pandemia em março de 2020. Esse movimento fez com que o VIX – nome popular da expectativa de volatilidade do mercado de ações com base nas opções do índice S&P 500 – saltasse de 19,33pts para encerrar a semana em 28,85.
Os analistas atribuem dois motivos para o desempenho ruim da bolsa americana, o primeiro e talvez o principal é o impacto que o aumento da taxa de juros americana pode significar para as empresas de crescimento. O FED – Banco Central Americano – se reúne esta semana para decidir os rumos da política monetária do país, não há expectativa de que o banco inicie a subida de juros neste mês, mas parte dos analistas começam a levantar a hipótese de que isso aconteça já em fevereiro.
Na quarta-feira, o FOMC – comitê de política monetária dos Estados Unidos – fará uma declaração que deve dar sinais de como ocorrerão os próximos passos.
O segundo motivo que teve influência na queda das bolsas americanas está ligado ao resultado dos balanços apresentados pelas empresas. O balanço do Goldman Sachs frustrou as expectativas do mercado reportando lucro líquido 13% menor do que a comparação com o ano anterior.
Ainda na esteira dos balanços que decepcionaram está a Netflix, a empresa revelou que espera crescer sua base de clientes em 2,5 milhões no 1º Tri 2022, número bem abaixo dos mais de 4 milhões esperados pelo mercado, com isso as ações da empresa chegaram a cair mais 20% no after-market. No S&P, 61 de 500 empresas divulgaram os resultados do 4º Tri 2021, na Nasdaq 123 de 3135, a temporada de balanços segue aquecida esta semana e por isso vale a pena o investidor brasileiro acompanhar de perto.
Na China, o banco central dá sinais de que fará o movimento oposto ao do americano. Enquanto o FED sinalizou que dará início a uma política de aperto monetário com subida da taxa de juros e a retirada gradual dos estímulos à economia, chamado de tapering, nesta semana o Banco Central da China cortou as taxas de juros de crédito de médio prazo de um ano com o objetivo de estimular a economia.
Além disso, o governo chinês tem feito uma série de indicativos de que segue apoiando o setor de infraestrutura e isso tem surtido efeito no preço do minério de ferro que subiu mais de 10% desde o final do ano passado. Esse movimento é muito benéfico para países com alta exposição à exportação de commodities, como é o caso do Brasil e de outros emergentes.
Na última semana foi divulgado o PIB chinês que surpreendeu positivamente com alta de 4% no último trimestre de 2021, a produção industrial também aumentou, mas as vendas do varejo vieram abaixo das expectativas.
Cenário nacional
No Brasil a bolsa encerrou a semana em alta de 1,88%, mesmo diante do baixo desempenho do mercado americano. O principal fator que impulsionou o Ibovespa foi a alta do petróleo devido aos níveis de oferta do curto prazo estarem menores e principalmente após a explosão em um oleoduto que liga Iraque e Turquia. Assim o preço da commoditie segue acima da máxima em seis anos.
Outro fator que tem chamado a atenção do mercado é a entrada do investidor estrangeiro na B3, na semana passada houve um ingresso de R$15,55 bilhões, e tal volume impactou o preço do dólar que fez a cotação cair 1,37% na semana.
Confira como o mercado encerrou a semana
Destaques do Ibovespa
Veja as empresas que mais valorizaram e as que mais se desvalorizaram na semana.
O destaque positivo foi para as ações da varejista Lojas Americanas. Segundo os analistas, parte da alta é explicada por uma correção após o papel ter caído muito recentemente e outra parte é devido à expectativa de que a empresa possa apresentar um resultado do 4º Tri de 2021 superior ao das concorrentes.
Vale lembrar que a partir desta segunda-feira as ações de Lojas Americanas (LAME3 e 4) deixarão de ser negociadas pois foram incorporadas pela Americanas (AMER3). Na operação, cada acionista de Lojas Americanas receberá aproximadamente 0,186 ações de Americanas (AMER3).
Leia também: Ações varejistas, o que esperar em 2022?
No campo negativo o destaque foi para as ações da Braskem. A XP atribuiu a queda das ações da empresa devido ao anúncio feito pela Petrobrás no dia 17, que informou a venda da totalidade das ações preferenciais da Braskem que ela detinha, 22% das ações PN e 9% do total de ações da Braskem.
Câmbio e juros
O dólar encerrou a semana com queda de 1,37% em relação ao real, cotado em R$5,45/USD.
Já a curva do DI para o vértice de janeiro/31 apresentou queda de 30 bps na semana, atingindo 11,54%. Na prática, isso significa que o mercado estima a Selic em torno de 11,54% em janeiro de 2031.
Carteiras Recomendadas
O analista técnico da XP, Gilberto Coelho, escolheu as ações que são sua aposta para essa semana.
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Boletim FOCUS
O Relatório Focus, que é divulgado pelo Banco Central, resume as expectativas para o PIB, IPCA, Câmbio, Selic, feita pelos agentes de mercado, como bancos, corretoras, gestoras, entre outros.
No relatório desta semana chama a atenção o IPCA. Há quatro semanas, esperava-se a inflação de 5,03% em 2022, e hoje os analistas preveem 5,15%. Isso, consequentemente, tem impactos na Selic e por isso espera-se que ela esteja em 11,75% ao final do ano.
Confira as projeções do Boletim Focus para o ano de 2022
Confira os assuntos que podem impactar seus investimentos essa semana
Nesta semana os investidores estarão atentos aos balanços das empresas americanas, nomes como IBM, Intel, Boeing, AT&T, Apple, Visa e Mastercard estão na lista das que farão seus reports ao mercado.
Além disso, está prevista uma série de divulgação de dados econômicos que prometem demonstrar o nível da atividade econômica no mundo. Veja quais são:
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