Por iHUB 01 de setembro 2021
2 minutos de leitura
Leitor automatico
1x
1,5x
2x

Especialista em investimentos explica a situação do mercado em meio ao cenário de crises e incertezas

O mês de agosto começou com clima positivo no mercado financeiro, a partir do avanço da vacinação e perspectivas de crescimento da economia. Porém, o estresse fiscal e a instabilidade política aumentaram e dominaram a pauta nos últimos dias do mês. 

No final de agosto, o Ibovespa fechou com variação de -2,5%, e o câmbio teve leve queda de 0,69%.

Esta é a avaliação do sócio da iHub Investimentos, escritório credenciado XP, Paulo Cunha, que traz mais detalhes abaixo.

Internacional

A disseminação da variante Delta da Covid-19 nos Estados Unidos, Europa e países asiáticos deixou o mercado em compasso de atenção, mas, aparentemente, as preocupações com os impactos, tanto sob a ótica sanitária (aumento no número de mortos) quanto econômica (novos lockdowns ou restrições nas atividades e serviços), foram perdendo força ao longo do mês. Da mesma forma, perde-se o grau de preocupação dos agentes econômicos com o provável início, já em setembro, da redução de recompra de ativos do mercado pelo banco central americano (FED), o tapering.

É perceptível que os mercados internacionais começaram o mês de agosto mais “tensos”, contudo, terminaram o mês sendo uma fonte menor de preocupações. Como destaque, o S&P 500, índice americano do mercado de ações com as 500 maiores empresas do mundo, renovou suas máximas históricas algumas vezes ao longo do mês, fechando em +2,9%.

Brasil

As principais causas das preocupações foram o impacto dos precatórios e do possível aumento no Bolsa Família, fora do limite do teto de gastos do Governo Federal para 2022. As discussões sobre reforma tributária seguem perdendo força e relevância, o que tem sido bem recebido pelo mercado, afinal, as últimas propostas poderiam impactar de forma negativa não somente a questão fiscal, mas também o crescimento econômico. 

Logo no início de agosto, o Banco Central do Brasil (Bacen) seguiu a trajetória de alta na meta da taxa Selic, elevando os juros básicos para 5,25%, seja pelo risco fiscal, ou pela alta na inflação

Já na reta final do mês, um novo tema foi ganhando atenção para os próximos meses: a possível crise hídrica no Brasil e os impactos que ela pode trazer à economia.

Com bastante volatilidade, o Ibovespa fechou com variação de -2,5% e o câmbio teve queda de 0,69%. Já nas carteiras, como reflexo dos cenários acima, foram reduzidas gradativamente a exposição em renda variável no Brasil, mesmo acreditando que a classe de ativos oferece boas oportunidades para uma boa carteira de ações ou fundos de ações de gestão ativa.

Perspectivas de mercado

O ambiente político engrossou após as manifestações do 7 de setembro, algo que, até então, estava fora do radar do mercado. Este tipo de “crise interna” não é inédita no Brasil, visto que nos últimos anos houve uma greve de caminhoneiros, delação premiada de um dos maiores empresários do país, Joesley Batista, e diversos embates políticos.

“Em todos os casos recentes, mostra que perde quem saiu vendendo tudo no calor da emoção. No entanto, algumas oportunidades aparecem ainda que hoje não sejam nada nítidas, a relação preço/lucro de boa parte das empresas da Bolsa está abaixo das suas médias históricas o que sugere preços atrativos”, destaca Paulo.

“Além disso, investimentos em renda fixa já oferecem taxas equivalentes ou superiores aos saudosos 1% ao mês”, completou. 

INDICADORES Ago/21

  • CDI: +0,42%
  • Dólar: -1,21%
  • S&P: +2,90%
  • IBOVESPA: -2,48%
  • IPCA-15: +0,89%

Sobre Paulo Cunha

Paulo Cunha é sócio fundador da iHUB Investimentos.