Por iHUB 10 de outubro 2022
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Diferente das expectativas, eleições impactam positivamente o mercado que sobe em outubro

As bolsas em Wall Street voltaram a subir na última semana, apoiadas no arrefecimento dos indicadores de atividade econômica. No entanto, na sexta-feira (07/09), o mercado de trabalho forte em setembro reforçou os temores de reação mais forte do FED nos juros. 

No mercado de trabalho, as vagas geradas na economia (Payroll) de setembro vieram acima das expectativas, e a taxa de desemprego recuou novamente, apesar das recentes altas na taxa de juros norte-americana. Já a alta dos salários mostrou novamente arrefecimento.  

Partindo para o velho continente, o índice de preços ao produtor segue pressionado em agosto (+5%) e +43,3% ao ano, elevando novamente a pressão sobre o BCE para aumentar o ritmo de alta nos juros no bloco europeu.

A ata do Banco Central Europeu mostrou que os juros na zona do euro ainda estão “bem abaixo da taxa neutra” e, portanto, existe uma sinalização de que o aperto monetário poderá ser mais duro.

No campo das commodities, as metálicas subiram acompanhando o petróleo com a diminuição da demanda de oferta de barril no mercado, e as agrícolas fecharam em posições mistas.

Fonte: Investing

Cenário local

O Ibovespa se descolou positivamente dos mercados mundiais com os resultados do 1º turno das eleições presidenciais chegando aos 116 mil pontos e a sinalização de moderação no próximo mandato, independentemente do candidato a assumir o Planalto. Praticamente todos os setores subiram, com destaque para as varejistas e setor petroleiro.

A produção industrial de setembro caiu 0,6%, abaixo do consenso com bens de capitais e duráveis subindo com força. Por sua vez, as vendas no varejo vieram melhor do que o esperado em agosto (-0,1%). 

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Por dentro da bolsa de valores

No radar corporativo, tivemos destaques positivos no setor educacional, dado que as primeiras rodadas de pesquisas de segundo turno apontaram o candidato Lula no topo, reforçando o apelo às companhias, já que o presidenciável possui pautas voltadas para o setor, juntamente com o retorno mais expressivo do modelo presencial, mantendo as ações no terreno positivo na semana. 

Outro setor que obteve destaque foi o petrolífero. Após a decisão da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) pelo corte da produção em dois milhões de barris por dia, o preço do petróleo Brent voltou a subir, contribuindo com a valorização do setor, mesmo que possa ter tido uma realização de lucros entre a maior parte das companhias. 

Novo Boletim Focus (10/10/2022)

Destaques do Ibovespa

O setor varejista acumulou as principais altas da semana, tendo como destaque Americanas (AMER3) com alta de 24% e Via Varejo (VVIA3) com alta de 22%. Em linha com a redução da pressão inflacionária, tendo em vista as contrações do IPCA e IGP-DI, o varejo de baixa renda foi beneficiado, visto que sofre mais volatilidade com as variações da inflação que influenciam diretamente no poder de compra do consumidor. 

O destaque negativo ocorreu na última sexta-feira com a Cosan (CSAN3), apresentando queda de -8,72%, quando informou que adquiriu participação de 4,9% no total de ações da Vale (VALE3), com objetivo de diversificar atuação da empresa em setores nos quais o Brasil tem vantagem competitiva. 

O valor da fatia adquirida com base no preço de fechamento das ações equivale em torno de 17 bilhões de reais. No primeiro momento, o mercado reagiu negativamente, preocupado com a alavancagem da companhia, porém, alguns researchs de bancos (dentre eles, o Bradesco) apresentaram uma análise com outro ponto de vista. 

“As opções e a exposição limitada ao risco oferecidas pelo financiamento com derivativos, juntamente com a reiteração da administração de suas metas de alavancagem, nos fazem acreditar que o balanço da Cosan está mais protegido do que imaginávamos inicialmente no caso de uma forte retração no ciclo do minério de ferro”, afirmou o documento. 

“A Cosan deve construir relacionamento com o Conselho e a Administração da Vale nos próximos meses, o que será fundamental para validar a intenção da empresa de estabelecer alianças sólidas antes da próxima eleição do Conselho, em abril”, complementa. 

As ações da CSAN3 abriram esta semana ainda em queda expressiva, mais 4% nesta segunda-feira.

Leia também: Gerdau ou CSN, qual a melhor?

Câmbio

O Real se valorizou com o resultado do 1º turno das eleições presidenciais. Euro e libra tiveram recuperação ao longo da semana, após uma volatilidade registrada no início.

Juros

Curva de DI teve mais uma semana de queda com arrefecimento do IGP-DI e melhora do humor no mercado brasileiro. 

Renda Fixa

Taxas dos títulos públicos NTNB, LTN e NTNF recuaram na semana beneficiando as marcações das posições, principalmente nos vencimentos mais longos, apesar da expectativa de mais um mês de deflação em setembro. O fechamento da curva mais forte das últimas semanas segue anulando o efeito da deflação.

Taxas dos créditos privados, apesar do recuo das curvas, permaneceram bastante atraentes com as mais longas ainda acima de IPCA+6% (CP), isento IR. Títulos públicos também mantiveram taxas atraentes, acima de IPCA+5%. 

Perspectivas para a semana

A semana terá como o indicador macro mais importante o CPI nos EUA e o IPCA no Brasil, onde se espera mais uma deflação em setembro, devido aos impactos ainda da queda dos combustíveis. Adicionalmente em Wall Street, começa a temporada de balanços do 3T22, com destaque para os bancos Citigroupr, JPMorgan e Wells Fargos.

Ao longo da semana ainda teremos os comentários de dirigentes do Fed e do Banco Central Europeu (BCE) e a reação russa no ataque Ucraniano na Criméia.

Também a liquidez tende a ser menor com o feriado nos EUA 10/10 (Columbus day) e no Brasil 12/10 (Nossa senhora da Aparecida).