Por Paulo Cunha 07 de outubro 2022
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Disputando pelo melhor patrimônio líquido, temos no ringue duas gigantes da siderurgia: Gerdau e CSN

A siderurgia é um dos setores mais importantes no país tendo em vista que ela é classificada dentro da categoria “indústria de base”. Isso significa que ela produz insumos, como barras ou chapas metálicas, usadas depois como matéria-prima para diversos outros segmentos. 

Nesse sentido, a siderurgia está presente na vida dos brasileiros em diversas situações. Entre elas podemos citar: veículos, utensílios domésticos, portões, pontes, indústrias, hospitais, entre outros.

Em 2021, o Brasil foi classificado em nono lugar no ranking de produção de aço no mundo, posição relevante, mas ainda atrás de gigantes como China e Estados Unidos. Já em 2022, o setor vem enfrentando diversos desafios como a queda nos preços do minério de ferro e a concorrência acirrada frente a outros países produtores.

Por conta disso, escolhemos para fazer parte do ringue de hoje duas grandes empresas do setor de siderurgia: Gerdau (GGBR3 e GGBR4) e CSN (CSN3).

Ambas as empresas têm um longo histórico na produção de aço e se destacam como líderes mundiais na indústria. Se você não quer perder esse grande duelo, acompanhe o artigo abaixo!

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Perfil corporativo da Gerdau

A Gerdau foi fundada em 1901, em Porto Alegre (RS), por Johann Heinrich Kaspar Gerdau. Na época, a companhia iniciou suas atividades sob o nome de “Fábrica de Pregos Pontas de Paris”.

Fonte: Gerdau

Muitas décadas depois a Gerdau segue produzindo pregos, mas vai além: inúmeros produtos de aço são desenvolvidos todos os dias para atender uma demanda que não para de crescer.

Atualmente, a companhia é uma das maiores produtoras mundiais de aço longo. No Brasil, também produz aços planos e minério de ferro, atividades que ampliam o mix de produtos oferecidos ao mercado e dão competitividade a suas operações.

Já na América Latina, ela é a maior recicladora e, no mundo, transforma, anualmente, milhões de toneladas de sucata em aço. Isso reforça seu compromisso com o desenvolvimento sustentável das regiões onde atua.

A Gerdau também possui uma ampla presença internacional, com operações de negócios nos Estados Unidos, Canadá, México, República Dominicana, Colômbia e Peru. A companhia atua ainda na Argentina e no Uruguai por meio de joint ventures. 

A Gerdau está listada no segmento Nível I da Bolsa de Valores (B3) por meio dos tickers GGBR3 e GGBR4. Além disso, a siderúrgica possui ações negociadas na Bolsa de Nova York, Nyse, sob o ticker GGB bem como na Bolsa de Madri, Latibex, cujos ativos são representados pelo código XGGB.

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Perfil corporativo da CSN 

A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) é outra multinacional líder no setor siderúrgico do Brasil. Diferentemente da Gerdau, a CSN foi fundada a partir de um decreto federal assinado pelo presidente da república, Getúlio Vargas, em 1941.

No entanto, em 1992, a companhia foi incluída no Plano Nacional de Desestatização do governo Fernando Collor de Mello. Um ano depois, foi privatizada durante o governo de Itamar Franco. 

A companhia conta com uma ampla gama de produtos, solidez financeira e diversificação de seus negócios, o que a torna atrativa para investidores. Além disso, está presente em diversos setores da economia, como mineração, logística, energia e construção civil. 

Para que isso aconteça, a CSN tem presença em toda a cadeia produtiva do aço, desde a extração do minério de ferro até a produção e comercialização de produtos de alto valor agregado. 

Esse sistema integrado de produção contribui para que a companhia tenha um dos mais baixos custos de produção da siderurgia mundial.

Duelo entre Gerdau e CSN: Quem vence?

Antes de mais nada, é importante ressaltar que a siderurgia é um setor fundamental para a economia brasileira. Nesse contexto, tanto a Gerdau quanto a CSN representam duas gigantes do setor, com destaque para a produção de aços longos e planos, além de minério de ferro.

Esses insumos são muito utilizados em obras de infraestrutura, construção civil e indústria automotiva.

A Gerdau é líder na produção de aço longo, e uma das maiores fornecedoras de aços especiais do mundo. A empresa atua em 10 países e possui mais de 30 mil funcionários. 

Já sua oponente, a CSN, é um eficiente complexo siderúrgico que atua com destaque em cinco setores: siderurgia, mineração, logística, cimento e energia. O grupo está presente em 18 estados brasileiros e também atua em dois outros países – Alemanha e Portugal.

Sendo assim, ambas são relevantes tanto para o mercado interno como para o mercado externo. Logo, no confronto para descobrir quem será a vencedora, precisamos levar em conta três aspectos:

1º round: retorno sobre o patrimônio líquido

Quando o assunto é a análise fundamentalista, a Gerdau tem um destaque especial no que diz respeito ao ROE, que mede a rentabilidade da empresa sobre o capital do acionista. 

Isso porque, desde 2015 a Gerdau apresenta resultados consistentes e crescentes, ao passo que a CSN, mesmo com ROE maior, reflete uma forte volatilidade nos resultados ao longo dos anos.

Fonte: site oceans14

Diante disso, no 1º round desse combate a Gerdau se apresenta como vencedora sobre CSN.

2º round: dividend yield

No segundo round, colocaremos em questão o dividend yield das oponentes. Desde 2020, a Gerdau despontou na frente da CSN no que diz respeito ao percentual de proventos pagos.

Em 2021, a companhia registrou 13,66% contra 7,68% da CSN. Já em 2022, a Gerdau reportou um dividend yield de 13,86% contra 6,28% da CSN, conforme gráfico abaixo:

Fonte: site oceans14

Segundo relatório da Levante, a forte geração de caixa que a Gerdau vem continuamente apresentando, permite que a empresa reduza ainda mais sua alavancagem de modo a aumentar a distribuição de dividendos.

Sendo assim, mais uma vez a Gerdau sai como a ganhadora dessa rodada.

3º round: Resultados do 2º trimestre de 2022

Ainda de acordo com a Levante, a Gerdau apresentou o melhor segundo trimestre de sua história. Nesse contexto, a receita líquida consolidada foi de R$23 bilhões, crescimento de 13% na comparação trimestral e de 20,1% na base anual. 

Já o Ebitda ajustado foi de R$6,7 bilhões, 14,6% superior ao 1T22 e 13,3% acima do 2T21, sendo o maior Ebitda da companhia para um segundo trimestre. A margem Ebitda ajustada foi de 29,1%, 0,4 p.p. acima do primeiro trimestre e 1,7 p.p. abaixo do mesmo período do ano passado.

Na sua oponente, por sua vez, a receita líquida total da CSN foi de R$10,6 bilhões, queda de 10% na comparação trimestral e de 31% no ano. Segundo a Levante, esse resultado é explicado sobretudo pelo declínio nos preços de minério de ferro e pela diminuição nos volumes de aço.

O Ebitda ajustado da CSN foi de R$3,3 bilhões, 31% menor que o 1T22 e 60% abaixo do 2T21, com uma margem de 29,7% (-9,2 p.p. t/t). O Ebitda do trimestre foi prejudicado pelas operações de mineração, sendo parcialmente compensado pelo bom resultado da divisão de cimentos e pela estabilidade na siderurgia.

No terceiro round vemos mais um nocaute da Gerdau sobre a CSN.

Afinal, quem é a vencedora?

Na luta entre a Gerdau e a CSN, você pode estar se perguntando qual empresa é a melhor? Essa é uma pergunta que muitos investidores fazem. 

A verdade é que ambas as companhias são gigantes do setor siderúrgico brasileiro, mas cada uma tem suas particularidades. 

A Gerdau é líder do mercado nacional de aço longo, enquanto a CSN está entre as principais produtoras de minério de ferro e carvão mineral. Como esse mercado está em constante evolução, fica difícil afirmar qual empresa será a melhor investimento a longo prazo. 

No entanto, analistas apontam que a Gerdau está mais bem posicionada para os próximos anos, devido às suas diversificadas operações e às recentes aquisições que fez.

Segundo relatório da Levante, a Gerdau apresenta um balanço robusto e forte geração de caixa, o que contribui para que a companhia siga com uma forte distribuição de proventos aos acionistas. Além disso, os múltiplos da Gerdau seguem extremamente descontados, mesmo projetando uma piora em seus resultados.

Porém, as incertezas com relação à economia americana devem continuar pressionando o papel no curto prazo, tanto na Gerdau como CSN.

Os resultados apresentados pela CSN são mistos, com pressão nos custos e revisão no guidance para baixo no segmento de mineração.

Como ponto positivo para a companhia, a CSN pretende diversificar geograficamente sua atuação nos Estados Unidos, Portugal e Alemanha, o que contribui para melhorar a precificação de seus ativos.

Segundo relatório Stock Guide – Semanal: 03.10.2022 da Levante Corp. existe a recomendação de compra nos papéis GGBR4 com preço alvo de R$34,00 para os próximos doze meses. Isso corresponde a um upside de 39% sobre a cotação de R$24,40.

No que diz respeito aos papéis da CSN, a Levante também recomenda, neste mesmo relatório, a compra com preço alvo em R$35,00, upside de 120% sobre a cotação de R$15,93.

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