FED eleva os juros e deflação em agosto pode ser a maior desde 1994
No Boletim Semanal, combate à inflação é reforçado por Powell com o aumento de juros e balanços de Apple e Amazon sustentam alta dos mercados norte-americanos
Em Wall Street, apesar da inflação ter vindo acima do esperado e do PIB do 2° trimestre de 2022 ter recuado 0,9%, levando os EUA à recessão técnica, os balanços de Amazon e Apple vieram acima do esperado, sustentando a alta dos mercados.
No mais, o FED elevou os juros para o intervalo entre 2,25% e 2,50% ao ano, mostrando o comprometimento do país no combate à inflação. Em discurso, Jerome Powell, presidente do FED, sinalizou que o nível de juros começará a arrefecer a inflação, fazendo com que a autoridade “diminua a mão” nas reuniões seguintes. Essa fala agradou os investidores.
Enquanto isso, na Europa, o PIB do 2T22 subiu 0,70%, acima das projeções do mercado. Ao mesmo tempo, a inflação atingiu +8,9% em julho, colocando pressão sobre o BCE em subir novamente os juros em 0,50pp, na próxima reunião.
Cenário local
A semana passada foi de agenda forte dentro e fora do país. O Ibovespa retomou os 100 mil pontos, com fluxo estrangeiro e anúncio de distribuição antecipada de dividendos recorde da Petrobras. Além disso, o Ibovespa encerrou o mês de julho com alta de 4,7%.
Já o IPCA-15 de julho arrefeceu para +0,13% com a deflação da energia elétrica. Caso a deflação realmente aconteça, pode ser a maior queda na inflação em apenas um mês desde o início do Plano Real. No entanto, a alimentação, principalmente o leite, subiu com força na medição.
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O Ibovespa encerrou a semana com alta de 4,29%, aos 103.165 pontos, praticamente zerando a queda no ano. A semana foi marcada pela divulgação de indicadores macroeconômicos e resultados corporativos relativos ao 2º trimestre do ano.
A semana foi bastante volátil, mas a Bolsa de Valores trabalhou praticamente acima de 100 mil pontos, com destaque para os setores de commodities e varejista. A redução do ICMS, que contribuiu para a redução dos preços dos combustíveis e energia, e para a desaceleração do IPCA-15.
Além deste dado, o mercado olhou com bons olhos os dados sólidos de geração de vagas e melhor dado de desemprego, sendo o menor patamar desde 2015, 9,30% em linha com as expectativas.
Destaques do Ibovespa desta semana
Destaques do Mês
A temporada de resultados corporativos está bem aquecida, e destaque absoluto veio com Petrobras, na última quinta-feira, após divulgar um mega dividendo, o Conselho aprovou uma distribuição recorde de R$ 6,73/ação (div. yield de 20,7%), totalizando R$87,8 bilhões.
Nos resultados, destaque para o EBITDA de US$20bn (23% acima das expectativas da XP) e forte geração de caixa, o que permite a distribuição de dividendos sem comprometer a alavancagem da companhia (dív. Líquida/ EBITDA em 0,6x).
Por outro lado, a Vale reportou resultados abaixo do esperado, mas distribuição de US$ 3 bilhões em JCP (divend yield de 9% a/a). A receita líquida abaixo do esperado (US$ 11,2 bilhões) devido a menores preços realizados do minério de ferro e custo de frete elevado levaram à uma compressão de margem.
Por fim, destaque positivo para Multiplan, que reportou mais um trimestre de resultados excepcionais e já supera em 41% as receitas de aluguel do mesmo período em 2019.
Principais Resultados Corporativos da Semana
Último dado divulgado refere-se ao dia 28/07, e até esta data temos um julho com fluxo expressivo de entrada de 1,49 bilhões e no ano, entrada consolidada em R$ 53,4 bi. Em 10 pregões totalizando fluxo positivo de R$ 2,69 bi.
Em Carteiras Recomendadas
Principais Carteiras XP Ações: Movimentações para Agosto de 2022
- – XP Top 10 ações: Sai: CBA (CBAV3) / Entra: Raizen (RAIZ4).
Desempenho: No mês de julho, a carteira subiu +5,3%, enquanto isso, o Ibovespa subiu +2,9% durante o mesmo período. Desde o início da carteira, em julho de 2018, ela acumula retornos de +46,7% enquanto o Ibovespa acumula +39,4%.
- – Carteira Top Small Caps XP : Sai: Movida (MOVI3), Panvel (PNVL3) e Cury (CURY3) / Entra: Santos Brasil (STBP3), Blau (BLAU3) e Camil (CAML3).
Desempenho: Em julho, a carteira de ações subiu +4,0%, enquanto o Ibovespa subiu +2,9%. Desde o início da carteira, em maio de 2021, ela caiu – 7,6%, comparado com um retorno de -14,7% do Ibovespa.
- – Carteira Top Dividendos XP Entra: Klabin (KLBN11) e Isa CTEEP (TRPL4) com um peso de 15% e 5%, respectivamente.
Desempenho: Em julho, a carteira subiu +4,7% enquanto o índice Ibovespa teve uma alta de 2,9% durante o mesmo período. Desde o início da carteira, em julho de 2018, a Carteira Top Dividendos XP deu um retorno de +82,1%, o que se compara com +39,4% do índice.
- – Carteira Top 10 Ações Internacionais (BDRs) XP: Sai: Walmart (NYSE: WMT, BDR: WALM34) e Freeport (NYSE: FCX, BDR: FCXO34) /Entra: Exelon (Nasdaq: EXC, BDR: E1XC34) e American Express (NYSE: AXP, BDR: A1XPB34).
Desempenho: Em julho, a carteira teve uma variação positiva de +0,6%. Enquanto isso, o índice de ações globais (MSCI ACWI) subiu 6,6% no mês, e o Ibovespa registrou alta de +2,9%.
*Dados de desempenho: Prévia até 27/07/2022
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Relatório FOCUS
Perspectivas na semana
No Brasil, o destaque da semana é para a decisão de aumento de juros pelo Copom (03/08). A expectativa do mercado é de que a Selic subirá em 0,50 pp para 13,75% a.a., além de importantes balanços corporativos (Bradesco, Itaú e Gerdau) que podem trazer volatilidade pontuais nas ações.
No exterior, investidores seguem de olho na geração de emprego nos EUA (payroll), na sexta (05/08), e nos índices de atividades da zona do euro (PMI) ao longo da semana.
O mercado segue monitorando os índices de emprego norte-americanos, dado a queda no PIB dos EUA por dois trimestres consecutivos.
Por fim, segue no foco a temporada de balanços corporativos, após as principais empresas Tech terem surpreendido positivamente na semana passada.
Confira a agenda macro mundo desta semana.
Veja também as apresentações de resultados
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