Por Diogo Santos 14 de março 2022
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Confira as informações mais importantes no boletim semanal da terceira semana de março

Mais uma vez, a semana passada foi pautada pela alta volatilidade nos mercados globais em decorrência do conflito entre Rússia e Ucrânia.

À medida em que são divulgadas notícias sobre novas sanções à Rússia ou indicativos de prolongação da guerra, os analistas começam a rever suas projeções dada a dificuldade de quantificar todos os impactos. De imediato, a commodity mais afetada é o petróleo, seguido pelos fertilizantes, grãos e ferro.

O presidente americano, Joe Biden, anunciou novas sanções à Rússia, sendo a principal delas a proibição da importação de petróleo e gás para os Estados Unidos.

Esta medida foi seguida pelo Reino Unido e, em certa medida, pela União Europeia, que anunciou a redução gradativa da importação do petróleo russo, pois a interrupção imediata traria uma forte crise aos países do bloco.

Essa movimentação fez o preço do barril de petróleo disparar e atingir US$140/barril no início da semana, o maior valor desde 2008. Ao longo da semana o preço recuou, mas ainda permanece acima de US$110/barril.   

Os efeitos do aumento do preço do petróleo já foram sentidos no Brasil, e a Petrobras reajustou o preço da gasolina em 18,77%, em média, para as distribuidoras. O governo segue pressionado pela opinião popular e constante pressão por parte de grupos como os caminhoneiros, que ameaçam fazer uma greve geral em protesto contra os aumentos do preço do óleo diesel.

Diante disso, a Câmara dos Deputados aprovou o texto base do projeto que visa igualar o ICMS que os estados e o Distrito Federal cobram sobre o preço dos combustíveis. Segundo a proposta, o imposto passaria a ser calculado com um valor fixo sobre o litro, e não sobre o preço do combustível na bomba.

Além disso, o projeto prevê a ampliação do auxílio gás para 11 milhões de famílias, e cria o auxílio gasolina para taxistas, motoristas de aplicativos e mototaxistas que possuem renda de até três salários mínimos.

A estimativa é de que o auxílio gás tenha um custo de R$1,9 bilhão, e o auxílio-gasolina R$3 bilhões para a União.

A alta de petróleo e das commodities, em geral, pressiona todo um sistema que já era desafiador antes da guerra. Estados Unidos, Europa e China, além do Brasil, passam por um momento de forte inflação, o que tem feito o mercado prever aumentos nas taxas de juros dos respectivos Bancos Centrais.

Diante deste cenário, pode ocorrer o que os economistas chamam de estagflação global, que é a situação em que ocorre uma inflação sem crescimento econômico.

Leia também: Qual a relação entre a guerra e os seus investimentos?

Confira como o mercado encerrou a semana

Fonte: Investing.com.br

Destaques do Ibovespa

Veja as empresas que mais valorizaram e as que mais se desvalorizaram na semana.

Fonte: B3

O destaque positivo da semana foi para as ações da Qualicorp. Analistas atribuíram esta performance, devido a correção da queda que ocorreu na semana anterior, devido ao anúncio de compra da Sul América Seguros pela Rede D’Or.

Para o destaque negativo foram as ações da Embraer, os analistas justificam a queda, devido ao guidance divulgado pela companhia, no qual aponta queda de receita e lucro operacional esperados para 2022.

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Câmbio e juros

O dólar encerrou a semana com alta de 0,2% em relação ao real, cotado em R$ 5,076/USD.

Com o mercado prevendo uma inflação mais alta logo à frente, a curva dos juros futuro DI com vencimento em janeiro de 2031, apresentou alta de 62bps na semana, e atingiu o patamar de 11,48%.

Boletim FOCUS

O Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, resume as expectativas para o PIB, IPCA, Câmbio, Selic, feita pelos agentes de mercado, como bancos, corretoras, gestoras entre outros. 

O relatório desta semana demonstra que o mercado financeiro está um pouco mais otimista em relação ao PIB de 2022. Há quatro semanas, esperava-se que ele teria alta de 0,30%, hoje a expectativa já é para que tenha alta de 0,49% em relação à 2021.

A inflação segue pressionada e os efeitos da guerra fizeram os economistas reverem suas previsões para o IPCA, cerca de 6,45%, ante 5,50% que era esperado esperado há quatro semanas. Também chama atenção a expectativa do câmbio, que semanalmente tem se apreciado, conforme a tabela abaixo.

Confira as projeções do Boletim Focus para o ano de 2022

Especialistas destacam que dada a dificuldade de prever estes indicadores, o investidor deve principalmente se atentar à tendência do que o mercado está enxergando. Neste sentido, o IPCA e a Selic, segundo o FOCUS, estão em tendência de alta.

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Veja outros assuntos que podem impactar seus investimentos nessa semana

A guerra entre a Rússia e Ucrânia segue no topo da lista de atenção do mercado. Investidores estão atentos ao desenvolvimento da dinâmica dos fluxos e preços do comércio global, preço das ações e das commodities.

No Brasil segue a temporada de divulgação de balanços, em que cerca de 77% das empresas do Ibovespa já divulgaram seus resultados.

Confira as empresas que divulgam seus balanços esta semana

Fonte: Investing.com.br

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