Inflação na Europa bate recorde e PMI mostra EUA em desaceleração

Confira o boletim semanal da última semana de julho

A última semana foi importante para os analistas que fazem a leitura macroeconômica da economia global. Na Europa, diante de uma inflação cada vez maior, que atingiu a máxima histórica de 8,6% em junho, o BCE elevou os juros em 50 bps, surpreendendo o mercado que aguardava 25 bps.

Sob o cenário de guerra que leva consigo não apenas aqueles que estão em combate direto, mas toda a população europeia é impactada pelo aumento generalizado dos preços, sobretudo dos alimentos. 

A prévia do PMI composto, índice que mede a atividade econômica de setores industriais e de serviços, surpreendeu o mercado registrando 49,4 pontos em julho, abaixo da expectativa que era 51, indicando uma contração econômica no bloco.

Nos Estados Unidos a situação é parecida. Na última semana, o PMI de serviços gerou uma surpresa ao registrar 47 pontos quando o esperado era 52,6. Como citado acima, o PMI é o termômetro da economia e consideramos que um país está em crescimento quando este indicador está acima de 50. A forte queda registrada sinaliza que a recessão está às portas.

Por enquanto, o esfriamento da economia americana ainda não afetou os balanços das empresas, que seguem reportando seus resultados referentes ao 2º trimestre de 2022. Os destaques da semana foram para Tesla e Netflix. 

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No caso da montadora, a principal notícia foi a reafirmação de sua estimativa de aumentar em 50% a entrega de veículos. Além disso, é esperada a manutenção das suas margens e aumento de receitas. Já a Netflix surpreendeu o mercado ao divulgar um número menor de usuários que encerraram suas contas na plataforma e a companhia de streaming espera uma retomada do crescimento de novas assinaturas.

Cenário local 

No Brasil, crescem as preocupações com o cenário fiscal, o que contribui para a abertura das taxas dos juros futuros, dólar e CDS, índice que demonstra o Risco Brasil.

Por outro lado, embora as elevações da taxa Selic diminuam o ritmo de crescimento do país, a arrecadação de impostos do mês de julho totalizou R$181,04 bilhões, ante R$158 bilhões que eram esperados, causando uma melhora da perspectiva das contas públicas. 

No ambiente corporativo, a Petrobrás anunciou a redução de R$0,20 no preço da gasolina passando de R$4,06 para R$3,86.

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A construtora Tenda (TEND3) divulgou seu resultado mostrando um aumento do preço de venda dos imóveis, mas apresentou desaceleração no desenvolvimento de novos empreendimentos com o objetivo de focar na rentabilidade.

Vale e Petrobrás também divulgaram seus resultados. A mineradora apresentou uma produção de minério de ferro 4% abaixo das expectativas do consenso, além de menores resultados na produção de cobre. Já a estatal Petrobrás apresentou seu relatório de vendas mostrando desaceleração de -5,2% no trimestre ante expectativa de -2,8%.

Confira como o mercado encerrou a semana

Destaques do Ibovespa

Veja as empresas que mais valorizaram e as que mais se desvalorizaram na semana

Na seara dos resultados positivos, em primeiro lugar na semana, estão as ações da Locaweb (LWSA3), sem motivos específicos para este resultado. Analistas da XP atribuíram a performance às expectativas que o mercado possui em relação à divulgação de seus resultados.

O destaque negativo foi para a empresa do setor educacional Cogna (COGN3) e os analistas não encontraram motivos específicos para tal desempenho. 

Relatório FOCUS

O relatório Focus desta semana mostra um mercado mais otimista em relação ao PIB e projeta um crescimento de 1,93%, enquanto há 4 semanas a previsão era de 1,50%. Para 2023 e 2024 os economista estão mais pessimistas, com quedas de 0,50% para 0,49% e de 1,80% para 1,70%, respectivamente.

Outro item que melhorou sua previsão, na visão dos economistas, foi o IPCA, hoje espera-se que a inflação termine o ano em 7,30%. Há quatro semanas os economistas esperavam que ela terminasse o ano em 8,27%. Por outro lado, a previsão para 2023 subiu mais uma vez, de 5,20% para 5,30%.

Já a expectativa para a taxa básica de juros, a Selic, se manteve em 13,75% ao ano em 2022, assim como no valor de 10,75% ao ano em 2023.

Confira as previsões do Relatório Focus:

Confira os assuntos que podem impactar seus investimentos essa semana

No cenário internacional, a semana trará informações macroeconômicas importantes como a decisão da taxa de juros pelo FED e dados do PIB americano e da Zona do Euro, referentes ao segundo trimestre.

No Brasil, os destaques serão a prévia da inflação (IPCA-15) e o IGP-M de julho, os dados do setor externo, resultados fiscais e dados de mercado de trabalho de junho.

Confira a agenda macro mundo completa abaixo

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