Selic a 13,25%: Como ficam os seus investimentos?
Entenda os impactos nos investimentos dos novos aumentos anunciados pelo Copom e FED
O Banco Central (BC) anunciou um novo aumento na taxa Selic, chegando na casa dos 13,25% ao ano. Mesmo com uma ligeira desaceleração do IPCA em maio, o BC decidiu por realizar um novo aumento desta vez em meio ponto percentual, e demonstra que a preocupação com a inflação permanece.
Tanto a guerra entre Rússia e Ucrânia, quanto o retorno (mais uma vez) de medidas restritivas na China por conta da pandemia, são fatores que fazem o mercado rever suas projeções até o fim de 2023.
A inflação no mundo está em ritmo maior do que o esperado. Na última reunião do FED, havia a expectativa que os impactos do aumento nas taxas de juros seriam suficientes para arrefecer a inflação, porém, na semana passada, com a publicação do CPI, o indicador de variação nos preços dos Estados Unidos, ficou claro que isso não aconteceu e que medidas mais rigorosas deveriam ser tomadas. Por essa razão, não acharia estranho a taxa de juros no Brasil atingir patamares próximos de 15% no fim do ano.
O boletim parcial do Relatório Focus divulgado no início de junho (06/06), revelou que as expectativas do mercado para a Selic permaneceram estáveis para o fim de 2022, a 13,25%. Já para 2023, as projeções subiram de 9,25% para 9,75% ao ano.
Em maio, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA medido foi de 0,47%, considerado o menor resultado desde abril de 2021, quando ficou em 0,31% no mês. Ainda em maio, o percentual também ficou abaixo da estimativa do mercado financeiro, que esperava uma variação de 0,6% dos preços no mês.
Contudo, um dado que ainda preocupa economistas e especialistas no mercado é o índice acumulado dos últimos 12 meses, que ainda está na casa de 11,73%, contra uma meta de 3,5% prevista para o final do ano de 2022.
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Renda fixa está valendo mais de 1% ao mês
A Selic é a taxa que o Banco Central utiliza para remunerar o investidor em seu título de investimento: o Tesouro Selic. Também conhecido por LFT (Letra Financeira do Tesouro), é a principal opção para o investidor que busca reserva de liquidez, além de ser o investimento com maior grau de segurança no país.
Na sequência, existem outros investimentos que são favorecidos pelo aumento na taxa Selic, por seguirem taxas de juros bancárias como CDI, por exemplo, que segue como uma taxa praticada pelos bancos privados muito próxima da Selic.
Abaixo, confira os investimentos, que são favorecidos com a alta da Selic, por estarem atrelados ao CDI e podem render mais de 1% ao mês:
1) CDBs – Certificado de Depósito Bancário
2) LCI – Letra de Crédito Imobiliário:
3) LCA – Letra de Crédito do Agronegócio
4) LC – Letra de Câmbio
5) Fundos de investimento Referenciados DI
Leia também: Renda fixa traz segurança aos brasileiros após Selic atingir 11,75%
FED agressivo e novas altas dos juros nos EUA
O aperto monetário nos Estados Unidos ganhou novos contornos neste mês de junho. Na sexta-feira (11/06), foi divulgado o CPI – Índice de Preços ao Consumidor -, referente a maio, e o aumento de 1% mostrou que os Estados Unidos estão com dificuldades para controlar a inflação.
Por conta deste dado, o mercado começa a especular que o Federal Reserve (FED) precisará realizar medidas mais agressivas no controle da inflação. Para isso, é possível que ocorram mais aumentos e com impactos maiores nos juros para as próximas reuniões do FED.
Essa expectativa fez com que o mercado se antecipasse à decisão do órgão e precificasse na curva de juros norte-americana uma alta de 0,75%, afetando todos os títulos do mercado. Caso a expectativa do mercado se confirme, os juros nos EUA podem ultrapassar os 3% ainda em 2022.
Como fica a B3 neste cenário?
Em menos de cinco meses, a bolsa brasileira já ultrapassou os 120 mil pontos e agora está na “beira” dos 100 mil pontos, ou seja, a volatilidade é uma constante no momento, especialmente com o novo aumento na taxa Selic.
A B3 é composta na sua maior parte por commodities, mas também possui em sua composição outros segmentos, cada um em seu momento, temos ainda perspectivas positivas de crescimento para investimentos mais longos do que seis meses a um ano.
No segmento de commodities, existem resquícios dos impactos da pandemia, e os preços de algumas empresas ainda podem estar descontados em relação aos preços considerados “justos” por suas ações.
Além disso, por mais que esteja precificada pelo mercado, ainda pode haver impactos na bolsa e na economia nacional, principalmente com o cenário de recessão global ganhando força nas últimas semanas.
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