Por iHUB 27 de março 2023
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Setor bancário ao redor do mundo continua preocupado e FED ameniza o tom em nova alta dos juros

A última semana foi marcada pelo aumento da aversão ao risco nos mercados mundiais. No Brasil, o tom duro do comunicado do Banco Central (BC) e as declarações do Palácio do Planalto sobre o presidente do BC influenciaram negativamente o Ibovespa. 

O tom mais ameno do FED quanto à inflação aliviou a curva de juros dos treasuries. Porém, a continuidade das apreensões sobre os bancos nos EUA e Europa limitaram os ganhos.

Na última super quarta, o Federal Reserve subiu 25 pts, levando a taxa de juros para 5% ao ano, com discurso de Jerome Powell mais “dovish” ao mudar o termo “continuidade de política monetária” para “ajuste adicional”.

Na Europa, a inflação no Reino Unido atingiu 10,4% anualizado em fevereiro, pressionando novamente o Banco Central da Inglaterra na decisão dos juros, que foram elevados em 25 pts para 4,25% a.a, citando as pressões inflacionárias vindas do setor de serviços e mercado de trabalho.

Fonte: Investing

Cenário Local

O Copom manteve a taxa Selic em 13,75% a.a, como esperado. Entretanto, o comunicado foi duro no combate à inflação, contrariando as expectativas de possível sinalização de afrouxamento monetário que o mercado esperava. Além disso, o IPCA-15 subiu 0,69%, acima das expectativas de +0,67% e puxado pelo setor de transporte (gasolina), saúde e cuidados pessoais.

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A semana foi pesada para a bolsa, principalmente ativos ligados à juros, após incertezas sobre o rumo da política monetária. Locaweb (LWSA3) foi o destaque de queda na semana, com resultado corporativo que trouxe o EBITDA 13% abaixo das expectativas do mercado, fazendo com que o ativo encerrasse a semana perdendo quase 25%. 

Magazine Luiza (MGLU3) também figurou entre as principais negativas da semana com queda generalizada do setor, refletindo o comunicado mais duro do Copom na quarta-feira, o qual manteve a perspectiva de juros altos. 

Do lado positivo, os ganhos foram tímidos, destaque em Embraer (EMBR3) refletindo o resultado corporativo e ainda se sustentando nas últimas semanas com investidores em busca de ativos mais sólidos neste cenário mais frágil.

Fonte: B3

Fluxo do investidor estrangeiro

Ao longo do mês de março, temos visto o investidor estrangeiro trabalhando no fluxo de saída de capital da bolsa, no total do mês já tiraram -R$3,77 bilhões, no ano o fluxo ainda é positivo em R$7,10 bi. Nos últimos 10 pregões tivemos 8 negativos e apenas 2 positivos, totalizando retirada de -R$3,86 bi. Confira também o Comentário Técnico por Gilberto Coelho Jr.:

O Ibovespa, apesar do fechamento em alta na última sessão, ainda está em tendência de baixa, definida pelas médias de 21 e 200 dias. Uma perda dos 97.680 abriria caminho para teste de suportes em 95.250 ou 90.000. Acima dos 99.260 teria sinal de repique mirando resistências em 100.690 ou 103.900. O IFR está em sobrevenda e apontou para cima alertando para novos repiques de alta. 

O DOLJ23 fechou abaixo da média de 21 dias em sinal de reversão da tendência de curto prazo para baixa. Uma perda dos 5.246 projetaria teste de suportes em 5.212 ou 5.126. A tendência de alta seria retomada com um fechamento acima dos 5.350 com projeções nos 5.465 ou 5.575. O IFR apontou para baixo reforçando o sinal de maior força vendedora. 

O SP500 fechou em alta e acima das médias de 21 e 200 dias favorecendo a retomada da tendência de alta. Acima dos 3.980 tem projeções em 4.078 ou 4.200. A tendência para baixa pode ser retomada com um fechamento abaixo dos 3.900 projetando teste de suportes em 3.770 3.500.

Juros

A curva de juros mais curtos subiram reagindo ao Copom, com miolo da curva recuando e os vencimentos longos em leve alta devido às incertezas fiscais.

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Câmbio

O Real se desvalorizou perante o dólar com aumento de aversão ao risco no mundo.

Renda Fixa

As taxas das rendas fixas continuaram em patamares elevados, com o Copom decepcionado com o mercado. Enquanto, NTN-B vencimentos longos continuaram acima de IPCA+6% e prefixados em 14%-15%. Por fim, os papéis de crédito privados AAA, pagando prêmios excelentes com IPCA+7%. 

Perspectivas para a semana

A semana terá importantes eventos no Brasil, com ata do Copom e relatório de inflação do Banco Central. O mercado entenderá melhor a postura mais dura do BC com relação à inflação. Ao mesmo tempo, agentes seguirão atentos às falas do Planalto sobre o presidente do BC e o esperado arcabouço fiscal do governo dado que a viagem do presidente Lula para a China foi adiada.

No exterior, o setor bancário seguirá preocupando após mais bancos apresentarem problemas de liquidez nos EUA e Europa. O mercado também se preocupa pelo fato de as autoridades monetárias estarem mudando o discurso de ampliação do colchão de liquidez disponível para os bancos, sugerindo que o problema esteja se alastrando.

Fonte: Investing

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