Por Diogo Santos 03 de junho 2022
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Entenda o momento atual e como investir no setor de comércio e serviços

Durante a pandemia do coronavírus dentre os setores mais impactados estão o do comércio e de serviços. Isto aconteceu de repente, à medida em que as empresas adotaram o home office todo o comércio local que vivia daquele ecossistema precisou fechar as portas. Além disso, uma série de decretos governamentais determinou o fechamento de estabelecimentos como academias, bares, restaurantes e os shoppings centers.

De 2020 até hoje os shoppings passaram por momentos em que o horário de funcionamento foi reduzido e momentos em que ele foi obrigado a fechar completamente suas portas. Neste período, o lojista que possuía um canal de vendas online teve alguma vantagem sobre os demais, já outros, correram para criar um relacionamento virtual com seus clientes para que as vendas não caíssem tanto. Mas, a grande maioria simplesmente não conseguia vender seus produtos e gerar receita. 

Quando olhamos mais de perto as receitas dos shoppings, percebemos que a principal fonte de renda é o aluguel que os lojistas pagam para ocupar aquele espaço. Diante disso, os shoppings precisaram rever os contratos de aluguel com os lojistas para evitar o colapso do setor, assim, foram dados descontos, congelamento de preço e até renovações em patamares bem abaixo do negociado anteriormente. 


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Além da renda dos aluguéis, outras fontes de receita dos shoppings são oriundas de estacionamento e um percentual sobre as vendas dos lojistas, ambas também despencaram durante a pandemia.

Ao passo que a cada dia a pandemia parece ter ficado para trás, os shoppings retornaram ao seu funcionamento normal. Os resultados apresentados no primeiro trimestre de 2022 mostram que, gradativamente, eles estão conseguindo atualizar os contratos de aluguéis, os quais ficaram congelados devido a pandemia, e isso tem se transformados em resultados cada vez mais sólidos para as empresas deste segmento.

Mas afinal de contas, com a reabertura da economia é hora de investir em shoppings centers, se sim em qual empresa?

Se você está se fazendo esta pergunta, a Levante Corp, casa de research independente, fez uma análise das principais empresas deste setor na B3 e pode te ajudar a chegar a essa conclusão.

Aliansce Sonae (ALSO3) – brMalls (BRML3) – Multiplan (MULT3) – Iguatemi (IGTI11), quem escolher?

Segundo a Levante Corp, as quatro companhias apresentaram, neste primeiro trimestre, resultados de Receita Líquida e EBITDA superiores ao primeiro trimestre de 2019, momento anterior à pandemia. Porém, a margem EBITDA recuou um pouco, com exceção do Iguatemi. Além disso, os níveis de ocupação estão em um patamar considerado satisfatório sendo que para Aliansce Sonae e brMalls este indicador está superior ao mesmo período em 2019.

Outros indicadores muito utilizados para avaliar shoppings centers é o SSS – Same Store Sales –, ou Vendas Mesmas Lojas e o SSR – Same Store Rent -, ou Aluguéis Mesmas Lojas. 

Nestes dois indicadores a Iguatemi e a Multiplan apresentaram forte crescimento em relação à 2019, 15% e 20% (SSS), 49% e 51% (SSR), respectivamente.

Na prática, podemos ler esses indicadores como o aumento das vendas das mesmas lojas que ocupavam o mesmo lugar em 2019, e o aumento do aluguel destas mesmas lojas comparados com 2019. 

Quando comparamos com o primeiro trimestre de 2021, no auge da pandemia, a alta é mais expressiva ainda, a Multiplan por exemplo apresentou SSS de 103,4% e o Iguatemi 70% para este período. Segundo os analistas, estes números são os principais indicadores da retomada do consumo nesta categoria.

Mas a Levante Corp chama a atenção para o lucro líquido, com exceção da Multiplan, que apresentou alta de 87%, as demais companhias apresentaram queda em relação a 2019. No caso da Iguatemi isso é explicado devido ao forte aumento das despesas financeiras que saiu de -R$3,2 milhões em 2021 para -R$126,6 milhões em 2022.

Confira o resumo dos principais indicadores de cada empresa.

A alta da taxa de juros e a deterioração do poder de compra das classes baixas e média, devido à inflação, são fatores que a Levante Corp considera afetar o setor de shoppings centers de maneira geral, porém, dentre as empresas algumas são mais impactadas do que outras. Neste sentido Aliansce Sonae e brMalls são mais sensíveis a conjuntura econômica atual devido ao público-alvo que atendem.  

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Independente de questões econômicas atuais, a Levante Corp recomenda a compra das ações da Aliansce Sonae, brMalls, e da Multiplan, sobre as ações da Iguatemi a empresa diz estar em análise e, por isso, não emitiu parecer.

Para Aliansce Sonae (ALSO3) é atribuído um preço alvo de R$35, brMalls (BRML3) R$12 e Multiplan (MULT3) R$28.

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