Por Thiago Boll 26 de agosto 2022
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Entenda como analisar as ações e saber se ela está cara ou barata

Uma das dúvidas mais comuns de quem está investindo em ações é justamente o que comprar. A resposta que vem à boca da maioria dos investidores mais experientes é: compre o que está barato!

Mas, afinal, o que é uma ação barata? Em linhas gerais é aquela empresa que negocia a patamares inferiores do que poderia negociar, sendo por má interpretação dos investidores, disfunção do mercado ou apenas por estar fora dos holofotes dos grandes gestores.

Ainda assim, como saber se uma ação ESTÁ barata? Aí o buraco é um pouco mais embaixo. É necessário utilizar algumas premissas de valuation, ou seja, fazer a “valoração” do tíquete.

Para isso, podemos utilizar alguns métodos diferentes, como o método comparativo, modelo de Gordon e o fluxo de caixa descontado. Mas, calma, vou explicar um pouco melhor cada um desses métodos.

O primeiro deles, como o nome mesmo já diz, é o método em que comparamos indicadores de diferentes ações. Vamos para um exemplo que podemos tentar visualizar melhor o método. Imagine que temos a ação A e a ação B, a ação A negocia a um P/L (preço sobre lucro) de 12, enquanto a ação B negocia a um P/L de 15. Neste caso, a ação A está mais barata que a ação B, logo faz mais sentido comprar a ação A!

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Porém, temos que ter algo em mente: é necessário comparar bananas com bananas e maçãs com maçãs. Ou seja, é necessário comparar empresas do mesmo setor, afinal comparar empresa do setor elétrico com empresa do setor de varejo, pois as premissas diferem bastante.

O segundo método, o modelo de Gordon, utiliza os dividendos futuros para calcular o preço justo de um ativo hoje. Ficou confuso, não? Vamos lá! Imagine que a ação pague dividendos recorrentes anualmente. A partir disso, trazemos esse fluxo de dividendos para o presente (data de hoje) e descobrimos o quanto vale aquela ação.

Aqui vou falar algo que muitos já devem estar imaginando: só é útil utilizar este método para empresas que possuem uma boa previsibilidade de pagamento de dividendos, ou seja, empresas que já estejam em um grau de maturidade maior. Logo, aquela sua ação de crescimento não é uma boa opção para utilizar este método.

O terceiro método foi deixado por último por um simples motivo: é o mais complexo e, por consequência, o método mais exato para calcular o valor justo de uma ação. O modelo de Fluxo de Caixa Descontado (FCD) utiliza os fluxos futuros de caixa para trazê-los a valor presente através de uma taxa de desconto, calculada a partir de diversos parâmetros, variando de analista para analista.

Aqui temos algumas peculiaridades que precisamos reconhecer: é muito mais difícil prever os fluxos de caixa e taxas de desconto, afinal trabalhamos com empresas que crescem (ou decrescem) a taxas que não conseguimos prever exatamente, mas somente ter uma previsão da maior probabilidade. É o método mais exato, assim como o mais difícil!

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Não gosto de dizer que há o melhor método, mas o mais adequado. Afinal, uma empresa que paga dividendos recorrentes e previsíveis, pode muito bem ser analisada pelo Modelo de Gordon, enquanto empresas que ainda estão com menos previsibilidade de investimentos são melhor descritas pelo Fluxo de Caixa Descontado ou pelo Método Comparativo.

Mas para quem não gosta de analisar preço justo de ação, fica a dica: utilize carteiras recomendadas para escolher seus ativos.

Uma sugestão é ler as carteiras recomendadas que estão disponíveis na área logada do Ihub Lounge. São gratuitas e com alta qualidade!

Por hoje, é isso. Te espero no próximo artigo!

Abraços!

Thiago Boll (@thiagoboll)

Professor Jovens na Bolsa e Analista CNPI