Recuperação judicial Oi: como ficam as ações de empresas nessa situação?
Entenda como as recuperações judiciais de empresas podem afetar o mercado financeiro
A Oi concluiu uma das maiores recuperações judiciais da história em 14 de dezembro de 2022, mas ainda enfrenta uma dívida significativa de R$18 bilhões, o que a levou a entrar novamente com um processo de recuperação judicial em março de 2023.
Dessa forma, essa nova ação é vista como uma tentativa de reestruturação, mas analistas expressam preocupação com a situação desafiadora da empresa, especialmente para os acionistas que já sofreram perdas nos últimos anos.
Com isso, a falta de lucratividade da Oi e sua incapacidade de cumprir pagamentos são apontadas como fatores que geram incerteza e levantam questionamentos sobre a competência da empresa em superar esses desafios.
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No entanto, embora a companhia tenha se valorizado nos últimos pregões, a situação continua sendo motivo de preocupação para os acionistas. Os especialistas ressaltam que a empresa precisa encontrar soluções sólidas e efetivas para garantir sua estabilidade financeira e reverter a falta de lucratividade, caso contrário, o futuro da Oi permanecerá incerto e os acionistas continuarão enfrentando riscos em relação ao retorno de seus investimentos.
Empresa continua afundada em dívidas
A Oi (OIBR3, OIBR4) continua enfrentando dificuldades em sua retomada, apesar de ainda ter um valor de mercado superior a R$1 bilhão. Após o término da primeira recuperação judicial, a empresa viu suas ações sofrerem uma desvalorização acelerada, e os rumores sobre um segundo pedido de recuperação judicial se concretizaram, impactando ainda mais seu desempenho na bolsa de valores.
Além disso, com a queda no valor das ações, a empresa também enfrentou a diluição de sua participação na V.tal, uma empresa de fibra óptica com abrangência nacional. A participação da Oi, que era de 42%, foi reduzida para cerca de 30%. Essa redução afeta ainda mais a capacidade da Oi de se recuperar financeiramente.
Outro fator que prejudicou a Oi foi a venda de sua operação móvel, resultando em uma diminuição significativa de sua geração de caixa. Em abril de 2022, a empresa concluiu a venda de seus ativos móveis para concorrentes como TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro, por um valor de R$16,5 bilhões, durante um leilão realizado em dezembro de 2021. Essa venda reduziu ainda mais as oportunidades de receita da empresa e aumentou os desafios em seu processo de recuperação.
Recuperação judicial é a última chance antes da falência?
A recuperação judicial não deve ser encarada como a última chance antes da falência, de acordo com especialistas. Pedro Almeida, do escritório GVM, destaca que esse mecanismo não é necessariamente um precursor da falência, mas sim uma forma de superar crises temporárias de liquidez e realizar reorganizações societárias e patrimoniais.
Nesse sentido, ele explica que a recuperação judicial visa solucionar situações em que a empresa enfrenta dificuldades financeiras imediatas, como a falta de recursos para cumprir suas obrigações de curto prazo.
Portanto, mesmo em um segundo processo de recuperação judicial, ainda existe a possibilidade da empresa encontrar soluções para sua liquidez e reverter sua situação financeira. A recuperação judicial oferece um caminho para reestruturação e visa preservar a empresa, possibilitando que ela supere as adversidades e retome sua estabilidade financeira.
Segundo uma avaliação do BTG Pactual, a companhia enfrenta uma série de problemas judiciais que ainda podem impactar o fluxo de caixa da empresa, ajudando a justificar seu pedido de auxílio. Assim, segundo os cálculos da equipe do BTG, a empresa ainda teria que desembolsar pelo menos R$ 1,7 bilhão nos próximos três anos apenas em depósitos judiciais.
Como previsto pela XP Investimentos, a Oi não integrou o Ibovespa no rebalanceamento de janeiro de 2023. Com isso, em março, foi anunciada a apresentação do novo plano de recuperação da empresa este ano e a pressão em cima da Oi S.A. está maior. Atualmente, a recomendação da XP para as ações da Oi é de “não compra” e o futuro da companhia permanece incerto.
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