Risco de recessão faz bolsas americanas entrarem em zona de bear market, Ibovespa segue na contramão
Confira o boletim semanal da quarta semana de maio
Com forte sentimento de recessão à frente, as bolsas americanas encerraram mais uma semana com fortes quedas. O temor de que a economia possa desacelerar, devido à inflação e a retirada de estímulos pelo FED, fez o S&P chegar a entrar na zona de bear market, que é quando ocorre uma correção de mais de 20%.
Na última sexta-feira, a bolsa recuperou ao longo do dia e fechou cerca de 19% abaixo do seu topo em janeiro deste ano. Já a Nasdaq, bolsa americana que negocia a maior parte das empresas de tecnologia, está tecnicamente no bear market e amarga queda de 28% em 2022.
George Ball, presidente da empresa de investimentos Sanders Morris Harris, comentou: “O bear market médio dura um ano (338 dias, mais precisamente). Essa desaceleração durou apenas um terço disso, então, provavelmente tem mais espaço negativo para correr”.
O tom do mercado endureceu com as recentes falas do presidente do FED, Jerome Powell, o qual foi taxativo ao afirmar que, o aperto monetário continuará até que sejam vistas evidências claras e convincentes de que a inflação está voltando para a meta de longo prazo, que é de 2% ao ano.
Este fenômeno inflacionário global atinge também a Europa. A inflação no Reino Unido está em seu maior patamar desde 1982, alcançando 9% em abril. Na Zona do Euro, temos o mesmo efeito, inflação recorde de 7,4% em abril.
Os analistas têm criticado o Banco Central Europeu por entender que os parâmetros necessários para que haja um aumento da taxa de juros de 0,5% já aconteceram. Assim, o mercado já trabalha com essa hipótese para as reuniões de junho ou julho.
Na China, os números já refletem a política “Zero Covid” determinada pelo governo, impondo severas restrições de locomoção e fechamento do comércio. A produção industrial caiu 2,9% e as vendas no varejo, 11,1%, no comparativo anual.
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Diante disso, o Banco Central anunciou corte na sua taxa de juros para empréstimos, de 4,60% para 4,45%, maior queda desde 2019.
O país também apresentou queda nas vendas de moradia de -32,2%, antecedida por uma queda de 25,6% no primeiro trimestre. Soma-se a isso o aumento da taxa de desemprego urbano, que passou a ser de 6,1%, contra a máxima histórica de 6,2%.
Cenário local
No Brasil, o Ibovespa segue se sustentando em terreno positivo indo na contramão das bolsas internacionais, e o principal motivo para isso é a nossa forte exposição do índice à commodities.
Por sete votos favoráveis e um contrário, o Tribunal de Contas da União aprovou o processo de privatização da Eletrobrás, estatal que tem o foco na geração e transmissão de energia.
O processo que teve início ainda no governo do presidente Michel Temer deve movimentar R$67 bilhões, dos quais cerca de R$25,3 bilhões serão pagos direto ao Tesouro Nacional.
Confira como o mercado encerrou a semana
Destaques do Ibovespa
Veja as empresas que mais valorizaram e as que mais se desvalorizaram na semana
O grande destaque positivo da semana foram as ações da Locaweb (LWSA3), a XP atribuiu a alta à compra que a gestora de recursos General Atlantic fez de ações da companhia na última semana. Foi realizado um block-trade e as ações chegaram a subir mais de 14%.
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Para o destaque negativo, as ações da Hapvida (HAPV3) caíram quase 18%. A XP atribui essa queda aos resultados apresentados pela companhia referentes ao primeiro trimestre de 2022.
Trazendo os resultados consolidados, e com a operação da Notre Dame, a empresa apresentou um prejuízo de R$182 milhões. O EBITDA foi de R$284,4 milhões, o que representou uma queda de 39,1%.
Câmbio e juros
O dólar encerrou a semana com queda de -3,56% em relação ao real, cotado em R$ 4,88/USD.
Já a curva dos juros futuro DI, com vencimento em janeiro de 2031, apresentou queda de -45bps na semana e atingiu o patamar de 12,01%.
Confira os assuntos que podem impactar seus investimentos essa semana
No cenário internacional, o destaque será para a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do FED – Federal Reserve – e o Deflator de Consumo Pessoal dos EUA, que é a medida de inflação preferida do FED.
No Brasil, segue a temporada de balanços na B3. Além disso, no cenário macroeconômico, é aguardada a prévia do IPCA-15 de maio e a criação de novas vagas formais de emprego em abril (CAGED).
Confiram quem divulgará seus números esta semana:
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