Expectativa pela decisão do Copom dita o ritmo nesta semana
Nos EUA, o Federal Reserve manteve a taxa de juros entre 5,25% e 5,50%
A semana foi destacada por turbulências no Ministério da Fazenda, afetando a percepção de estabilidade política. O IPCA de maio registrou uma aceleração, refletindo os primeiros impactos da tragédia climática no Rio Grande do Sul.
Em Wall Street, o Federal Reserve (FED) manteve as taxas de juros entre 5,25% e 5,50%. Os dados de inflação apresentaram um alívio, com o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) e o Índice de Preços ao Produtor (PPI) registrando valores abaixo das expectativas do mercado.
Na Europa, o euro apresentou um desempenho fraco em relação ao dólar, diante do avanço da extrema direita na União Europeia. Na China, a baixa inflação continua a refletir uma atividade econômica aquém das expectativas.
Cenário Local
No mês de maio, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma aceleração para 0,46%, após ter ficado em 0,38% em abril. Esse aumento reflete os primeiros impactos da tragédia climática ocorrida no Rio Grande do Sul.
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Paralelamente, a deterioração na percepção do risco fiscal resultou em um desempenho inferior ao real em comparação com outras moedas estrangeiras. Por outro lado, indicadores de abril apontaram uma robustez nos setores de varejo e serviços, demonstrando resiliência na atividade econômica.
O Ibovespa fechou a semana em nova baixa, registrando uma queda de 0,9% em reais e 2,6% em dólares, encerrando aos 119.662 pontos. No cenário doméstico, as atenções continuam voltadas para as declarações do governo acerca da política fiscal.
O destaque positivo da semana foi São Martinho (SMTO3), que subiu 8,8% devido a um movimento técnico. A empresa divulgará seus resultados em 17 de junho. Em contrapartida, as maiores quedas foram observadas nas ações cíclicas, como Cogna (COGN3), que recuaram 7,2% impactadas pela inclinação da curva de juros.
Juros
Os juros futuros no mercado local apresentaram movimentos variados ao longo da curva. Nos vencimentos de curto prazo, houve uma estabilidade, enquanto a partir de janeiro de 2026 observou-se um fechamento de dois dígitos nas taxas, com destaque para o vértice de janeiro de 2027. Nos Estados Unidos, os rendimentos dos títulos soberanos seguiram uma direção oposta, resultando em um recuo das taxas das Treasuries, os títulos da dívida do Tesouro americano.
Câmbio e Commodities
Na semana passada, o Real sofreu uma desvalorização significativa, elevando a taxa de câmbio para R$/US$ 5,40. Esse movimento foi amplamente influenciado por incertezas políticas e fiscais no cenário doméstico. A moeda brasileira registrou uma queda de 0,5% em relação ao dólar, enquanto outras moedas de mercados emergentes, de acordo com o índice MSCI, apresentaram um enfraquecimento de apenas 0,1%.
Segundo análise da XP, apesar dos riscos, a projeção para a taxa de câmbio permanece em R$/US$ 5,00 para o final de 2024 e R$/US$ 5,15 para o final de 2025. Esse otimismo se deve ao aumento do diferencial de juros e a fundamentos que indicam que, nos níveis atuais, o Real está subvalorizado.
O minério de ferro teve um desempenho misto na última semana. A produção de metal quente aumentou e o setor imobiliário ganhou apoio financeiro do banco central da China, mas, ainda assim, os contratos futuros caíram 1,7% no período.
Na sexta-feira, os contratos na Bolsa de Dalian subiram 1,97%, fechando a 827,50 iuanes (114,05 dólares) por tonelada, enquanto na Bolsa de Cingapura o contrato de referência para julho teve uma alta de 0,23%, alcançando 107,1 dólares por tonelada. No entanto, os elevados estoques portuários na China continuam a pressionar os preços para baixo.
Os preços do petróleo registraram um aumento de 4% na semana passada, marcando o maior crescimento semanal desde abril. Apesar de uma leve queda na sexta-feira, causada pela deterioração do sentimento do consumidor nos Estados Unidos, o Brent fechou a 82,62 dólares por barril, e o WTI a 78,54 dólares. A previsão de uma forte demanda para 2024 sustentou os preços ao longo da semana.
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Renda Fixa
Taxas de renda fixa mantiveram-se elevadas, com as NTNBs registrando patamares superiores a IPCA+6,20%. No mercado secundário de Crédito Privado, observou-se uma queda nos spreads das debêntures indexadas ao CDI ao longo da semana. Já para as Debêntures Isentas, os spreads voltaram a se abrir.
Perspectiva para a semana
No Brasil, o destaque da semana será a decisão de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para quarta-feira. A expectativa da XP é que a taxa seja mantida em 10,50%. Além disso, serão divulgados os dados de arrecadação federal. Nos Estados Unidos, as atenções estarão voltadas para as vendas no varejo. Já na China e na Inglaterra, as decisões sobre suas respectivas taxas de juros serão o foco principal.
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