Estados Unidos reage a queda de rating pela Fitch
Mercado espera balanços da Gerdau e Itaú, além da ata do Copom, para esta semana
Na última semana, o mercado norte-americano apresentou queda devido ao downgrade do rating dos EUA pela Fitch e ao balanço abaixo do esperado da Apple. No país, a atividade manufatureira apresentou maior retração em julho, indo para 44,4 pontos, contra 48 de junho.
Além disso, na Europa, o Banco Central da Inglaterra subiu os juros em 0,25%, para 5,25%, devido à inflação ainda persistente no país.
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Cenário Local
O Ibovespa teve uma semana de ligeira queda com balanços corporativos de Petrobras e Bradesco abaixo da expectativa. No entanto, a queda da Selic em 0,50% segurou uma maior realização do mercado local. No Brasil, a produção industrial variou +0,1% em junho e +0,3% na comparação anual.
A semana passada foi marcada por uma série de eventos que influenciaram o desempenho do Ibovespa, resultando em uma queda de 0,57% ao fechar em 119.508 pontos. Dentre os fatores que afetaram o mercado, destaca-se o corte de juros na Selic e os avanços na temporada de resultados.
O Banco Central optou por um início de ciclo mais agressivo, promovendo um corte de 50 pontos base na taxa Selic. Essa decisão foi um divisor de águas e gerou opiniões divididas entre os diretores do Copom. A maioria votou a favor do corte maior, levando em consideração os efeitos defasados da política monetária e a recente melhora nas expectativas de inflação.
No cenário político, a atenção se voltou para a segunda fase da reforma tributária, focada na renda. Espera-se que as mudanças incluam alterações no IRPJ, o fim da isenção tributária de dividendos e a eliminação dos juros sobre capital próprio (JCP). No entanto, há incertezas quanto à sua aprovação devido a impasses políticos, uma vez que essa iniciativa já foi discutida anteriormente sem sucesso.
No setor corporativo, a temporada de resultados foi um dos destaques da semana. Algumas empresas apresentaram desempenho positivo, como a Embraer, que demonstrou melhorias na comparação trimestral e anual. A Tim também se destacou, com um lucro líquido acima das expectativas. Por outro lado, o Bradesco enfrentou dificuldades para crescer e rentabilizar sua carteira de crédito, enquanto a Petrobras, apesar do forte desempenho financeiro, não atingiu os mesmos níveis apresentados em resultados anteriores.
Olhando para frente, na próxima semana, o mercado aguarda a divulgação da ata do Copom, que provavelmente reforçará a expectativa de mais cortes de 50 pontos base nas próximas reuniões de 2023. Além disso, a divulgação do IPCA de julho será acompanhada de perto, com projeção de leve alta de 0,01% m/m, refletindo uma expansão interanual de 3,87%. Ademais, a expectativa do mercado quanto a uma possível decisão da Petrobras sobre reajustes em combustíveis também influenciará as projeções de inflação.
Apesar dos desafios enfrentados durante a semana passada, os investidores institucionais mantêm um cenário positivo para a bolsa. A XP realizou uma pesquisa com investidores institucionais, que revelou que quase metade dos investidores planeja aumentar sua exposição a ações no curto prazo, enquanto 38% pretendem manter suas posições atuais. Esse sentimento otimista indica uma perspectiva promissora para os próximos meses no mercado financeiro.
Fluxo estrangeiro
Agosto começou com fluxo estrangeiro com retirada de R$ 2,775 bilhões até o dia 03/08, no ano, o fluxo está positivo em R$ 21,35 bi.
Confira o comentário técnico por Gilberto Coelho Jr.
O IBOV fechou abaixo dos 119.700 confirmando a perda da média de 21 dias, sugerindo reversão de tendência para baixa no curto prazo. Uma perda dos 119.000 pode levar a teste dos suportes em 115.700 ou 108.190. O sinal de alta seria retomado com um fechamento acima dos 121.500 com projeções em 123.000 ou 127.400.
O SP500 fechou com candle de baixa e perdeu a média de 21 dias, sugerindo reversão da tendência de curto prazo para baixa. Abaixo dos 4.474 aumenta a chance de teste dos suportes em 4.377 ou 4.320 O sinal de alta seria retomado com um fechamento acima dos 4.540 projetando de 4.605 a 4.745.
O dólar futuro fechou em baixa e sem superar a máxima anterior, interrompendo o sinal de alta de curto prazo e respeitando a LTB do canal baixista. Uma perda dos 4.868 favorecerá teste de suportes entre 4.840 ou 4.727 em fundo recente. Caso supere os 4.950 retomaria sinal de alta de curto prazo mirando resistências em 5.005 ou 5.220. O IFR saiu de sobrecompra favorecendo quedas.
Juros
A curva de juros nos vencimentos curtos e médios recuaram após corte de 50 pts na Selic. Enquanto, os vencimentos longos ficaram na estabilidade, travados pela subida dos treasuries norte-americanos, após downgrade de rating dos EUA pela Fitch.
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Câmbio e Commodities
O real se desvalorizou com piora de cenário externo, e investidores buscando proteção. Nas commodities, o minério de ferro recuou esta semana, pesando nos metais e agrícolas. Já o barril de petróleo subiu, com Arábia Saudita e Rússia segurando a produção de petróleo.
Renda Fixa
As taxas de renda fixa recuaram com mais força após a decisão do Copom. As emissões de crédito privado continuaram a todo vapor com empresas AAA realizando emissões grandes a taxas atraentes.
Perspectivas para a semana
No mercado local, os investidores estarão atentos nos desdobramentos da reforma tributária, IPCA e ata do COPOM, além dos resultados da Gerdau e Itaú. No exterior, a temporada de balanços corporativos continuará, além de dirigentes do FED e Inflação ao consumidor.
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