Por iHUB 16 de setembro 2022
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Se aprovado, os BDRs Nível III do Nubank passam a ser BDRs Nível I

Com menos de um ano do IPO realizado no Brasil, o Nubank anunciou ao mercado, na última quinta-feira (15/09), seus planos de deixar a bolsa brasileira. A fintech afirmou que passará por uma reestruturação das suas BDRs (Brazilian Depositary Receipts), convertendo de nível III, para nível I, nesse cenário, a empresa deixa de ser listada como companhia de capital aberto na B3, e mantém o status apenas na bolsa de Nova Iorque (NYSE).

Cerca de 7,5 milhões de clientes podem ser afetados com a decisão do banco digital. Vale lembrar que no lançamento do IPO, o Nubank distribuiu mais de 800 mil BDRs na B3, em dezembro de 2021. A fintech ainda realizará a requisição do cancelamento de emissor estrangeiro no Brasil e a reestruturação precisa ser aprovada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Para a manutenção das listagens nas bolsas de valores é necessário manter uma estrutura de governança, fator que gera esforços e incorre em custos para a empresa. Nessa dupla listagem, as operações eram feitas em duplicidade, tornando os custos bastante onerosos para o Nubank. O motivo para a mudança seria “maximizar a eficiência e minimizar redundâncias consequentes de uma companhia aberta em mais de uma jurisdição”. Com isso, a fintech espera ter mais eficiência administrativa.

A deslistagem, num momento de reestruturação, pode vir a fazer sentido em termos financeiros. A empresa está muito focada em redução de custos, em geral resultado operacional positivo, o banco digital já vem a bastante tempo pregando isso. O panorama macroeconômico de aumento de juros americanos e redução da oferta de liquidez global são alguns fatores de influência na decisão.

Segundo Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, a estratégia de lançamento de IPO, em 2021, no Brasil não era necessária: “O Nubank poderia muito bem ter feito a emissão apenas lá fora. Apenas a NYSE já absorveria tranquilamente a emissão, sem a necessidade de fazer também no mercado brasileiro. A decisão de realização em conjunto parece ter sido muito mais uma estratégia de marketing do que financeira.

O cenário atual gera um ruído na imagem da empresa. A marca, de certa forma, fica estremecida, principalmente para o acionista minoritário, aquele correntista nubank que possuía papéis. As ações do Nubank, geralmente, tinham indicação de venda ou eram neutras. “Em termos de valuation, os papéis eram considerados caros. Não era um papel que os investidores mais experientes costumam ter na carteira e sua liquidez já é relativamente limitada.”, comenta Paulo Cunha.

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Como será a mudança no caso dos clientes que ganharam BDRs pelo programa NuSócios?

Os clientes “NuSócios” continuarão com as mesmas opções que sempre tiveram: seguir como acionistas ou vender seus papéis. 

O pedacinho (BDR Nível III) do Nubank oferecido no IPO, já tinha um período de restrição de um ano. Ou seja: somente depois de um ano do IPO, clientes que aceitaram o pedacinho poderiam vendê-lo, ou seguir como investidores da empresa.

Para Paulo Cunha, a opção de venda dos papéis será mais viável: “Acredito que aconteça a venda dos BDRs. O público principal do Nubank é de nível varejo. As ações irão perder liquidez nesse cenário. Mesmo com o aumento da oferta de corretoras que operam lá fora, a transferência de título pode não acontecer. Dependendo do valor em questão, não vale a pena enfrentar a burocracia do processo e muitos investidores não possuem a informação completa para a portabilidade”.

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Como isso pode te impactar caso você seja acionista?

Os acionistas terão três opções com a mudança do BDR de nível 3 para nível 1:

  • – Fazer a migração para receber BDRs de nível I, na proporção de 1 para 1; 
  • – Se possuir ao menos 6 BDRs de nível III, trocar por ações ordinárias de classe A, negociadas na NYSE; 
  • – Vender os BDRs de nível III no mercado.

Os clientes que optarem pela migração da BDR terão de esperar até dezembro de 2022 para escolher o que fazer com o investimento. Isso porque a adesão ao programa, prevê um período de restrição de venda com duração de um ano a partir do IPO.

Apesar da saída do Brasil, todos os documentos para os investidores continuarão a ser divulgados em português. Todos esses passos estarão no app do Nu ao longo dos próximos meses. Por lá, será possível fazer a sua escolha de como deseja seguir com os BDRs. 

Antes de investir, é importante consultar um especialista. Preenchendo o formulário abaixo, um assessor da nossa empresa parceira, poderá te ajudar a construir uma carteira ideal para o seu perfil.