Por Erick Melo de Figueiredo 18 de março 2022
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Confira como o investidor deve manter o emocional para não cometer erros visando apenas o curto prazo

Na estreia da minha coluna no iHUB Lounge, e pela relevância dos últimos acontecimentos que impactam a geopolítica global e, consequentemente, o seu portfólio, optei por compartilhar um pouco da visão de Ray Dalio, o fundador da gestora Bridgewater, que administra US$155 bilhões, com mais de 330 investidores institucionais espalhados pelo mundo.

Segundo Dalio, os eventos que mais surpreendem o mercado, “fazendo a precificação dos ativos mudar rapidamente”, são aqueles que não acontecem dentro do nosso limitado tempo de vida, ou seja, não trazemos em nossa memória qual deveria ser o justo valor entre os diferentes ativos, após rearranjo de forças geopolíticas. 

Tenho razões para acreditar que, por não ter vivido essa experiência de correlação anteriormente, esse fato pode causar agonia e medo devido à crescente incerteza das consequências para o futuro pessoal e financeiro dos investidores.

Caso as eventuais volatilidades sejam na direção oposta dos investimentos que estão no portfólio do investidor, a incerteza, o medo do desconhecido, pode causar pânico e levar a decisões altamente emocionais de compra ou venda de ativos.

A busca desesperada por finalizar um sofrimento potencializado pelo desconhecido, e policiado pelo superego – um dos três agentes que interagem na consciência do psíquico, segundo a teoria psicanalítica de Freud -, são responsáveis por esse estado que o investidor venha a passar.

A pressão do superego com frequência acompanha crítica, culpa, além de ser capaz de agredir internamente o investidor, fazendo com que apresente um estado de baixa autoestima, além de causar uma espécie de “curto-circuito” na racionalidade econômica que o guiou na construção de um portfólio de longo prazo, bloqueando a visão racional que pode vir a se encontrar totalmente focado nas notícias de curto prazo, em detrimento do foco correto, longe do imediatismo.

O Investidor se esquece, que critérios rigorosos de escolha de cada ativo que compõe o portfólio global é a base essencial de administração de risco do como um todo e, mais uma vez, foi construído ao lado de um assessor de investimentos, com fundamentos sólidos.

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A busca incessante do superego por culpados e o foco em punir a si mesmo pode agravar a situação, causando distanciamento dos profissionais que mais poderiam ajudar neste momento. 

Em casos assim, o investidor deixa de escutar e enxergar oportunidades, de forma geralmente inconsciente, por estar míope com a “tragédia” que sente, esquecendo que as escolhas dos ativos do portfólio foram feitas com critério racional de longo prazo.

É válido lembrar que na vida o bom geralmente é inimigo do ótimo, e condições ideais são raras. Portanto, a força mental e emocional são relevantes e fazem diferença, no ponto de vista de trazer para a consciência que a volatilidade de curto prazo virá com frequência, quando se busca retorno de longo prazo.

Como Dalio explica, dentro dos grandes ciclos existem pequenos ciclos dentro dele. Outro exemplo, apenas ilustrativo (tema para outra coluna), está na teoria de Elliott Wave, a qual afirma que a precificação dos ativos acontece em 5 ondas, 3 de impulso para cima e 2 corretivas, e depois da quinta onda uma correção em ABC anterior a próxima onda de 5. Com ondas menores dentro das maiores formando os ciclos e contra ciclos, onde o investidor escolhe o melhor momento de entrada, para eventualmente surfar o ciclo mais longo.

O fato é que em Wall Street, existe um ditado que se popularizou na década de 1980, que diz “no pain, no gain”, ou seja, o investidor que “não arriscar volatilidade de curto prazo, não concorrerá a chance de retorno esperado de longo prazo”. 

Se você estiver apresentando sinais como os descritos acima, o recomendado é ter calma e foco no longo prazo, lembrar que o dever de casa na montagem do portfólio foi robusto em conjunto com um time de assessores experientes e comprometidos, não apenas com a capabilidade na seleção criteriosa dos ativos que compõem a carteira, e com a consciência de volatilidade de curto prazo frequentemente acompanha as posições que buscam retorno de longo prazo. 

É fundamental a contribuição dos assessores e analistas durante todo o processo, mas sobretudo no início e continuidade da análise de risco do portfólio do investidor, sob criteriosa seleção individual e graduação objetiva entre as opções de investimentos, através de análise comparativa e relativa dos retornos ex-ante – baseado nas previsões em detrimento de resultados passados, ou seja olhando pra frente e não para o retrovisor – de cada ativo, versus sua volatilidade ex-ante, ao qual chamamos de análise de Sharp Ratio ex-ante.

Ressaltamos que, principalmente para portfólios no meu segmento de atuação, que é para pessoa física highwealth (acima de R$10 milhões de liquidez) e Ultrahighwealth (acima de R$50 milhões de liquidez), a construção e constante análise de diagnóstico e consequentes ajustes podem serem feitos. 

Um bom assessor ou profissional habilitado faz a diferença principalmente em momentos de tensão global, assim como uma boa equipe médica em um ótimo serviço pode ser a diferença entre o veneno e a cura, no diagnóstico de cenários e probabilidades dos portfólios ocorre o mesmo.

Veja, por exemplo, a mudança geopolítica estrutural atual – mas, de certa forma, esperada por quem analisa o passado – para tomar decisões sobre o futuro. 

Entretanto, poderia ter sido totalmente inesperada ou oculta na montagem do portfólio se o investidor em conjunto com time de assessores mais desavisados das possibilidades, ou seja, uma mudança nas ordens e forças globais, impactando nos prováveis resultados, ex-ante, dos retornos do investidor deve-se com certeza tomar atitudes de “correção de rota” do portfólio e cabe à relação entre assessor e investidor criar esse ambiente saudável de ganha-ganha.

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Caso você queira saber mais, recomendo clicar no link abaixo, e “devorar” na íntegra os ensinamentos de Ray Dalio, que demonstra de uma forma muito simplista a importância de olhar para história, a fim de buscar respostas para o futuro:

Neste vídeo, Dalio esclarece os princípios racionais dessas relações, através de fatos históricos dos últimos 500 anos e seus ciclos, onde verificou-se várias repetições nas surpresas que mudam a ordem geopolítica global, e cada vez que um fato significou uma mudança da ordem interna de cada país, ou um rearranjo geopolítico significativo com impactos na precificação dos ativos de formas semelhantes.

Do ponto de vista do investidor de longo prazo, tenho razões para acreditar que absorver esse vídeo ajudará você a compreender como as mudanças geopolíticas que estão acontecendo agora podem e devem afetar seus investimentos e retornos. Por esta ser uma das mudanças relevantes na ordem histórica, e que ao contrário do que muitos dizem, era de certa forma uma questão de prever “quando” aconteceria, em detrimento de “se” poderia acontecer.

Intrigante do ponto de vista pessoal, Dalio e eu iniciamos nossas carreiras no mercado financeiro como clerk de bolsa de valores de Nova York. 

Apesar que ele iniciou três anos antes do meu nascimento, na NYSE (bolsa de ações de NY) em 1971, já eu tive meu debute na NYMEX/COMEX/NYBOT (bolsas de commodities, metais, energia, alimentos em NY) onde trabalhei entre os anos de 1999 e 2002. 

Inclusive, me especializei em derivativos atuando como “market maker” e me tornando “trader” de ações da bolsa eletrônica NASDAQ (naquele período todas os pregões das bolsas de valores eram presenciais e viva voz, o chamado “open outcry”) naquele período.

Estamos vivendo história, com mudanças significativas no cenário geopolítico global e seus investimentos podem ser robustamente interferidos por essas mudanças, sendo aconselhável uma avaliação e diagnóstico constante nos portfólios.

Ficou com alguma dúvida sobre como o emocional é importante diante das mudanças na precificação dos ativos? Preencha o formulário abaixo, e um especialista da iHUB Investimentos, empresa parceira do iHUB Lounge entrará em contato com você.