Por Paulo Cunha 30 de novembro 2022
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Após lua de mel, mercado financeiro entra em modo de aversão a risco e dólar sobre 2%

Após uma primeira semana de “lua de mel” com o mercado ainda apostando em um governo preocupado com a responsabilidade fiscal, veio o banho de realidade com declarações totalmente contrárias. Desde o início de novembro, o mercado acionou um modo de aversão a risco e o Ibovespa já acumula mais de 3% de queda e o dólar sobe 2%. 

No entanto, o indicador mais sensível tem sido o juro futuro, que saltou da casa dos 11,75% para 13,75%, considerando o DI1F25 por exemplo, sendo a maior alta mensal nos últimos 12 meses.

Este movimento dos juros resultou em várias suspensões de negociações na plataforma tesouro direto, devido à volatilidade, e as taxas oferecidas aumentaram substancialmente, chegando em alguns momentos, acima de IPCA + 6% para vértices mais longos como 2035, por exemplo. Algumas casas de análise já apostam em uma SELIC perto de 15% ao longo de 2023, ainda que sendo a minoria delas por enquanto. 

Discussões sobre PEC de gastos, futuros ministros da Fazenda e Planejamento, assim como quem serão os gestores das estatais devem continuar trazendo volatilidade no mercado. Cálculos de projeção da dívida pública também viraram tema frequente, inclusive artigo da XP cita que ela pode ultrapassar a casa de 100% do PIB em 2026.

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Refresco no cenário internacional?

Apesar da queda no mês de novembro, o desempenho da Bolsa brasileira poderia ter sido pior se não fosse uma melhora da percepção de risco no cenário internacional. A inflação Global começa a dar sinais de desaceleração e isso tem tirado a pressão em cima do Fed e dos principais bancos internacionais, ainda que de forma muito preliminar. Isso contribuiu para uma alta de mais de 10% desde as mínimas ocorridas no mês de setembro.

A Guerra entre Rússia e Ucrânia também aparentemente parece estar terminando e isso tem tirado a pressão nos preços do petróleo, gás e energias em geral. No entanto, o risco de recessão nas principais economias continua alto, com o mercado prevendo 60% de chance de correr nos EUA em 2023, quanto na Zona do Euro chega a 80% devido a crise energética.

Outro ponto de atenção é a China que continua a implementar a política de COVID zero enquanto o mundo, de maneira geral, já superou a Pandemia. Isso tem trazido volatilidade nos preços dos metais, sendo responsável pela queda das mineradoras e siderúrgicas brasileiras em meses anteriores.

Leia também: FED sinaliza altas mais brandas nos juros norte-americanos

Até outubro a Bolsa brasileira era uma das principais performances positivas no ano de 2022.

Assim como o real, era a moeda mais valorizada entre as principais economias:

Uma imagem contendo Gráfico

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Apesar de tudo, a Bolsa brasileira continua atrativa?

Negociando a um P/L de 7,00 e com 40% de desconto com relação à média histórica, a XP estabelece o valor justo para o Ibovespa em 135 Mil pontos para o final de 2023. No entanto, ponderam que a escolha dos ativos será um fator crucial para um bom desempenho da carteira ao longo do ano.

Gráfico

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Observando por setores, vemos que “Materiais” e “Energia”, seguem sendo os mais descontados. Vale dizer que estes setores possuem um peso relevante devido aos papéis de Petrobras e Vale.

Renda Fixa

Com riscos fiscais aumentando devido a PEC de transição e incerteza da equipe econômica, as taxas das RF atingiram patamares elevados. Já é possível encontrar pré-fixados mais longos a 15%-16% a.a e títulos públicos em inflação atingindo taxas IPCA+6%, que não se viam desde 2018.

O mercado de emissões de crédito privado também voltou a se aquecer em novembro, com empresas sólidas, de capital aberto e risco de crédito “AAA” atingindo IPCA+7%, isento de IR.

O que ficar atento em 2023?

A XP traça os principais pontos a se monitorar ao longo do próximo ano, que traz pontos de atenção tanto no Brasil quanto Globais, ambiente deve continuar sendo de cautela:

  1. Taxas de Juros: em que momento os BCs irão parar o ciclo de aperto monetário?
  2. Riscos maiores de recessão: principalmente vindos da EUA e Europa
  3. China: que pode impulsionar a economia global caso haja uma reabertura integral, ou adicionar mais desaceleração com a continuação da política COVID zero.
  4. Brasil: Futuro das políticas fiscais e plano econômico de governo.
Gráfico, Gráfico de linhas

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Mapa de Riscos:

Diagrama, Linha do tempo

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Indicadores do mês de Outubro de 2022

Confira abaixo o fechamento de resultado dos indicadores do mês de Outubro de 2022:

  • IPCA: +0,59%
  • CDI: 1,07%
  • DOLAR: -4,20%
  • IBOVESPA: +5,45%
  • S&P: +7,99%
  • Nasdaq: +3,90

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