Marco Cambial, quais os impactos da nova medida?
Entenda as mudanças que são perceptíveis após 6 meses da implantação do marco cambial
Em dezembro de 2022, o Banco Central do Brasil lançou a Resolução BCB 277, uma nova legislação que aborda questões relativas ao mercado de câmbio, que com as alterações seguintes, viria a se chamar de novo marco cambial.
Nesse sentido, o desenvolvimento e promulgação dessa resolução foram submetidos à consulta pública por meio do Edital de Consulta Pública (ECP) 90/2022. Essas medidas buscam modernizar e adaptar o mercado de câmbio do Brasil ao ambiente global, estabelecendo um novo marco regulatório para as transações cambiais no país.
O novo marco cambial
O novo marco cambial brasileiro, que começou a vigorar em 30 de dezembro de 2022, traz uma série de alterações importantes para indivíduos e empresas no que se refere a operações internacionais. Dessa forma, estas mudanças, que englobam transferências internacionais, declaração de valores em viagens e operações de compra e venda de moedas estrangeiras, foram introduzidas e aprovadas pelo Senado em 2021.
Com isso, este novo marco cambial é uma maneira simplificada de referir-se a um extenso conjunto de leis e normas que foram recentemente flexibilizadas e atualizadas. O objetivo dessas alterações é proporcionar um impacto positivo para pessoas físicas, jurídicas e instituições, tornando mais eficiente o sistema financeiro e as transações internacionais.
Por fim, o Banco Central do Brasil tem sido fundamental por suas iniciativas inovadoras, fomentando o uso de tecnologia e promovendo uma regulamentação moderna. Contudo, o mercado de câmbio do país vinha há algum tempo necessitando de uma atualização, a qual foi finalmente concretizada com o lançamento deste novo marco. Assim, esta nova regulamentação é vista como um passo crucial para a modernização do sistema financeiro do país.
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Principais características e benefícios
O novo marco cambial do Brasil trouxe consigo uma revisão extensiva das leis e normas federais. Várias delas foram modificadas, revogadas e algumas até mesmo criadas do zero. Uma mudança importante permite que os exportadores brasileiros de serviços e mercadorias estrangeiras possam agora receber fundos retidos no exterior em operações contra o narcotráfico. Com isso, esses empreendedores ganharam a liberdade de alocar, investir, financiar ou conceder empréstimos no território nacional.
Além disso, outro aspecto relevante diz respeito aos limites para registros de capitais estrangeiros no Brasil. Os limites no antigo RDE-IED e RDE-ROF, agora SCE-IED e SCE-ROF, foram aumentados, flexibilizando o fluxo de entrada de recursos em moeda estrangeira. Adicionalmente, o prazo para contratação de câmbio futuro foi expandido de 360 para 1.500 dias.
Houve também alterações nas regras para empréstimos e investimentos externos. Por exemplo, empréstimos do exterior agora só necessitam ser registrados no Banco Central a partir de US$ 1 milhão, e os Investimentos Externos Diretos (IED) só requerem registro prévio quando a contratação cambial for para valores iguais ou superiores a US$ 100 mil. As novas formatações cambiais foram regulamentadas e os limites operacionais de instituições foram aumentados, permitindo que estas tenham posição própria cambial.
Além disso, para os indivíduos, a Receita Federal atualizou os valores que os viajantes precisam declarar em viagens internacionais, elevando o limite de R$ 10 mil para US$ 10 mil, alinhando o Brasil com as práticas das principais economias globais. A compra e venda de moeda estrangeira em espécie entre pessoas físicas também foi legalizada, desde que respeitando o limite de US$ 500 por transação e sem fins lucrativos.
Novo marco cambial e economia brasileira
A reformulação do mercado de câmbio brasileiro tende a estimular a competição entre os agentes do setor, por meio da inovação, simplificação e corte de custos operacionais. Com isso, o resultado esperado é que os clientes se beneficiem de tarifas mais baixas, maior transparência, e transações cambiais mais ágeis e seguras.
Dessa forma, este novo marco cambial brasileiro tem o potencial de causar impactos significativos na economia do Brasil. Entre os efeitos previstos, estão o incremento da competitividade das exportações, a diminuição da dependência em relação aos fluxos de capital especulativo, o fortalecimento da estabilidade cambial e a ampliação do risco para as empresas que atuam no comércio exterior.
Contudo, é fundamental lembrar que a extensão e natureza desses impactos podem variar com base nas condições do mercado e outros fatores externos. Como tal, é importante que as entidades envolvidas monitorem de perto a situação para responder adequadamente às mudanças trazidas pelo novo marco cambial.
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