Por iHUB 20 de março 2023
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Super quarta e balanços corporativos da JBS, Braskem e Sabesp marcam a semana de incerteza para os bancos

Em semana turbulenta no exterior, o Ibovespa recuou com bancos quase quebrando nos EUA e na Suíça. Com isso, aumentou a pressão sobre os Bancos Centrais por conta de investidores temendo um possível contágio de falências bancárias nos EUA e Europa, podendo as autoridades monetárias desacelerarem ou reverter os aumentos agressivos nas taxas de juros. 

A reação rápida do Federal Reserve em ajudar bancos com falta de liquidez acalmou os agentes, enquanto Nasdaq e SP500 encerraram a semana positiva. Dentro disso, a inflação nos EUA subiu 0,5% em fevereiro, com o núcleo ainda pressionado atingindo 5,5% (5,6% anteriormente). 

No acumulado em 12 meses, o índice apresentou arrefecimento, passando para 6% contra 6,4%. O setor de serviços continuou puxando a inflação para cima. Por sua vez, a inflação ao produtor teve leve deflação em fevereiro de -0,1%, contra 0,3% esperado e com o núcleo mantendo estabilidade. Por fim, as vendas no varejo recuaram 0,4% em fevereiro, acima do esperado de -0,3%.

Na Europa, a produção industrial subiu de 0,7% em janeiro ante a expectativa de 0,4%. O Banco Central Europeu subiu a taxa de juros em 50 pontos para 3% a.a, dentro do esperado e com a autoridade dizendo que apesar do acontecido no banco Credit Suisse, os bancos europeus permanecem com solidez.

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Na China, a produção industrial subiu 2,4% em fevereiro, abaixo dos 2,6% de expectativa, enquanto as vendas no varejo subiram 3,5%, dentro do esperado. O Banco Central Chinês cortou o compulsório dos bancos para estimular a liquidez do mercado.

Fonte: Investing

Cenário Local

A taxa de desemprego (PNDA) medida no trimestre encerrado em janeiro subiu para 8,4%, contra 8,3% do trimestre anterior e com a renda média recuando de 7,7%. No mundo corporativo, a pauta da semana foi a saúde do sistema financeiro global

Fonte: B3

O mercado trabalhou com volatilidade acentuada e terminou a semana com Ibovespa perdendo -1,6%, a 101.982 pontos. Como destaque positivo da semana, 3R Petroleum (RRRP3) +9,8% com sinal verde da Petrobras para o processo de transição do Polo Potiguar. Ecorodovias (ECOR3) refletindo dados positivos de balanço no qual reportou uma alta de 37% no EBITDA (comparação anual), com alta de 14,7%. 

A CSN (CSNA3) foi destaque negativo da semana, apesar da perspectiva de maior demanda de minério de ferro, a retomada por crescimento na China, preocupa diante de um cenário de juros altos e também as recentes incertezas com o setor financeiro. Confira o comentário técnico da semana, por Gilberto Coelho Jr. CNPI-T 832:

O Ibovespa está em tendência de baixa e fechou com nova queda após teste da média de 21 dias como resistência. Uma perda dos 103.100 favorece as projeções em 101.000 ou 98.800. O IFR aponta para baixo reforçando o sinal de quedas. Um sinal de repique altista viria com um fechamento acima dos 105.075. 

O DOLJ23 após respeitar o suporte em 5.126. interrompendo o movimento de quedas. Fechou em alta pelo segundo dia e testou a média de 21 dias como resistência. Um novo fechamento em alta traria sinal de reversão da tendência de curto prazo para alta com projeções em 5.300 ou 5.350. O IFR aponta para cima favorecendo altas. A tendência de baixa seria retomada com a perda dos 5,172 projetando teste dos 5.110 ou 4.991. 

O SP500 está em tendência de baixa, perdeu uma linha de tendência de alta, a média de 21 dias e fechou novamente em queda, perdendo a mínima anterior. Abaixo dos 3.846 reforçaria o sinal de baixa com projeções em 3.760 ou 3.500. O IFR aponta para baixo favorecendo quedas, caso feche apontando para cima favorecerá repique altista por estar em sobrevenda. O sinal de alta seria retomado com um fechamento acima dos 3.940.

Fluxo estrangeiro

O fluxo estrangeiro no mês de março segue negativo em -R$1,76 bilhões, no ano de 2023 ainda positivo em R$9,11 bi. Nos últimos 10 pregões reportados, foi de saída de R$1,04 bi, sendo 5 pregões positivos e 5 negativos.

Commodities e câmbio

O barril de petróleo caiu mais de 9% na semana com temores de recessão econômica mundial. Enquanto isso, o Real teve leve desvalorização perante o dólar apesar da volatilidade na semana causada pela deterioração no setor bancário mundial.

Juros

A curva de juros recuou com expectativas positivas sobre o arcabouço fiscal a ser apresentado nas próximas semanas. A queda acentuada dos juros dos títulos dos treasuries também influenciou a parte dos DIs mais longos a recuarem. 

Renda Fixa

As taxas de renda fixa tiveram oscilações na semana com cenário incerto. No entanto, os títulos IPCA+ continuaram bastante atrativos e com as NTNBs sendo bastante procuradas, com as taxas a IPCA+6% nos vencimentos mais longos. 

Os prefixados, também tiveram aumento na procura devido a percepção que os bancos centrais no mundo poderiam começar a sinalizar possíveis quedas, após o mercado de crédito e bancário darem o alerta na semana.

Perspectivas para a semana

A semana terá dois eventos importantes: a reunião do Copom, FOMC e BCE (super quarta). Com o mercado tendo grande expectativa no comunicado das autoridades monetárias, após os recentes acontecimentos no mercado de crédito e bancário pelo mundo. No lado corporativo teremos os balanços da JBS, Braskem e Sabesp.

Fonte: Investing

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