Por iHUB 17 de julho 2023
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Entenda o que levou o Ibovespa a terminar em baixa durante o fechamento da 1° quinzena de julho

O Ibovespa encerrou a semana em queda com a votação da Reforma Tributária no Senado Federal ficando para o segundo semestre e o IPCA de junho vindo acima do esperado, levando as apostas de um corte menor na Selic em agosto. 

Wall Street terminou em alta, com dados de inflação mais amena e início de temporada de balanços mostrando fortes resultados. 

Fonte: Investing

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Cenário Brasil

O IPCA de junho recuou 0,08% ante o -0,10% esperado, acumulando alta de 3,16% em 2023. Setores de combustível, automóvel e alimentação contribuíram para a deflação do mês. 

Já o setor de serviços seguiu forte em maio, subindo 0,9% e acumulando expansão de 4,8% no ano.

No último pregão da semana, o Ibovespa terminou em baixa de 1%, encerrando o período aos 117.711 pontos. Julho tem sido marcado por um movimento lateral nos mercados, desacelerando o rali observado desde meados de março. 

Fonte: B3

Dentre os principais acontecimentos, os dados de IPCA do mês surpreenderam negativamente e as informações sobre atividade econômica no setor de serviços e varejo foram divulgadas. Paralelamente, a reforma tributária no Senado se manteve como um tema central.

O radar corporativo também trouxe destaques relevantes. A JBS chamou atenção ao anunciar a possibilidade de uma dupla listagem na bolsa brasileira e americana. Essa movimentação busca oferecer maior visibilidade aos investidores internacionais e colocar a empresa em um mercado com valores de negociação mais elevados para seus concorrentes.

A previsão é que a listagem ocorra em dezembro, desde que todos os passos necessários sejam cumpridos conforme o planejado.

No entanto, no setor de frigoríficos, cenários opostos foram observados. A JBS teve um desempenho positivo, com uma valorização de 7,1%, impulsionada pela notícia sobre sua possível listagem nos Estados Unidos. Em contrapartida, a BRF enfrentou dificuldades após a precificação de sua oferta de ações (Follow On), resultando em uma queda expressiva de 11,7%.

Adicionalmente, empresas sensíveis às flutuações de juros também lideraram as quedas no Ibovespa ao longo da semana, devido a um leve aumento dos DI’s (taxas de depósitos interbancários).

Fluxo estrangeiro

O fluxo do investidor estrangeiro para a bolsa em julho até dados divulgados pela B3 de 13/07 consta a entrada de R$1,388 bi, sendo que apenas no dia 13/07 foi de entrada de R$ 1,508 bi. No ano, o fluxo segue positivo em R$18.406 bi.

Calendário de resultados do 2º trimestre de 2023

A partir do dia 13 de julho, começa a temporada de resultados do 2º trimestre de 2023 das empresas brasileiras. Para conferir o calendário completo, clique aqui!

Comentário Técnico semanal – por Levante Corp

IBOV: O índice Ibovespa encerra a semana em ligeira baixa e ainda com aumento da pressão vendedora. O ativo vem fazendo topos mais baixos que os anteriores e o que não piora de fato a situação é a região de suporte dos 117.500, que tem “segurado” os vendidos. A resistência em 120.000 ainda é a faixa a ser superada para dar sequência nas altas, e suporte nos 114.500 é o ponto forte para arrefecer possíveis quedas mais amargas.

S&P500: O índice americano encerra a semana em forte movimentação de alta e rumo a faixa dos 4.600 para, quem sabe, testar máximas históricas. O ativo deixa um candle fraco na última sessão e caso não tenha forças para tal movimentação, pode voltar a fazer correção saudável até os 4.350, para retomar sem seguida fôlego comprador.

Dólar futuro

O dólar futuro encerra a semana em movimentação de baixa mesmo após romper a importante faixa dos 4.900. Conforme pontuamos, além da faixa dos 4.900, temos o importante range dos 5.000 onde tem muito interesse vendedor, e sendo assim, a moeda precisará de mais força para superar esse patamar e reverter essa tendência.

Macro EUA

A inflação nos EUA subiu 0,2% em junho, abaixo do esperado de 0,3%. Núcleo de inflação recuou com mais força para 4,80% ante a 5% anterior.

Macro China

Inflação ao consumidor teve deflação em junho de 0,2%, contra +0,2% esperado. Contribuíram para a deflação de junho os setores de alimentação e transportes. 

Juros

A curva de juros subiu na última semana com IPCA acima do esperado e postergação da votação da reforma tributária.

Câmbio 

O real se apreciou frente ao dólar com a moeda norte-americana se desvalorizando mundialmente, após os dados mais fracos de inflação. 

Commodities

O barril de petróleo voltou a subir com força após a agência internacional de petróleo divulgar que os recentes cortes de produção poderão causar déficit na oferta no final de julho.

Renda Fixa

Taxas das rendas fixas pouco oscilaram na semana. Já os créditos privados continuaram com prêmios interessantes, acima dos títulos públicos de referência. As emissões de crédito privado seguiram a todo vapor com grandes emissões no mercado atualmente com ratings AAA-AA. 

Perspectivas para a semana

No exterior os balanços dos grandes bancos nos EUA tomam força. A China divulga o PIB do 2T23, produção industrial e varejo e inflação na Europa.

No Brasil, começa a temporada de balanços. Programa desenrola que deve beneficiar as varejistas em um momento de grande inadimplência no setor.