Ibovespa se descola do mundo com manutenção da taxa de juros
EUA, Inglaterra e Japão sobem a taxa de juros em busca de combater a inflação
A semana nos Estados Unidos trouxe uma queda acentuada nas bolsas, com o FED sendo mais duro no comunicado de decisão de juros. A decisão também derrubou as projeções do PIB e juros terminais mais elevados pela autoridade monetária.
O FOMC (Comitê de Política Monetária do país) aumentou 75 pts a taxa de juros, atingindo o intervalo entre 3,00% e 3,25% ao ano. No comunicado, o tom continuou duro, com as previsões no PIB e inflação piorando em relação ao comunicado da última reunião. Contudo, no discurso pós-decisão, o presidente do FED, Jerome Powell, trouxe um tom mais ameno.
Além disso, o Bank of England (BoE) subiu os juros em 50pts para 2,25% a.a. O objetivo é levar a inflação à meta de 2% no médio prazo na tentativa de derrubar a inflação. O governo limitou o máximo da conta de energia elétrica a ser cobrada por seis meses, subsidiando a diferença e ainda anunciou uma série de cortes de impostos.
No Japão, o banco central do país interveio, pela primeira vez em 24 anos, no câmbio para diminuir a velocidade de depreciação do iene frente ao dólar, após a moeda norte-americana ganhar força com a nova alta dos juros.
Por fim, o Banco Central chinês manteve a taxa básica de empréstimos de um ano estável em 3,65% e a taxa de cinco anos em 4,30%.
Cenário Local
Em meio ao aumento da aversão ao risco no mundo, o Ibovespa se descolou positivamente das bolsas mundiais com a parada no ciclo de alta dos juros pelo Banco Central brasileiro.
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Nesse contexto, as commodities recuaram, com o barril de petróleo sendo destaque, recuando 5%, pesando nas empresas de commodities do Ibovespa. Já os setores financeiro, varejo e construtoras foram destaques de alta.
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter em 13,75% a taxa Selic, enfatizando que manterá o nível até que seja suficiente para ancorar as expectativas em torno da meta. O Copom ainda reforçou os riscos fiscais e mercado de trabalho com menos folga dado a atividade mais forte.
Confira também a atualização do Boletim Focus:
Destaques do Ibovespa
O destaque positivo da última semana foram as ações da resseguradora IRB Brasil RE (IRBR3), com uma alta de 2,68%.
Para o destaque negativo do Ibovespa, estão as ações da SLC Agrícola (SLCE3), em queda de -3,34%. Não foram encontrados motivos específicos para a queda nas ações da empresa.
Commodities
Commodities metálicas recuaram, com as preocupações de desaceleração econômica mundial. No entanto, o destaque foi o barril de petróleo caindo mais de 6% na semana.
Dólar
O real teve leve desvalorização, com a piora da aversão ao risco. Tanto que, o Banco Central teve que intervir no câmbio na sexta-feira para conter a piora da moeda.
A libra bateu a mínima em 15 anos frente ao dólar o governo inglês subsidiando a conta de energia elétrica. O euro atingiu a menor cotação desde 2002 e o iene atingiu o nível que não se via desde 1998.
Juros
Os juros futuros tiveram forte queda, após o Copom ter mantido a taxa Selic, assim, tanto as taxas de NTNBs e inflação implícita recuaram também.
Renda Fixa
Posições de renda fixa longa em crédito privado e título público de IPCA+, pré e pós fixadas foram favorecidas com o recuo dos juros futuros. Demonstrando ser um ótimo investimento a ser feito em períodos de incertezas e estresse no mercado, por conta das taxas mais altas para capturar maior rentabilidade (ágio) com a melhora do cenário no médio e longo prazo.
Perspectivas para a semana
A semana será de divulgação de inflação tanto no Brasil, quanto nos EUA e Europa, principal motivo da alta dos juros no mundo. Neste contexto, de juros altos e riscos de recessão mundial aumentando a moeda norte-americana vem se fortalecendo e commodities recuando.
No Brasil, a publicação da ata do Copom, dados sobre a dívida pública/PIB, geração de vagas de emprego e o primeiro turno das eleições presidenciais são os destaques no calendário semanal. Já tanto os EUA, como a Europa, divulgam dados sobre a inflação no decorrer do ano da semana.
Leia também: Taxa Selic a 13,75%: ciclo de quedas pode estar próximo
Nos Estados Unidos, também será publicada a terceira prévia do PIB do segundo trimestre de 2022. Por fim, a China irá divulgar o Índice de atividade econômica do país.
Confira o calendário da semana abaixo
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