FED pretende elevar os juros norte-americanos
Setor de commodities no Brasil apresenta volatilidade por conta da lei das estatais
As bolsas norte-americanas recuaram com o comunicado do Federal Reserve (FED) mostrando que o colegiado ainda está subindo as expectativas de inflação e de juros terminal. A inflação nos EUA mais uma vez apresentou arrefecimento em novembro, subindo 0,1% em novembro, contra +0,3% esperado. O núcleo da inflação também recuou, passando de +6,0% para +6,1%.
Na Europa, o Banco Central europeu elevou para 2,5% a taxa de juros no bloco europeu, com os riscos de inflação persistentes ainda preocupando a autoridade monetária, apesar do arrefecimento da última leitura de inflação na região.
Analistas apontam 60% chance de uma possível recessão nos Estados Unidos, e 80% na Europa. As estimativas de ganhos de ações, em um ano, para os EUA, são as menores desde março; para Europa, os especialistas reduziram para as expectativas mais baixas desde julho. Por fim, na China, o Banco Central chinês manteve os juros, apesar dos efeitos de lockdown na economia.
Cenário Local
O setor de serviços no Brasil recuou 0,6% em outubro, abaixo do esperado, com os efeitos da taxa de juros em níveis altos e aumento do endividamento das famílias. Apesar disso, ainda está 10,5% acima do nível de fevereiro de 2020.
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Além disso, a ata do Copom mostrou um comitê preocupado com o fiscal e inflação. A autoridade também deixou claro que, se necessário, poderá retomar a alta dos juros caso ocorra desancoragem das expectativas de inflação.
O Ibovespa teve novamente uma semana de perdas com as nomeações políticas da equipe econômica e mudanças da lei das estatais, sendo mal recebidas pelo mercado. Neste contexto, os juros futuros e dólar subiram, enquanto, os papéis de estatais pesaram no índice.
No radar corporativo, o cenário foi em geral bastante complexo, com destaque de performance positiva das empresas do setor de frigoríficos, que anunciaram dividendos elevados, como Marfrig e Minerva. Em commodities, o petróleo encerrou a semana em alta de 3,79%, apesar de preocupações com recessão ainda em foco, com questões em relação ao futuro da oferta global.
As estatais tiveram alta volatilidade na semana, repercutindo negativamente a alteração na Lei das Estatais pela Câmara na última terça-feira (13/12), com o objetivo de viabilizar a nomeação de cargos políticos nas companhias.
A notícia não foi bem recebida no mercado, que enxerga risco de governança comprometido e ainda risco de corrupção no curto e médio prazo. No final da semana, os rumores de que o assunto foi muito mal recebido e talvez não fosse levado ao Senado, deram uma acalmada nos ânimos, mas o mercado ficará de radar ligado em qualquer sinal sobre isso.
Dentro disso, os setores varejistas ainda sofrem com o mercado de juros trabalhando em alta por questões fiscais e políticas.
Commodities
O barril de petróleo subiu na semana de queda das commodities metálicas.
Curva de Juros
A curva de juros subiu 50 pontos nos vértices mais longos, com as nomeações políticas na equipe econômica e mudança na lei das estatais. A volta de interferência políticas maiores nas estatais e incertezas fiscais contribuíram para a deterioração do cenário doméstico.
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Renda Fixa
As taxas de renda fixa tiveram elevações com a curva de juros e NTNBs abrindo após a Câmara ter aprovado alterações na lei das estatais. Fato que fez com que as taxas das rendas fixas aumentassem, com os títulos públicos novamente atingindo acima do IPCA+6% e pré-fixados perto de 16%.
Perspectivas para a semana
No Brasil, temos como o principal indicador macro o IPCA-15, além das atenções voltadas para nomeações de novos ministros, PEC e votação do orçamento secreto.
No cenário internacional, a inflação ao consumidor nos EUA continua no radar porque a decisão do FED nos juros têm mostrado que o colegiado revisou para cima as previsões de inflação nos EUA.
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