Deflação no Brasil pode se estender até o fim de agosto
Europa corre risco de falta de energia e bolsas americanas se recuperam em julho
Durante as férias no hemisfério norte, tudo parecia indicar que o mercado ia continuar em um mau momento, com investidores avessos a risco, vendendo ativos, mas começamos a ver um início de recuperação e uma pequena mudança de humor. Isso fez o mês de julho ser de recuperação nos mercados, com o S&P 500 subindo quase 10%.
Indicadores ruins não faltaram, com cortes de projeções de crescimento pelo FMI, inflação americana atingindo a máxima de 9,1% em 12 meses e PIB contraindo -0,9% configurando uma recessão técnica.
A Europa continua com o ambiente conturbado devido a guerra e o consequente risco de falta de energia, além do mais, o continente iniciou uma subida dos juros acima do esperado pelo mercado em resposta ao aumento da inflação.
Por mais antagônico que pareça, os dados ruins fizeram o mercado esperar um FED menos agressivo no aumento dos juros no futuro e uma pressão menor no preço dos ativos de risco, fazendo engatar uma recuperação.
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Deflação no Brasil?
No Brasil, tivemos a maior deflação desde 1998, com o IPCA em -0,68%. Boa parte é causada pelas medidas de diminuição de impostos de combustíveis e pelo menor preço da energia elétrica ao consumidor.
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Para agosto, os analistas também estimam uma nova deflação, no entanto, as projeções de longo prazo para o IPCA continuam acima da meta de 3,50% ao ano e o mercado está apostando na Selic acima de 2 dígitos até o final de 2023.
Onde fica a Selic?
Neste mês, o Copom subiu a taxa básica de juros para 13,75% ao ano e sinalizou que deve parar por aí. Agora, as apostas são de quando devemos começar a cortar e, pelo Boletim Focus, os analistas ainda esperam Selic no patamar de 11% ao menos até o final do ano que vem.
Além de um arrefecimento forte e duradouro da inflação local, uma sinalização por parte do Federal Reserve, de que os juros por lá não devem subir muito, é essencial para que possamos ver os juros aqui sendo reduzidos antes do que o mercado espera.
O mercado de juros futuros parece ter encontrado um topo, o DI com vencimento em 2029 chegou a bater 13,50% a.a. e em agosto já caiu para abaixo dos 12%. Isso fez com que as taxas oferecidas em papéis de renda fixa diminuíssem bem nas últimas semanas.
Ativos IPCA+ com retorno negativo, o que fazer?
Outro aspecto curioso envolve as aplicações indexadas ao IPCA, que obtiveram retorno levemente negativo no mês de Julho em virtude da deflação, quando observado pela marcação na curva.
No entanto, ao cotar uma saída antecipada no mercado secundário, os ativos de vencimento mais longo apresentaram ágio uma vez que a taxa pré-fixada sofreu redução.
Mesmo com a possível deflação no mês de agosto e consequente impacto de curto prazo no rendimento das aplicações atreladas ao IPCA, este papéis continuam sendo fortemente recomendados nas carteiras de perfil Moderado e Agressivo. Por alguns motivos:
- Ainda embutem um prêmio razoável de juros pré-fixados;
- Uma possível baixa antecipada da Selic poderia fazer os papéis se valorizarem fortemente;
- Por ser indexado ao IPCA, apresentam uma defesa contra a inflação que ainda está bastante incerta.
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Mapa de Riscos
Voltando ao cenário macro global, apesar da recuperação recente dos ativos de risco o momento é de cautela e devemos ter mapeados os riscos abaixo:
É o momento de investir nas Bolsas?
A bolsa local segue atraindo forte fluxo de investimentos e a alta até o momento (10/08) atingindo 7% já superou o positivo mês de julho com seus 4,69%. O Índice já encosta nos 110 mil pontos e em alguns dias se descolou dos EUA de maneira positiva.
De fato, o que aparenta é que os investidores despertaram seu apetite de compras aproveitando os preços extremamente deprimidos no mercado brasileiro.
Brasil ou EUA?
Em uma mensagem de Luis Stuhlberger, do Fundo Verde, um dos mais renomados no mercado, comentou que reduziu posições em ações globais, aproveitando a alta recente e se precavendo de eventual realização.
No entanto, manteve posição comprada em ações brasileiras, acreditando que ainda existe considerável desconto nos preços e pensando ainda na alta do preço das commodities. A visão da Vinci Partners também é parecida, conforme sua carta mensal:
“Em resumo, o ambiente internacional é desafiador, e isso faz com que o ambiente no Brasil também seja. Mas as reformas estruturais dos últimos seis anos e a remoção do estímulo monetário e fiscal do Brasil ainda em 2021, com uma queda significativa da dívida pública como proporção do PIB, permitem um melhor posicionamento do país para as oportunidades que podem aparecer no cenário global.”
Outro ponto que os grandes investidores podem estar de olho é que o início de um novo mandato, qualquer que ele seja, costuma ser de fortes altas para o Ibovespa.
Conforme estudo realizado abaixo pelo Valor Pro, apenas na reeleição da ex-presidente Dilma isso não ocorreu e a maior alta de um ano após a eleição de um presidente chegou a 151,93%. Sendo assim, podemos estar presenciando uma possível antecipação de players aproveitando os preços mais atraentes:
Confira abaixo o fechamento de resultado dos indicadores do mês de Julho de 2022:
- IPCA: -0,68%
- CDI: 1,03%
- DOLAR: R$ 5,17 (-1,58%)
- IBOVESPA: 103.165 pts (+4,69%)
- S&P: 4.130,29 (+9,11%)
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