Copom reforça pausa nos juros, mas voltará a subir a Selic se for preciso

Inflação nos EUA surpreende a economia americana com alta acima do esperado

A inflação de setembro veio acima do esperado nos Estados Unidos, fazendo novamente pesar nas bolsas. Mais uma vez, o núcleo da inflação mostrou a persistência inflacionária.

Neste contexto, a moeda norte-americana continuou se valorizando frente às moedas mundiais, com destaque sobre a Libra, euro e iene que atingiram as mínimas históricas. Além disso, a nova previsão do PIB 2T22 (-0,6%), veio em linha com o esperado.

O Banco Central da Inglaterra voltou a comprar títulos do governo para atenuar a pressão sobre o mercado de renda fixa e na moeda britânica. Apesar disso, não foi suficiente para acalmar os investidores, que consideraram a política de corte de impostos do governo de Liz Truss um erro de país emergente. 

O mercado questionou que o Reino Unido não tem espaço para ampliar o endividamento do país, o qual já está historicamente alto. 

Cenário Local

O Ibovespa encerrou a semana em queda, com o aumento dos temores de recessão global e piora da aversão externa. O IPCA-15 recuou mais do que o esperado em setembro (-0,37%), contribuindo para a queda dos serviços de telefonia, internet e combustíveis, sob efeito da queda da alíquota de ICMS. 

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Além disso, a Ata do Copom confirmou que o comitê deu uma pausa e seguirá vigilante sobre a trajetória da inflação e da atividade econômica. Ao mesmo tempo, o comitê segue monitorando o cenário externo, com os riscos de recessão mundial.

Destaques Ibovespa

Para o destaque da bolsa brasileira, a incorporadora Cyrela (CYRE3) teve as ações com fechamento positivo com alta de 9,49%. Não foi encontrado um motivo aparente para a alta das ações.

Enquanto o destaque negativo, foram as ações da empresa da área da saúde Rede D’Or (RDOR3) com queda de -13,73%. Outras operadoras de planos de saúde também registraram quedas na última semana.

Commodities

Commodities metálicas e agrícolas recuaram mais uma semana, com os temores de menor demanda devido ao risco de recessão mundial crescendo.

Dólar 

O dólar teve forte valorização frente às moedas mundiais, com destaque sobre a Libra, Euro e Iene atingindo mínimas históricas. O aumento do diferencial de juros dos EUA em relação a zona do euro, Japão e Reino Unido seguiu penalizando as principais moedas mundiais. 

No Brasil não foi diferente, no entanto, como o real já está depreciado e o diferencial de juros Brasil sobre EUA é alto, a moeda brasileira vem sofrendo menos no ano.     

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Curva de Juros

A forte aversão ao risco no exterior fez a curva devolver os prêmios, no entanto a parte longa subiu com o exterior, assim como, as NTNBs e a inflação implícita. Mesmo as falas de Campos Netos citando um processo de desinflação local e externa, não foi suficiente para aliviar o stress no mercado de juros.

Renda Fixa

Taxas das rendas fixas em crédito privado e título público de IPCA +, pré-fixadas tiveram ligeiro aumento com a abertura dos juros futuros. 

Demonstrando ser um ótimo investimento a ser feito em períodos de incertezas e estresse no mercado (taxas mais altas) para capturar maior rentabilidade (ágio) com a melhora do cenário no médio e longo prazo.  

Confira a tabela Focus divulgada nesta segunda-feira.

Eleições presidenciais

Lula e Bolsonaro se enfrentarão no segundo turno para disputa presidencial. Contrariando as pesquisas, que chegaram a prever Lula com 51% das intenções de voto, contra 37% de Bolsonaro, as urnas mostraram o candidato petista em primeiro lugar, com 48,43% dos votos, contra 43,20% do atual mandatário.

O segundo turno das eleições está marcado para o dia 30 de outubro.

Perspectivas para a semana

Ibovespa tende a reagir bem ao resultado do primeiro turno das eleições presidenciais. O Mercado segue atento agora na definição do apoio dos governadores eleitos nas chapas de Bolsonaro e Lula.   

O indicador macro principal da semana será o payroll (vagas criadas na economia) e a taxa de desemprego nos EUA, onde se espera a estabilidade do mercado de trabalho. 

Por fim, o banco Credit Suisse segue nos holofotes dos investidores com os rumores de problema de liquidez. O CDS (Credit Default Swaps), que é um ativo de proteção no mercado do banco suíço atingiu seu maior nível desde a crise de 2009.

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