Por Diogo Santos 18 de julho 2022
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Confira o boletim semanal da terceira semana de julho

A semana passada novamente foi marcada pela alta volatilidade dos mercados de maior risco, como é o caso das ações. O debate continua em torno da inflação americana, a alta dos juros e a possibilidade de uma recessão global. 

Neste sentido, a inflação americana atingiu máximas históricas ao subir 9,1% ao ano em junho. Segundo o relatório divulgado, os vilões da inflação foram a gasolina, os alimentos e os itens para casa.

Em matéria para o Financial Times do último domingo, Larry Fink, CEO da Black Rock, maior gestora de recursos do mundo e que administra cerca de US$10 trilhões, se diz mais preocupado com a inflação de alimentos. 

Na visão de Fink, a chegada de uma recessão, como esperado, trará naturalmente o preço do petróleo para níveis mais baixos. Mas, para os alimentos, não existe esta previsibilidade, uma vez que estão sendo muito impactados pela guerra devido à diminuição da oferta dos produtos, a elevação brutal do preço dos fertilizantes e ao fato de não possuírem substitutos.

Além dos itens citados acima, preocupa o fato de o núcleo da inflação americana ter vindo acima do esperado, o que significa que a alta está mais generalizada e dificulta seu combate. No entanto, olhando para os números da macroeconomia americana, ainda é possível ver uma economia forte.

Na última sexta-feira, foram divulgados dados do varejo que apontaram crescimento de 1% nas vendas em comparação com o mês anterior. Mesmo diante de uma inflação alta, os americanos têm conseguido aumentar suas poupanças e a criação de empregos continua forte, fazendo com que permaneçam elevados os níveis de consumo.

Esta relação entre forte inflação e robustez econômica, são dois fatores que contribuem para que o FED – Federal Reserve – seja mais agressivo na elevação das taxas de juros, fazendo com que 57% economistas mudassem suas apostas para um aumento da ordem de 100pb, 1% a.a.

Fonte: XP Investimentos

O grande termômetro para o mercado financeiro, aquele que de fato fundamenta a tese de recessão, teve início na semana passada. Se trata do começo da temporada de resultados do 2º trimestre, tanto das empresas das bolsas americanas como das brasileiras.

Os bancos americanos, que costumam ser indicadores da pujança econômica, decepcionaram com a divulgação de seus balanços, o que acende o farol amarelo quanto à atividade econômica. 

O JP Morgan alegou que incertezas econômicas afetaram suas operações de M&A – fusões e aquisições -, além disso, o banco alertou que tem sido mais conservador na concessão de empréstimos e fazendo maiores previsões de potenciais inadimplentes.

Leia também: Mudança no NuBank: NuConta ficou igual à poupança?

Cenário local 

No cenário macroeconômico, o Brasil segue na mesma esteira internacional com inflação persistente, mas com o agravante da dúvida sobre o comprometimento do país com a questão fiscal devido à PEC dos Benefícios.

O IGP-M de julho, divulgado na última semana, apontou uma aceleração de 0,28% m/m, o que foi visto com bons olhos, pois em junho o aumento foi de 0,59%. Soma-se a isso a desoneração dos combustíveis e, para alguns economistas, já atingimos o pico da inflação.

Já a atividade econômica no Brasil veio abaixo do esperado, o número de vendas do varejo cresceu apenas 0,1% m/m em maio, ante 1% que era esperado. O IBC-Br, que é considerado uma prévia do PIB, caiu 0,11% em maio m/m. 

Estes dados apresentados trazem preocupação quanto a capacidade da economia se reerguer e atravessar o mar de recessão global.

Confira como o mercado encerrou a semana

Fonte: Investing.com.br

Destaques do Ibovespa

Veja as empresas que mais valorizaram e as que mais se desvalorizaram na semana

Fonte: B3

Temporada de Balanços na B3, quais são as apostas da XP?

Como mencionado acima, estamos em temporada de divulgação de balanços na B3. Além de demonstrar como vai a atividade econômica do país, os investidores estão ávidos por saber quais empresas estão conseguindo repassar a alta dos preços dos insumos para seus clientes. 

Em relatório para seus clientes, a XP revelou escolher os seguintes setores como estratégicos e que podem se sobressair em relação aos demais:

  1. 1. Bancos: sob a nossa cobertura devem apresentar resultados sólidos, se beneficiando do robusto crescimento do crédito;
  1. 2. Varejo alimentar: com destaque para o atacarejo, que deverá registar uma forte aceleração na recuperação do B2B;
  1. 3. Petróleo e Gás: beneficiado pelos altos níveis dos preços médios do petróleo Brent durante o trimestre;
  1. 4. Shoppings: continuarão mostrando uma forte recuperação, especialmente para carteiras dominantes com maior exposição no segmento de alto padrão;
  1. 5. Farmácias: beneficiado pela aceleração do crescimento, impulsionada pela demanda ainda sólida por medicamentos/OTCs e pelo reajuste de preços de abril;
  1. 6. Varejistas do setor de alta renda: vem surpreendendo com resultados acima das expectativas, mesmo frente ao cenário macroeconômico mais desafiador.

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Abaixo, são as estimativas de crescimento de Lucro por Ação (LPA) por setor para esse trimestre, segundo o consenso da Bloomberg:

Relatório FOCUS

O relatório Focus desta semana mostra um mercado mais otimista em relação ao PIB e projeta um crescimento de 1,75%, enquanto há 4 semanas a previsão era de 1,50%. 

Outro item que melhorou sua previsão, na visão dos economistas, foi o IPCA. Hoje, espera-se que a inflação termine o ano em 7,54%, mas há um mês, os economistas esperavam que ela terminasse o ano em 8,27%. 

Confira as previsões do Relatório Focus:

Confira os assuntos que podem impactar seus investimentos essa semana

No cenário internacional, o mercado estará atento à decisão da taxa de juros da Zona do Euro que ocorrerá na próxima quinta-feira, 21 de julho. 

No Brasil, as seguintes empresas anunciam seus balanços durante a semana: terça-feira, 19/07, Coelba e Romi e na quarta-feira, 20/07, é a vez da Weg.

Confira a agenda macro mundo completa abaixo

Fonte: Investing.com.br

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