Por Diogo Santos 09 de maio 2022
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Confira o boletim semanal da segunda semana de maio

A semana passada foi pautada mais uma vez pela alta volatilidade nos mercados globais que atingiu também a bolsa brasileira. O grande evento aguardado por todos foi a reunião do FED (Banco Central Americano) na última quarta-feira, a qual definiu um aumento de 50 pontos base na taxa de juros do país. 

O número já era esperado pelo consenso do mercado, mas desta vez, Jerome Powell, presidente do FED, deu sinais de como o Banco Central deve agir nos próximos meses. A princípio, segundo Powell, o FED não trabalha com a ideia de fazer um aumento maior do que o realizado na última reunião, 50bp, portanto, a parcela do mercado que apostava em uma alta de 75bp em junho precisou refazer os seus cálculos. 

Além disso, o FED disse ainda que iniciará o alívio do seu balanço patrimonial em junho deste ano, quando deve vender cerca de US$47,5 bilhões em ativos, por mês, nos três primeiros meses e após isso passar a vender US$95 bilhões por mês.

Na última semana, também foi divulgado o relatório de empregos nos Estados Unidos, Nonfarm Payroll, o qual apresentou a criação de 428 mil empregos em abril, superando bastante a expectativa do mercado que era de criação de 391 mil novas vagas de trabalho.

Os economistas, de maneira geral, viram estas notícias com muito bons olhos. Por um lado, é possível observar que a economia americana não está fragilizada e a sinalização do FED de que um aperto maior nos juros não está sendo cogitado traz certo alívio, afinal, aumentos da taxa de juros desestimulam os investimentos na economia real.

Na Europa, também foi semana de alta de juros, por lá o Banco da Inglaterra (BoE) elevou sua taxa de juros em 25 pontos-base, passando, portanto, para 1%a.a. Segundo o BoE este aumento se justifica devido a escalada da inflação que atinge não só o continente mas também todo o planeta. 

A instituição também revisou suas projeções para o PIB e, embora acredite que a economia do país vá crescer 3,75% em 2022, o cenário para 2023 é mais pessimista e projeta uma queda de 0,25% Anteriormente, o BoE previa alta de 1,25% para o PIB britânico em 2023.

Na China, a semana também foi importante na divulgação de indicadores macroeconômicos. O PMI Composto – índice de gerentes de compras – caiu para 37,2 em abril, em março era 43,9, este é o segundo maior recuo da série histórica que se iniciou em nov/2005, essa queda foi superada apenas por janeiro de 2020 quando a pandemia se intensificava no país. 

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A correta leitura do PMI indica que quando está acima de 50 o país está em crescimento, abaixo disso, significa retração econômica. Como efeito comparativo, o PMI Composto britânico recuou de 60,9 em março, para 58,2. Embora tenha recuado bastante, por estar acima de 50, a interpretação é de que a economia do país está se expandindo.

O número muito baixo do PMI chinês, somado às políticas de “Zero Covid” impostas pelo governo do país, a qual implica em isolar cidades inteiras para conter o avanço da doença, trazem à tona incertezas sobre o crescimento do PIB da China. A reflexão que todos somos convocados a fazer é, para onde vai o crescimento do PIB mundial em caso de forte desaceleração da economia da China?

Cenário local 

No Brasil, também foi semana de divulgação da taxa de juros pelo Banco Central e a expectativa do mercado se confirmou com o BC elevando a taxa Selic em 100 pontos-base e passando para 12,75% a.a. Como este valor já era esperado pelo mercado a expectativa era de que o BC sinalizasse quais serão os próximos passos tomados pela autarquia. 

Para muitos analistas, o ciclo de aumentos da taxa de juros feita pelo Bacen já deve estar próxima de se encerrar, mas para Caio Megale, economista chefe da XP, a taxa de juros deve atingir o patamar de 13,75% até o final do ciclo deste ano, seja por mais um aumento de 1% ou mesmo mais dois de 0,5%. 

Segundo o economista, as pressões inflacionárias vindas dos Estados Unidos, China, guerra entre Rússia e Ucrânia, aumento do preço das commodities, entre elas o petróleo, são os principais fatores que contribuem negativamente para frear a inflação interna do Brasil.

Leia também: Dólar sobe e bolsas recuam, mercado segue cauteloso e com oportunidades para o investidor

No campo das empresas, o destaque da semana foi para o anúncio dos resultados da Petrobrás. A empresa apresentou um lucro líquido de +R$44 bilhões no primeiro trimestre, com margem de 53%. Com isso a empresa anunciou que fará a distribuição de dividendos de R$3,72 por ação. 

Todos os eventos acima destacados, nacionais e internacionais, trouxeram muita volatilidade aos mercados e, mesmo com a ajuda da Petrobrás e dos bancos, o Ibovespa encerrou a semana com queda de -2,54%. 

Confira como o mercado encerrou a semana

Fonte: Investing.com.br

Destaques do Ibovespa

Veja as empresas que mais valorizaram e as que mais se desvalorizaram na semana

Fonte: B3

O grande destaque positivo da semana foi para as ações da petrolífera Petrobrás, a XP atribuiu a alta expressiva das ações ao forte balanço divulgado referente ao primeiro trimestre de 2022 e ao anúncio da distribuição de dividendos de R$3,72/ação.

Para o destaque negativo foram as ações da Eco Rodovias, a XP atribuiu a queda das ações aos fracos resultados apresentados pela empresa e o aumento da alavancagem financeira, segundo analistas, isso pode impactar o crescimento da empresa nos próximos trimestres.

Câmbio e juros

O dólar apresentou mais uma semana de alta consecutiva e encerrou a semana com alta de 2,15% em relação ao real, cotado em R$ 5,08/USD. 

Já a curva dos juros futuros DI com vencimento em janeiro de 2031, apresentou queda de -44bps na semana e atingiu o patamar de 12,51%. 

Confira os assuntos que podem impactar seus investimentos essa semana

No campo macroeconômico, os analistas do mercado estarão atentos à Ata do Copom que será divulgada na próxima quarta-feira, o objetivo é saber a sinalização do BC sobre novas altas, ou não, nas próximas reuniões.

A temporada de balanços segue aquecida no Brasil, cerca de 58% das empresas do Ibovespa divulgaram seus resultados.

Confira a lista das empresas que divulgarão seus resultados do primeiro Tri de 2022 esta semana

Fonte: Investing.com.br

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