Por Diogo Santos 14 de fevereiro 2022
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Confira os assuntos que estão impactando o Brasil e o mundo

Em âmbito nacional, o principal evento da semana passada foi a divulgação da ata do COPOM – Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC). Em tom mais duro do que o comunicado anterior, o Banco Central disse que deve ocorrer mais de um aumento na taxa básica de juros nos próximos meses.

Por mais que sejam menores do que os anteriores, que foram na casa de 150bps, o mercado espera que o Banco Central eleve os juros pelo menos até junho deste ano.

Ainda no campo macroeconômico, foi divulgado o IPCA para o mês de janeiro, o qual apresentou alta de 0,54%. É a maior inflação para o mês nos últimos seis anos, e reforça a expectativa dos analistas de que o BC seguirá elevando a taxa de juros.

Segundo o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, o pico da inflação no país deve ocorrer entre abril e maio, devido à quebra da safra do petróleo.

Diante disso, o economista-chefe da XP, Caio Megale, refez sua projeção para a Selic, que estava em 11,75% ao final do ano, e a nova estimativa passa a ser de 12,75%. O especialista espera que o COPOM faça uma alta de 1 ponto percentual (pp) em março, 0,75pp em maio e 0,25pp em junho.

Divulgação dos resultados das empresas da B3

As empresas brasileiras seguiram divulgando seus resultados e, se por um lado o Bradesco decepcionou o mercado, o Itaú surpreendeu com seus dados referentes ao 4º trimestre de 2021.

O banco apresentou um lucro líquido de R$7,2 bilhões, e segundo analistas isso se deve a um aumento na carteira de crédito para pessoas físicas. Apesar dos números terem vindo acima das expectativas, a recomendação da XP Investimentos é neutra para o papel.

Além do Itaú, a companhia de shoppings centers, Multiplan, apresentou resultados muito acima das expectativas. A receita de locação saltou +35% versus níveis anteriores à pandemia. Com base neste resultado, a XP recomenda a compra da ação e estipula o preço alvo em R$28,00.

Cenário internacional

As incertezas sobre como vai se desenrolar a política monetária americana para conter a inflação, os temores de uma possível guerra entre Rússia e Ucrânia e a divulgação dos resultados das empresas, trouxeram mais uma vez muita volatilidade aos mercados americanos, que por sua vez impactam o todo o cenário global.

Após Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do presidente americano Joe Biden, informar que a Rússia está muito próxima de invadir a Ucrânia, alguns veículos de imprensa chegaram a dizer que o ataque havia começado, porém, Sullivan disse que ainda não está certo que Putin – presidente da Rússia – teria tomado a decisão final.

A inteligência americana tem observado fortes indícios de que a invasão está prestes a acontecer. Com isso, a volatilidade dos mercados aumentou e o preço do petróleo subiu mais de 3%. O assunto segue em destaque nesta semana e o investidor deve ficar de olho.

A inflação também segue em alta nos Estados Unidos. O CPI – principal índice de inflação – apresentou alta de 0,65% em janeiro. Com este patamar, a inflação anual subiu para 7,5% ao ano, o que significa o maior valor dos útimos 40 anos.

No campo das empresas, a temporada de balanços segue forte e, na última semana, o destaque foi para o resultado da Disney que reportou lucro 86% maior do que a expectativa do mercado, pelo fato da empresa ter aumentado sua receita com a plataforma de streaming Disney+.

Além da Disney, a Coca Cola apresentou bons resultados, sendo o seu lucro mais de 10% superior às expectativas.

Confira como o mercado encerrou a semana

Fonte: Investing.com.br

Destaques do Ibovespa

Veja as empresas que mais valorizaram e as que mais se desvalorizaram na semana:

Fonte: B3

O destaque positivo da semana foi para as ações do frigorífico Marfrig (MRFG3). Segundo a XP, a alta do preço das ações se deve ao dólar estar mais favorável, e uma correção devido à queda exagerada que houve após a empresa anunciar que não iria aumentar sua participação na BRF.

O destaque negativo se deu pelo Grupo de moda Soma (SOMA3), mas não foram encontrados motivos aparentes.

Câmbio e juros

O dólar encerrou a semana com queda de 1,40% em relação ao real, cotado em R$ 5,25/USD.

A curva dos juros futuro DI com vencimento em janeiro de 2031, atingiu o patamar de 11,56%.

Esse movimento impactou Tesouro Direto Prefixado, com vencimento em 2024, que saltou de 11,17% a.a. para 11,74% a.a.

Confira as taxas praticadas no Tesouro Direto Prefixado





Crédito: Site do Tesouro Direto

Boletim FOCUS

O Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, resume as expectativas para o PIB, IPCA, Câmbio, Selic, feita pelos agentes de mercado, como bancos, corretoras, gestoras entre outros. 

No relatório desta semana, chama atenção a expectativa para a Selic. Há uma semana esperava-se a Selic em torno de 11,75% ao fim de 2022, e hoje os analistas preveem 12,25%.

Basicamente isso se deve ao fato do IPCA ainda persistir acima do esperado, e a ata do COPOM ter sinalizado um tom mais duro no combate à inflação.

Leia também: Onde investir com a Selic a 10,75%?

Confira as projeções do Boletim Focus para o ano de 2022

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Confira outros assuntos que podem impactar os seus investimentos essa semana

O mercado continuará acompanhando de perto a tensão entre Rússia e Ucrânia. O desenrolar dessa situação pode ter forte impacto nas commodities agrícolas e principalmente no preço do petróleo.

Veja as empresas que divulgam seus balanços esta semana.

Fonte: Investing.com.br

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