Aumento da Selic a 13,75%: Investimentos atrelados à taxa ‘vivem’ o melhor momento?
Copom sugere final do ciclo de aumento da Selic para conter a inflação; Entenda como o cenário global interfere nos investimentos
O Banco Central (BC) anunciou um novo aumento na taxa Selic em meio ponto percentual, chegando na casa dos 13,75% ao ano. O último Relatório Focus divulgado segunda-feira (01/08), revelou que as expectativas para a Selic permaneceram estáveis em 2022 a 13,75%.
Já para 2023, as projeções subiram de 10,75% ao ano para 11% ao ano, indicando que a renda fixa deve continuar com a preferência dos brasileiros no próximo ano.
A preocupação com a inflação permanece avançando nas principais economias globais, em decorrência da guerra na Ucrânia e um possível novo confronto entre China e Taiwan, fazendo com que o mercado reveja as suas projeções até o fim do ano que vem.
Os juros são um dos instrumentos para política monetária mais importantes e compõem o quadro das 5 variáveis macroeconômicas utilizadas na tomada de decisão de se subir ou descer os juros. Para essa definição, o Comitê de Política Monetária (COPOM) utiliza de uma leitura minuciosa de valores e expectativas sobre o Produto Interno Bruto (PIB), Emprego, Balança Comercial e principalmente sobre a inflação oficial do país (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA).
Em agosto, o IPCA acumulado nos últimos 12 meses chegou a 11,89%, contra o teto da meta de 3,50% promovida pelo Banco Central para 2022. O acumulado entre janeiro e julho é de 5,49% e a expectativa para no final do ano é que atinja cerca de 7,15%, segundo o último Boletim Focus (referente à 29/07/2022).
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Investimentos atrelados à Selic ‘vivem’ melhor momento desde 2016?
A Selic é a taxa que o Banco Central utiliza para remunerar o investidor em seu principal título de investimento: o Tesouro Selic. Também conhecido por LFT (antiga Letra Financeira do Tesouro), é uma opção para o investidor que busca reserva de liquidez, além de ser o investimento com maior grau de segurança no país.
Os investimentos que também são favorecidos pagam taxas de juros bancárias, o CDI, por exemplo, por ser uma taxa praticada pelos bancos privados muito próxima da Selic, cotado a 13,65%. Investimentos que pagam 100% do CDI estão rendendo mais de 1% ao mês.
Além do Tesouro Direto, existem mais cinco opções de investimentos que sofrem impacto direto após a recente alta da taxa Selic:
1) CDBs com liquidez diária – Certificado de Depósito Bancário
2) LCI – Letra de Crédito Imobiliário
3) LCA – Letra de Crédito do Agronegócio
4) LC – Letra de Câmbio
5) Fundos de investimento Referenciados DI
Como fica a B3 neste cenário?
A bolsa de valores do Brasil viveu em, em 2022, momentos de alta e de baixa, quando chegou a 120 mil pontos e próximo dos 95 mil pontos. Neste momento, diversos analistas afirmam que a bolsa está barata com relação a seus níveis históricos, mas não se sabe ao certo quando voltará para um preço considerado justo pelo mercado.
Uma taxa de juros mais alta atrai investidores para o Brasil, mais especificamente para produtos de renda fixa, tirando parte do capital que seria direcionado para a bolsa, atrasando o desempenho do Ibovespa e muitas vezes ajudando a valorização cambial do real. Se as empresas continuarem apresentando bons resultados, com lucro e crescimento, naturalmente irá atrair investidores.
Caso o desempenho dessas empresas seja inferior ao esperado, a renda fixa continuará atraindo o capital que seria destinado para a bolsa. Há 2 anos, quando tínhamos a Selic à 2% a.a., você tinha pouco estímulo para poupar, porém, hoje é diferente.
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Estados Unidos vão atrair investidores com aumento dos juros?
Na última quarta-feira (27/07), o Federal Reserve subiu em 0,75 ponto percentual a taxa básica de juros nos EUA, alcançando o intervalo de 2,25% a 2,50% ao ano, intervalo visto em 2018 quando o Fed atingiu o topo de seu ciclo econômico de aumento de juros, iniciado em 2015.
O movimento do FED reflete um esforço para combater a maior inflação nos Estados Unidos em mais de 40 anos, alimentada por um descompasso entre oferta e demanda e alta de preços de commodities ligados à pandemia e à guerra na Ucrânia, além de uma demanda elevada com uma economia aquecida e baixo desemprego, relembrando o cenário da década de 80.
O aumento da taxa de juros nos Estados Unidos impacta todos os ativos de risco do mundo. Neste sentido, não é somente a B3 que sofre por este movimento, há um fluxo saindo da renda variável e migrando para renda fixa, inclusive afetando as criptomoedas.
A curva de juros invertida é um sinal de que a economia está às margens de uma recessão, vínhamos acompanhando esse fenômeno há vários meses e, na semana passada, tornou-se oficial a recessão com a publicação do resultado do PIB americano do segundo trimestre de 2022, (recessão técnica = há mais de 2 trimestres com PIB negativo).
Esse fenômeno, apesar de soar ruim, no momento atual acaba vindo em encontro com o ajuste que o mercado precisa frente à conjuntura econômica atual do país e do mundo.
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