Atas do Copom e FED são esperadas para esta semana
Ibovespa encerrou no negativo, enquanto risco de recessão diminui nos EUA
Na última semana, o Ibovespa encerrou no negativo, com o peso das declarações do presidente Lula (PT) sobre a independência do Banco Central e revisão da meta de inflação. Ademais, o tom mais duro do Copom devido às preocupações no arcabouço fiscal e inflação contribuem para o aumento da aversão ao risco local.
Nos Estados Unidos, a semana terminou entre balanços de Techs negativos e comentários de Jerome Powell diminuindo os riscos de recessão, mesmo com a continuidade das altas nos juros e economia norte-americana gerando números robustos de novas vagas.
Além disso, o FED elevou a taxa de juros em 25pts, ficando na casa dos 4,5% – 4,75%, com a inflação ainda preocupando e novamente reforçando que novas altas serão necessárias.
A autoridade vê o mercado de trabalho ainda apertado e a inflação de salários como fator de preocupação. No entanto, vê caminho para inflação retornar à meta sem queda significativa da economia. Enquanto a taxa de desemprego atingiu o menor nível em 50 anos em 3,4% e a criação de vagas em janeiro veio em alta com mais de 517 mil.
Na Europa, o Produto Interno Bruto (PIB) do 4T22 recuou 0,2% abaixo do consenso de estabilidade. Nesse cenário, o PIB da Zona do Euro subiu 0,1% no 4T22, acima do consenso de -0,1% e encerrando em 2022 com +1,9%.
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Na Inglaterra, o Banco Central inglês elevou os juros em 50 pts para 4% a.a., enquanto o Banco Central Europeu também subiu em 50 pts para 3,00% a.a., ajuste necessário para convergir a inflação à meta de 2%.
Cenário Local
No país, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa de juros Selic em 13,75% a.a, justificando as preocupações com o arcabouço fiscal e expectativas de inflação. O comunicado foi considerado com um tom mais firme, com a autoridade sinalizando postergação do início do corte nos juros.
As eleições no congresso mantiveram os atuais presidentes do Senado e Câmara. Porém, no Senado, o candidato de oposição obteve mais de 1/3 dos votos, mostrando a força desse posicionamento na esfera e concedendo votos suficientes para aberturas de CPIs. Dentro disso, a produção industrial fechou 2022 recuando 0,7%, com bens duráveis sofrendo a maior queda (3,3%).
No radar corporativo, a semana foi de forte volatilidade e o mercado reagiu com mau humor sobre a prévia operacional de Vale, a qual veio abaixo do esperado, reportando dados inferiores na produção de minério de ferro, com queda de 2%. Segundo a companhia, o número abaixo da expectativa se deve aos atrasos de licenciamento na Serra Norte.
A temporada de balanços começou e o Santander divulgou seus números, também reportando dados abaixo da expectativa. O banco foi impactado diretamente pelo caso de Americanas, com recuo de 46% em seu lucro líquido, aproximadamente R$ 1,69 bilhões. Com isso, registrou queda de 21,1% no ano
para R$ 12,9 bi.
Como destaque positivo, a Natura está entre as principais altas da semana, subindo com rumores de que a LVMH e L’Oréal estariam interessadas em comprar uma participação na marca de cosméticos de luxo, Aesop.
Para esta semana, a temporada de balanços ganha força com os seguintes destaques: Itaú (07/02 – pós mercado) ; Banco Pan e Klabin (08/02 – pré-mercado); BB Seguridade (09/02 pré-mercado), Bradesco, Multiplan, Porto Seguro e Tim (09/02 pós mercado); Usiminas (10/02 pré-mercado).
Commodities e Câmbio
O barril de petróleo e commodities agrícolas recuaram na semana, após dados fortes do mercado de trabalho norte-americano, levando os agentes a se preocuparem com nível mais alto da taxa de juros por lá.
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O dólar norte-americano chegou a ficar abaixo dos R$5,00, no entanto, questionamento do governo quanto a independência do BC, fez a moeda voltar para cima dos R$5,00. O fluxo estrangeiro se manteve na semana.
Juros
A curva de juros subiu em toda extensão com o miolo apresentando altas maiores. Assim, o comunicado mais firme do Copom, declarações de Lula sobre independência do BC, meta de inflação e juros contribuíram para a abertura da curva.
Renda Fixa
As raxas nas rendas fixas subiram com estresse na curva, os pré-fixados atingiram 15% novamente nos CDBs e NTNBs voltaram para cima dos IPCA+6% nos vencimentos mais longos, abrindo boas oportunidades em alocações de longo prazo.
Perspectivas para a semana
Esta semana, os investidores estarão atentos para a ata do Copom, IPCA e discursos do FED e de Jerome Powell. No mercado local, teremos uma bateria de balanços corporativos. No mais, ruídos vindos de Brasília adicionarão volatilidade no Ibovespa.
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