Mercado continua atento aos impactos do arcabouço fiscal
No cenário corporativo, Raízen e Hapvida se destacam em semana movimentada
Na última semana, o Ibovespa fechou no campo positivo, entre a ata do Copom (que reforçou o combate à inflação) e o novo arcabouço fiscal do governo, que foi interpretado por parte do mercado como incerto no seu cumprimento.
O mercado externo acalmou durante a semana, após problemas de liquidez em bancos regionais nos Estados Unidos, os principais índices acionários subiram, impulsionado também pela menor pressão da inflação ao consumidor nos EUA. Dentro disso, a inflação ao consumidor nos EUA subiu 0,3% em fevereiro e 4,6% anualizado, abaixo do consenso de 0,4% e 4,7%.
Na China, os índices de atividade econômica vieram acima do esperado, no entanto, continuaram a vir abaixo da leitura anterior.
Cenário Local
A ata do Copom reforçou o tom mais duro no combate à inflação, sendo o principal vetor de decisão da autoridade monetária, com o comitê enfatizando a busca pela ancoragem das expectativas inflacionárias no longo prazo.
A condução de uma política fiscal sólida e crível junto com a política monetária será fundamental para diminuir a incerteza e facilitar o processo de desinflação, após o processo desinflacionário ter perdido força nos últimos meses.
A semana foi bem movimentada internamente com o esperado anúncio do arcabouço fiscal, ata do Copom com tom mais duro no comunicado. Esteve bastante volátil ao longo da semana, mas o Ibovespa conseguiu finalizar a semana em alta de 3,09% aos 101.882 pontos.
No cenário corporativo, o mercado foi de alta em quatro dos cinco pregões da semana. Após o adiamento da viagem de Lula à China, o mercado reagiu à antecipação do anúncio do arcabouço fiscal.
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O setor sucroenergético esteve em destaque de alta, com mercado reagindo a cobranças de ICMS nos preços de gasolina e etanol, Raízen (RAIZ4) destaque da semana com 18,4% de alta. Hapvida (HAPV3) continuou a trabalhar com forte volatilidade e encerrou a semana com alta de 16,40%, com divulgação de balanço onde anunciou duas transações em potencial de levantar R$2,3 bilhões e também uma notícia de provável follow-on.
Do lado negativo, destaque para MRV (MRVE3) com tom mais duro do Copom, mantendo juros futuros em alta, fizeram o ativo encerrar a semana com queda de -10,10%. As empresas do ramo de construção e varejistas acabam tendo uma perspectiva de crescimento comprimido, com incertezas do ciclo econômico e juros altos.
Fluxo estrangeiro
Com dados de até 30/03/23, observamos que o investidor estrangeiro em março retirou da bolsa -R$3,49 bilhões, mesmo em 30/03 tendo sido positivo em R$1,11 bi. Nos últimos 10 pregões divulgados, foram sete negativos e três positivos. No ano, o fluxo é de entrada de R$7,38 bi.
Confira o comentário técnico por Gilberto Coelho Jr:
– Ibovespa: O Ibovespa praticamente devolveu toda a forte alta da véspera e voltou a fechar tanto abaixo da média de 21 dias como da antiga LTB, deixando um sinal de falso rompimento e de retomada da tendência de baixa. Uma perda dos 101.475 favorecerá teste de suportes em 100.000 ou 97.000 em fundo recente, que se perdido ainda projetaria os 93.000. Para retomada do sinal de alta de curto prazo seria importante fechar acima dos 104.100 mirando então resistências nos 106.700 ou 110.000 O IFR depois de vários dias em alta reverteu a inclinação para baixo sugerindo novas quedas.
-DOLK23: O DOLK23 segue em tendência de baixa pelas médias de 21 e 200 dias. Uma perda dos 5.079 projetaria teste de importante suporte nos 5.015 ou 4.905 em projeção de Fibonacci. Acima dos 5.131 teria sinal de repique de alta mirando resistências em 5.155 ou 5.245 em pullback na média de 21 dias. O IFR aponta para baixo mantendo o sinal de força vendedora, mas entrou em sobrevenda, caso aponte para cima favorecerá repiques de alta.
– S&P 500: O SP500 está acima das médias de 21 e 200 dias, favorecendo a tendência de alta. Acima dos 4.113 tem projeções em 4.200 e 4.320. Caso feche abaixo dos 4.048 teria sinal de realização mirando suportes em 3.970 ou 3.875 em teste da LTA. O IFR , oscila de 0 a 100, ainda aponta para cima em sinal de aumento de força compradora, porém, entrou em sobrecompra, alertando para realizações caso perca a região de 70.
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Juros
A curva de juros teve mais uma semana com recuos nos vencimentos mais longos após arcabouço fiscal e alta nos vencimentos mais curtos reagindo a ata do Copom, que reforçou o tom duro no combate à inflação e fazendo os agentes a postergar mais o início da queda nos juros no Brasil.
Câmbio
O Real se apreciou perante o dólar, com arcabouço fiscal, sendo a moeda dos emergentes que mais se valorizou.
Renda Fixa
As taxas de renda fixa recuaram com alívio da curva de DIs. No entanto, continuam em patamares elevados.
Perspectivas para a semana
A semana terá como foco o payroll nos EUA na sexta-feira (07/04) e dirigentes do FED, BCE e BOE. No Brasil, o arcabouço segue na tramitação do congresso, além das falas de Campos Neto em evento hoje (03/04).
O mercado ainda espera que o ministério da fazenda anuncie as mudanças no marco do saneamento e as 12 medidas na área de crédito para melhorar o ambiente de negócio no país. Ademais, abril será o mês em que veremos as definições de nomeações de diretores do BC e ministro do STF.
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