Por iHUB 03 de março 2023
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Entenda se as ações da Magalu despontam como as favoritas após a recuperação judicial da Americanas

Em janeiro, a Americanas (AMER3), uma das varejistas mais respeitadas do Brasil, foi envolvida em um dos maiores escândalos contábeis entre empresas listadas na Bolsa de Valores brasileira (B3), que posteriormente culminou no seu processo de recuperação judicial.

Assim, com a perda da confiança dos investidores, falta de crédito, perda de clientes e suporte insuficiente dos fornecedores, muitos questionaram se outros varejistas, como a Magazine Luiza, poderiam aproveitar a oportunidade para abocanhar fornecedores e clientes, resultando em uma possível elevação das ações da Magalu (MGLU3) no mercado. 

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Entendendo o caso Americanas 

O escândalo da Americanas estourou em 11 de janeiro, quando o novo presidente da empresa, Sergio Rial, encontrou na companhia “inconsistências contábeis” na casa de R$ 20 bilhões, que teriam se acumulado durante uma década.

Em seu funcionamento, a Americanas, antes de comprar qualquer mercadoria de um fornecedor, pagava suas dívidas com dinheiro emprestado de um banco, com acréscimo de juros, evitando que a empresa ficasse devendo dinheiro na compra de suas mercadorias.

Desse modo, a instituição bancária registrava as dívidas da companhia em seus livros.  Depois, a Americanas pagava à instituição com juros por meio de uma transação posterior.  Contudo, a Americanas registrava em seu balanço a dívida financeira com o fornecedor, sem a inclusão dos juros, que ao longo dos anos, resultou em um rombo bilionário para a empresa.

A situação só piorou quando se descobriu que a dívida da empresa era de fato equivalente a R$ 43 bilhões. Com isso, a ação da Americanas (AMER3) perdeu 94% de seu valor. Em 19 de janeiro, a empresa entrou em processo de recuperação judicial, em meio a disputas com bancos credores, que exigiam a execução de dívidas e até mesmo a venda de ativos para quitação da dívida. 

Vantagem da Magazine Luiza

Quando uma empresa com uma pegada competitiva muito alta, como a Americanas, sofre com um problema como esse, o restante do setor pode ganhar uma grande fatia de market share. Em resumo, market share corresponde a participação de mercado, ou seja, um percentual que define a relevância de uma empresa perante seus concorrentes no setor em que atua.

Isso pode representar aspectos como valor de mercado, público consumidor, volume de vendas, etc. Assim, entre as varejistas, a Magazine Luiza pode ser uma das beneficiadas na atração de clientes que não compram mais nas Lojas Americanas ou na BW2.

Impactados no mercado financeiro 

No dia 12 de janeiro, primeiro pregão após a revelação do rombo bilionário da Americanas, as ações da Magalu dispararam 26,65%, passando de R$ 20,2 bilhões para R$ 29,04 bilhões em valor de mercado.

Vale destacar que, as ações da Magalu dispararam quase 7% no início do pregão da sexta-feira (24/02), com o Citi apostando no papel, em detrimento ao cenário de fraca concorrência.

O Citi não citou a Americanas, mas afirmou que a “crise de crédito de um dos seus maiores competidores” poderia levar a um aumento de 20% nas vendas online totais da Magazine Luiza, à medida que a empresa conquistasse uma maior participação de mercado.

Impacto macro

Os analistas acreditam que o desempenho do setor de varejo dependerá das decisões de política monetária e das tendências das taxas de juros, recuperação econômica e outros fatores.
Em janeiro, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa de juros em 13,75%, indicando que as expectativas de juros menores neste ano permanecem incertas.

Vale lembrar que todo o varejo enfrenta altos custos financeiros em um ambiente de juros altos, reduzindo o poder de compra dos consumidores e afetando diretamente a demanda pelos produtos, com impacto nas ações da Magalu.

Não por acaso, na recomendação do Citi citada anteriormente, o ​​banco destaca que, no médio prazo, ou seja, entre 2023 e 2024, as vendas totais online subam 1,2% e 2%, respectivamente, e que as vendas totais offline caiam 1% e 0,9% nesses dois anos.

Em suma, o balanço do 4º trimestre de 2022 (4T22) da Magazine Luiza, que deve ser divulgado após o fechamento do mercado em 9 de março, pode ser o gatilho para valorização ou maiores oscilações no preço das ações da Magalu.

Apesar do cenário de perspectivas positivas para as ações da Magalu em meio a derrocada da Americanas, não há como ter certeza se de fato a Magazine Luiza se beneficiará de fato com isso no médio/longo prazo, já que o contexto de incertezas econômicas e continuidade dos juros elevados no Brasil ainda permanece.

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