Por iHUB 04 de outubro 2022
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Saiba porque investir em renda fixa no longo prazo pode ser uma alternativa inteligente no momento atual

O investimento em renda fixa no longo prazo é uma estratégia adotada por muitos investidores mais conservadores focada em gerar retornos consistentes de investimentos como títulos, fundos de renda fixa, certificados de depósito bancário (CDB), entre outros. 

Essa estratégia, para trazer sucesso ao investidor, precisa ser implementada de forma estratégica, no momento e na intensidade correta para que assim traga os resultados esperados à carteira do investidor.

Com os altos índices de inflação acumulados nos últimos 12 meses, o Banco Central começou a implementar uma série de aumentos nos juros, fazendo com que a remuneração da maioria dos títulos do Tesouro Nacional atingisse patamares historicamente altos.

Desse modo, investidores focaram seus portfólios para uma abordagem de renda fixa, contando com o investimento para obter renda regular. No entanto, muitos se questionam se o investimento em renda fixa no longo prazo se manterá lucrativo.

Renda fixa no longo prazo

Com o recente aumento das taxas de juros, os investidores passam a encontrar títulos que trazem rendimentos mais elevados, refletindo uma oportunidade defensiva em relação às ações, por exemplo, com menos ou nenhuma volatilidade.

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Trata-se de uma maneira de aumentar a rentabilidade mínima da carteira (lastro financeiro) que ajuda a gerenciar o risco em um portfólio que inclui ações. Em outras palavras, manter esses títulos ajudará a reduzir a volatilidade dos portfólios diversificados e melhorará sua eficiência, principalmente dos investidores de longo prazo.


Indícios do final de ciclo de altas

Ao analisar o todo, há fortes indícios de que as taxas de juros da economia estão mais propensas a cair daqui do que a subir. Mas como sabemos disso?

A taxa Selic hoje está estipulada em 13,75% ao ano.

O mercado financeiro brasileiro possui um relatório, que é publicado semanalmente, que faz um levantamento das expectativas dos principais players (bancos, corretoras, assets, etc.) sobre as principais variáveis macroeconômicas. Ele se chama boletim Focus.

Segundo o último relatório do Boletim Focus sobre Expectativas de mercado, com os dados coletados até dia 30/09/2022 e publicado no dia 03/10/2022, há a estimativa de que a Selic vá para 11,25% ao ano em dezembro de 2023 e em 8,00% ao ano para dezembro de 2024.

É importante conceituar que quando um banco central sobe suas taxas de juros quando ele precisa frear a inflação.

O mundo inteiro, por sua vez, sente atualmente os efeitos de uma alta inflação consequente de um pós pandemia e crises geradas com a guerra da Ucrânia com a Rússia.

Porém, o “remédio” contra a inflação precisa ser tomado na hora certa e nas quantidades certas e, vemos que, ao contrário do Brasil, várias grandes economias do mundo tardaram para agir e com isso, aumento do desemprego, queda da produção e recessão começam a aparecer em seus radares.

Em meio a esses ventos do mercado externo e pelo fato do Brasil ter agido em momento e intensidade coerentes às necessidades da política monetária, a maioria dos economistas do mercado acreditam que as taxas de juros permanecerão no patamar atual, pelo menos até o final deste ano de 2022.

Os investidores devem explorar, em meio ao cenário atual, devem fazer uso de uma combinação de ativos de renda fixa com uma concentração mais expressiva em seus portfólios, resultando em maior preservação de capital e rentabilidades mais estáveis e elevadas.

De olho nos títulos de curto prazo

Como você já deve saber, o Banco Central, quando sobe a taxa de juros sobe a sua taxa de juros oficial chamada de taxa Selic.

A taxa Selic, por sua vez, é a taxa de remuneração para os títulos de curto prazo do governo, em outras palavras, quando os juros aumentam (ou diminuem), os primeiros títulos que “sofrem” seus efeitos, são os títulos do Tesouro Selic, também chamados de LFT (letras financeiras do tesouro).

O restante dos títulos do tesouro nacional também são impactados em efeito cascata com as variações da Selic, esses levam em consideração mais fatores para suas variações.

Dentre os fatores para a variação de suas taxas, há principalmente as expectativas sobre os próximos ajustes de taxas de juros e a evolução da inflação correspondente até a respectiva data de vencimento.

Em via de regra, quanto maior a imprevisibilidade para juros e inflação nos cenários para o futuro, maiores serão as remunerações oferecidas para os títulos nestes horizontes.

No cenário atual brasileiro está ocorrendo um fenômeno bastante interessante ao analisarmos a chamada rentabilidade real dos títulos de curto prazo.

Rentabilidade real é a diferença entre a rentabilidade do título reduzida da inflação no período.

Para os últimos meses (julho/22 e agosto/22) como resultado da alta nos juros, a inflação acabou respondendo de forma a se reduzir e até a ficar negativa, resultando em uma potencialização da rentabilidade real apurada neste períodos nos títulos que possuem Selic como seu pós fixador de rentabilidade, conforme o exemplo abaixo:

  • de 01/Junho/22 a 30/Junho/22
    Selic Bruta Acumulada: 0,97%
    IPCA Do mês: 0,67%
    rentabilidade Real Selic Junho: 0,31%

  • – de 01/Julho/22 a 30/Julho/22
    Selic Bruta Acumulada: 1,04%
    IPCA Do mês: -0,68%
    rentabilidade Real Selic Julho: 1,73%

  • – de 01/Agosto/22 a 30/Agosto/22
    Selic Bruta Acumulada: 1,07%
    IPCA Do mês: -0,36%
    rentabilidade Real Selic Agosto: 1,44%

Investir em renda fixa de longo prazo é ideal para você?

O momento atual é realmente muito interessante para se analisar a composição de títulos de longo prazo em seu portfólio, tanto para objetivos de longo prazo, como para realizar operações com mais risco de mercado secundário de médio prazo.

Pensando em objetivos como aposentadoria, faculdade para os filhos ou compra de imóvel, o momento atual é bem interessante para se investir em títulos de renda fixa de longo prazo, especialmente se o investidor busca manter algumas de suas economias livres de riscos seja pela proteção contra a inflação que alguns desses títulos oferece, seja travando alguma taxa que seja atraente dentro de um planejamento.

Sendo assim, os investidores com objetivos focados no longo prazo encontram um prato cheio ao entrar nas plataformas de suas corretoras e para selecionar algum investimento.

Disclaimer: Ao investir, tome cuidado com os riscos que alguns títulos de renda fixa podem oferecer.

Por um outro lado, para aquele investidor mais arrojado em seus investimentos, o momento atual permite a construção de posição especulativa com certos títulos de renda fixa de longo prazo.

Acontece que por conta da alta Selic somada a toda a imprevisibilidade do cenário atual, os “prêmios” sobre toda a curva de juros está também elevado. Isso faz com que todos os títulos de longo prazo, de alguma forma, acabem carregando os efeitos do cenário em suas taxas, que acabam também ficando mais elevadas.

Para poder vender antes do vencimento com a possibilidade de ganhos financeiros, o investimento escolhido precisa ter a possibilidade de negociação no mercado secundário.

Ao comprar algum título desses, o investidor pode ter como cenário de ganhos quando a taxa de juros cai e/ou quando a imprevisibilidade sobre o cenário diminui, fazendo assim com que o valor dos títulos suba, permitindo casos em que os ganhos com a venda possam ser maiores do que o contratado na compra do título.

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