Marcação a mercado na renda fixa
Saiba mais sobre o momento certo para comprar ou vender um título de renda fixa
Você que comprou um título de renda fixa e está na dúvida se consegue ou deve vendê-lo antes da hora, ou até mesmo se é o momento para a comprar um título de renda fixa para uma posterior venda, elaboramos este artigo com o objetivo de lhe fornecer algumas ferramentas para essa tomada de decisão.
Antes de começarmos é preciso compreender algumas características dos títulos de renda fixa. Os títulos de renda fixa têm o denominado preço unitário, ou PU, que é o valor a ser pago por uma quantidade de títulos. Mas quando negociamos no mercado, muito é falado em taxa.
E é isso mesmo, no mercado de títulos de renda fixa quando se trata de negociação é negociado a taxa. Normalmente o preço unitário (PU) é o Valor presente (VP) calculado pela taxa do período através, aplicando o valor futuro (VF) em R$ 1.000,00*, na fórmula dos juros compostos, conforme representado abaixo**:
Onde:
VP -> Valor presente
VF -> Valor futuro
i -> Taxa do período
n -> Períodos
*conforme orientado em material disponibilizado aqui, considerar R$ 1.000,00 para títulos públicos com remuneração prefixadas
**A fórmula não leva em consideração amortizações prévias ou pagamentos de cupons.
Quer aprender mais sobre valor presente e valor futuro, confere nosso curso de matemática financeira e domine tudo sobre o assunto, é de graça! Clique aqui e se cadastre.
Levando em conta que se é negociado taxa no mercado financeiro, ao se comprar ou vender títulos é fundamental que se tenha a compreensão do impacto de sua variação sobre o preço do título.
Em outras palavras se faz fundamental ao investidor se atentar que quanto maior a taxa do investimento, menor o seu preço unitário e que, em um mundo ideal, ao se comprar um título, o investidor deverá procurar as maiores taxas e, ao decorrer do tempo, esperar que esta caia para assim obter rentabilidades superiores à contratada.
Como apurar o rendimento de um título de renda fixa?
Depois de se comprar um título de renda fixa, é fundamental que o investidor entenda como sua renda fixa pode ser precificada e assim consiga acompanhar o desempenho de seu investimento.
Existem duas formas para isso: através da marcação à mercado ou da marcação na curva.
A principal diferença entre cada uma dessas apurações está diretamente ligada à taxa utilizada no cálculo de seu preço unitário. A Marcação na curva se trata da atualização do preço unitário do título pela taxa utilizada na compra pelo período restante.
Já a Marcação a mercado é quando a taxa utilizada é da última negociação do próprio ativo no mercado financeiro como referência. Alguns títulos de renda fixa têm possibilidade de negociação no mercado de Balcão, onde são precificados e negociados.
Portanto podemos quanto à marcação a mercado, podemos chegar à conclusão vista no gráfico abaixo:
Fonte: XP Investimentos
Qual rentabilidade a corretora me informa?
Mas você deve estar se perguntando: se quando eu compro um título de renda fixa com a rentabilidade informada até seu vencimento, por que é importante saber quanto o mercado está pagando pelo título?
Leia também: Renda fixa no longo prazo se justifica?
Hoje, dentre os principais ativos do mercado financeiro, somente fundos de investimentos são obrigados a ter o acompanhamento de seus preços pela marcação a mercado diariamente.
Títulos Renda fixa Bancários (CDB, LF, LCA, LCI e LC), de crédito privado (CRA, CRI e DEB) e públicos não têm essa obrigatoriedade, no entanto, os valores de todos esses títulos de renda fixa, atualmente são atualizados através da marcação na curva, ou seja, seus preços são atualizados diariamente pela taxa contratada.
Porém, isso irá mudar em breve.
A partir de 01/01/2023 os títulos públicos e de crédito privado serão obrigatoriamente marcados no mercado todos os dias. Isso porque esses títulos possuem a possibilidade de venda antecipada no mercado secundário.
Já os títulos bancários continuarão a ser marcados na curva. Esses contam com alguma possibilidade de venda antes do vencimento, mas através da corretora e normalmente com algum deságio.
Importante:
– O retorno do passado será reprocessado e ajustado na curva desde 2017.
– Bancários, Tesouro direto, Letras Financeiras e SWAP, nada vai mudar
Importante: os ganhos ou perdas causadas pela “marcação a mercado” só são colocadas em prática caso o investidor decida vender o ativo antes do prazo final. Caso contrário, receberá a remuneração que foi acordada no momento da aplicação, assim a oscilação ao longo do período não importará.
Como isso impacta seus investimentos?
As corretoras de valores que oferecem os serviços de negociação no mercado secundário de renda fixa aos seus investidores contam com a negociação desses títulos na B3 com registro da operação na Anbima e é de lá que os preços são informados.
Com essa mudança e a aproximação do investidor com a cotação do título no mercado secundário com variação diária poderá se tornar mais fácil identificar oportunidades de venda antecipada na renda fixa.
Os retornos passados serão reprocessados e seu portfólio recalculado conforme preço de marcação na curva desde 2017, portanto impactando o portfólio como um todo com um pouco mais de volatilidade.
Lembrando que os ganhos ou perdas causadas pela marcação a mercado só significará perda financeira caso o investidor efetive a venda do ativo antes do prazo final. Caso contrário, na data de vencimento, o investidor receberá a taxa acordada no momento da compra.
Como identificar oportunidades?
O mercado financeiro é um organismo vivo. A conjuntura atual, a expectativa sobre o futuro, além de todas as características daquilo que está sendo analisado, são os principais fatores formadores de preço.
Para a renda fixa, não é diferente. Quando há muitas incertezas sobre o futuro, as taxas tendem a ficar mais altas, ou seja, os preços mais baixos.
Além disso, a taxa de juros do mercado financeiro é marcada pelo fenômeno dos ciclos econômicos que podemos observar no gráfico abaixo:
Aqui vemos o comportamento que as taxas de juros têm ao longo do tempo em conjunto com a inflação, seguindo por ciclos de altas e baixas de forma quase perfeitamente cíclica.
Essa visão pode contribuir ao investidor com uma ideia de para onde as taxas irão guinar a seguir, permitindo que tenha uma expectativa em função do futuro das taxas de juros da economia e assim contribuir na tomada de decisão.
Por último, a liquidez do ativo negociado também influencia na taxa da sua marcação. Ativos com menos liquidez sofrem menos oscilações de preço, por serem menos negociados. Contudo, por ter menos liquidez normalmente o deságio é maior na ponta da venda.
Antes de investir, é importante consultar um especialista. Preenchendo o formulário abaixo, um assessor da nossa empresa parceira, poderá te ajudar a construir uma carteira ideal para o seu perfil.