Por Paulo Cunha 10 de junho 2025
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Por que aceitar que o mercado não se importa com você pode ser a chave para investir com mais inteligência e menos ilusão

Existe uma crença recorrente entre investidores — novatos e experientes — de que é possível domar o mercado. Basta ter estudo, disciplina e técnica. Parece lógico. Mas essa lógica desmorona diante da realidade: o mercado não se importa com você.

Ele não conhece seu nome, não compartilha do seu sonho de liberdade financeira, e não está preocupado com o quanto você se esforçou. Simples assim.

A Ilusão de Controle: Day Trade & FOMO

No day trade, essa ilusão ganha força total. O trader acredita estar operando com método, mas muitas vezes está apenas reagindo a emoções. Cada candle é um gatilho emocional. Perder parece injusto. Ganhar vira validação. O que era para ser estratégia vira ansiedade com planilha.

Leia também: Por que até os mortos investem melhor: o paradoxo da inatividade

E mesmo com todos os cursos, ferramentas e alertas, a maioria não tem o controle emocional necessário. O coração acelera. O erro vira teimosia. A esperança, vício. E o mercado… segue indiferente. Estudos mostram que mais de 90% dos traders perdem dinheiro no longo prazo. Mas por que continuam?

A Armadilha do Começo

A “sorte do principiante” responde parte da questão. Um ganho rápido no início parece um sinal — mas é só isca. A sensação de “isso é para mim” vira armadilha. E junto dela nasce um mito perigoso: o do “dom”. É o ponto exato em que se para de operar com técnica e se começa a operar com ego.

FOMO: O Medo de Ficar de Fora

O FOMO — Fear of Missing Out — é o combustível por trás de muitas decisões irracionais. “Vai subir mais!”, “Esse papel dobrou em uma semana!”, “Esse cara ficou milionário!”… A pressão de fora encontra a insegurança de dentro, e o clique acontece.

Redes sociais amplificam esse ruído: prints de lucros, gurus promissores, rentabilidades fora da curva. Mas ninguém posta o prejuízo. Ninguém mostra o pânico. O resultado? Um ciclo de comparação, ansiedade e perdas.

O Mercado: Mais Cassino que Ciência

Como disse Nassim Taleb:

“Mercados não são lógicos. São emocionais. E são dominados por quem entende o risco, não por quem busca o controle.”

O mercado especulativo se parece mais com um cassino sofisticado do que com uma ciência exata. A diferença? No cassino, você sabe que está jogando. No mercado, muitos acham que estão investindo.

O Mercado é um Espelho

Por fim, o mercado é um reflexo brutal da nossa mente: medos, ganâncias, vaidades. Ele não pune quem não sabe. Ele cobra — com juros, com perdas, com lições caras.

A grande virada de chave é entender isso:


Você não precisa vencer o mercado. Precisa vencer a si mesmo.