Copom eleva taxa Selic para 10,75% em meio a preocupações com inflação

Aumento de 0,25% na taxa básica de juros reflete a necessidade de controle sobre a inflação dos serviços e bens industriais, que mostram sinais de aceleração, apesar da deflação no IPCA de agosto

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (18) um aumento de 0,25% na taxa Selic, levando a taxa básica de juros do Brasil ao patamar de 10,75% ao ano. A decisão, embora esperada por parte do mercado, reflete a preocupação crescente com as pressões inflacionárias, em especial sobre os serviços e bens industriais. O movimento vem após a divulgação do Boletim Focus da última segunda-feira (16), que indicou uma revisão para baixo nas projeções de crescimento do PIB e uma inflação persistentemente elevada no setor de serviços.

Segundo dados recentes, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto registrou uma deflação de 0,2%, uma queda que poderia parecer positiva à primeira vista. No entanto, a XP Investimentos alerta que o cenário inflacionário é mais preocupante quando se observa os componentes de serviços e bens industriais. “As perspectivas de inflação são preocupantes. Não pelo dado corrente do IPCA em si, mas pelo fato de a inflação dos serviços básicos se manter em torno de 5% em termos anualizados, enquanto a inflação dos bens industriais, que estava estável, voltou a acelerar para cerca de 3%”, destacou a corretora em análise recente.

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Além disso, a XP acredita que o Copom terá que continuar monitorando de perto as pressões inflacionárias, sobretudo no setor de serviços. A corretora também ressaltou a importância de uma comunicação clara e cautelosa por parte do Banco Central. “Em nossa opinião, fornecer orientação sobre o ritmo de aumentos futuros ou sobre a magnitude geral do ciclo de aperto seria arriscado. A palavra ‘gradual’ provavelmente aparecerá na declaração após a decisão, com base em sinalizações recentes dos membros do Copom”, acrescenta a XP.

Inflação de serviços e bens industriais sob vigilância

Enquanto o setor de serviços mantém uma inflação elevada, o recente aumento nos preços dos bens industriais reacendeu os debates sobre o impacto de pressões externas e o câmbio sobre a economia brasileira. A aceleração desses preços pode comprometer ainda mais o crescimento do PIB, que já sofreu revisões para baixo no Boletim Focus, ampliando o desafio do Banco Central em equilibrar crescimento e controle inflacionário.

Renda fixa se torna ainda mais atrativa para o investidor após alta da Selic

Com a elevação da taxa básica de juros para 10,75%, produtos de renda fixa, como CDBs, LCIs e Tesouro Direto, devem oferecer rendimentos mais elevados, reforçando a atratividade desses investimentos para quem busca maior segurança e retorno estável no cenário de aperto monetário.

Vale ressaltar a importância da diversificação de carteira e da análise minuciosa dos prazos e riscos dos investimentos em renda fixa. O acompanhamento atento das decisões do Copom e a orientação de profissionais do mercado tornam-se cruciais para que os investidores tomem decisões mais assertivas neste cenário de transição.

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