Dados do PIB nos EUA mostram crescimento de 1,6% ao ano

Temporada de balanços já começou tanto no Brasil quanto no exterior

O Ibovespa encerrou a semana em terreno positivo, impulsionado pelo desempenho favorável dos mercados acionários de Nova Iorque. A valorização foi sustentada pelos robustos resultados financeiros apresentados por gigantes da tecnologia, Microsoft e Alphabet, que se sobrepuseram às preocupações geradas pela inflação superior às previsões nos Estados Unidos.

No primeiro trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos registrou um crescimento de 1,6% ao ano, marcando uma desaceleração em comparação com o avanço de 3,4% ao ano observado no trimestre anterior. 

A expansão econômica foi predominantemente sustentada pelo aumento dos gastos dos consumidores, pelo investimento residencial e pelos desembolsos governamentais. No entanto, essa elevação foi parcialmente ofuscada pela redução nos investimentos privados em estoques. Paralelamente, o incremento nas importações, elemento que é deduzido no cálculo do PIB, registrou uma alta.

No que tange à inflação, o índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), considerado a medida oficial pelo Banco Central americano, apresentou um crescimento de 0,3% em março, alinhando-se às expectativas do mercado. 

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Contudo, em uma análise anual, o índice exibiu um aumento de 2,8%, superando as projeções anteriores. Este cenário reflete os desafios enfrentados pela maior economia do mundo em meio a um contexto de desaceleração econômica e pressões inflacionárias.

Cenário Local

No Brasil, no mais recente indicador do IPCA-15, observou-se um incremento de 0,21% no mês de março, cifra esta que se situou abaixo das expectativas de mercado, que projetavam um avanço de +0,30%. A moderação nos índices foi principalmente influenciada pelo comportamento contido dos setores de serviços e industriais, enquanto o segmento de alimentação registrou um impulso significativo.

Juros

A curva de juros apresentou nova elevação, influenciada pelo agravamento das condições fiscais e pelo aumento dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Essa tendência de alta nas taxas de juros tem impacto direto nos investimentos em renda fixa, exigindo uma reavaliação das estratégias de alocação de ativos.

Câmbio e Commodities

O real experimentou uma semana de recuperação, interrompendo uma sequência de sete semanas consecutivas de desvalorização. Essa recuperação do real reflete a cautela dos investidores em relação aos rumos da economia e as expectativas de inflação.

Veja também: Como funciona a tributação de investimentos no exterior no IR 2024? 

No último boletim, o mercado assistiu a uma inversão nas tendências recentes de commodities importantes: o preço do barril de petróleo registrou uma alta, enquanto o ouro, após semanas consecutivas de ganhos, apresentou um recuo.

Renda Fixa

As taxas de renda fixa experimentaram um novo aumento, impulsionadas pela expansão da curva de Depósitos Interfinanceiros (DIs) e pelo crescimento das expectativas de inflação futura, refletindo uma percepção fiscal deteriorada. Em meio a esse cenário, os títulos públicos NTN-Bs de longo prazo voltaram a atingir níveis acima de IPCA+6,00%, despertando considerável interesse entre os investidores.

Perspectivas para a semana

Na próxima semana, o cenário internacional estará sob os holofotes com a divulgação de importantes indicadores macroeconômicos. Nos Estados Unidos, as atenções estarão voltadas para a decisão sobre a taxa de juros e os dados do mercado de trabalho. 

Enquanto isso, na Europa, serão divulgados o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2024 e os índices de inflação ao consumidor. No Brasil, os destaques ficam por conta do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e da taxa de desemprego.

Além disso, a temporada de divulgação de balanços corporativos ganhará força, tanto no Brasil quanto no exterior, prometendo movimentar os mercados financeiros e oferecer uma visão mais clara da saúde econômica das empresas em um contexto global.

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