Super Quarta dita o clima no mercado financeiro esta semana

Economia norte-americana aparenta desacelerar e ações bancárias brasileiras caem

Na última semana, o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA  foi divulgado e se mostrou acima do esperado, reforçando a tese de “pouso suave” e trazendo certo alívio aos investidores. 

Dentro disso, o PIB subiu 2,9%, sendo que a expectativa era de 2,6%, demonstrando uma desaceleração da economia norte-americana. No entanto, os novos anúncios de grandes empresas na área tech e bancos na diminuição do quadro de funcionários segurou uma maior alta no país.

Na Europa, os índices de manufaturas e serviços tiveram uma pequena melhora em janeiro, mas ainda mostram contração da atividade com os números abaixo dos 50 pontos. No Japão, a inflação em janeiro atingiu 4,3% no ano, colocando pressão sobre o banco central em cortar estímulos. 

Cenário Local

Aqui no Brasil, o IPCA-15 de janeiro mostrou alta de 0,55%, acima do consenso de 0,52% e, com saúde, os cuidados pessoais e comunicação puxaram o índice para cima. Além disso, o Ibovespa terminou a semana em leve alta, com discussões sobre alteração da meta de inflação e declarações do governo a respeito do ajuste fiscal. 

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No radar de desdobramentos da crise da Americanas, a cia apresentou sua lista de credores com dívida total de R$41,2 bilhões a 7.967 credores. O fato impactou o setor bancário, devido à exposição de crédito à empresa, e obtiveram uma performance negativa, com destaque para o Bradesco com queda de -6,40% na semana. 

A empresa agora tem 60 dias para apresentar seu plano de recuperação judicial. Na Petrobras, foi aprovado como presidente Jean Paul Prates e, com isso, o mercado especula que o governo esteja arrumando meios para mudar a Lei das Estatais, abrindo espaço para cargos políticos nos conselhos e diretorias das empresas estatais.

Dentro disso, começou a temporada de balanços referente ao 4º trimestre de 2022, o destaque da semana é para o Banco Santander, que divulgará na próxima quinta-feira (02/01) antes da abertura.

De acordo com o Prévias Broadcast, a instituição deve informar lucro em torno de R$2,647 bilhões no trimestre, levando em conta a média das estimativas de sete casas (BTG Pactual, Credit Suisse, Bradesco BBI, Citi, Goldman Sachs, Safra e UBS BB). O resultado representaria uma queda de 31,8% na comparação com o mesmo período de 2021.

Fluxo estrangeiro

O fluxo do investidor estrangeiro, segundo o dado divulgado pela B3 até o dia 26/01, é positivo no ano em R$ 9,92 bilhões, sendo o último pregão divulgado em 26/01 de entrada de R$ 1,05 bi.

Commodities e Câmbio

As commodities tiveram leve alta na semana, sem referência para o minério de ferro, com feriado na China.

No câmbio, o dólar recuou com fluxo de estrangeiros e também acompanhando o enfraquecimento da moeda frente a cesta de moedas no mundo. 

Juros

Os juros ficaram em estabilidade ao longo de toda a curva, sendo que o mercado está em compasso de espera do Copom e reunião de Lula com governadores.

Leia também: Ações Americanas (AMER3): qual futuro após a dívida bilionária?

Renda Fixa

As taxas das rendas fixas IPCA+ tiveram ligeiras altas, com perspectivas de inflação sendo revisadas para cima. 

Perspectivas para a semana

A semana terá como principais indicadores macro as decisões de juros no Brasil, EUA (super quarta) e também na zona do Euro na quinta. 

No Brasil, a temporada de resultados começa com o Santander (02/02), com o mercado atento às possíveis previsões de exposição de Americanas e relatório de produção da Vale. Outro foco será a reunião do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da Ministra do Planejamento, Simone Tebet, com a Febraban, além de acompanhar as eleições para presidência do Senado e Câmara.

Nos Estados Unidos, teremos Payroll e grandes empresas divulgando o resultado do 4T22 por lá. 

Por fim, na Ásia, a China volta do feriado prolongado influenciando o movimento das commodities. Investidores também irão acompanhar os desdobramentos da denúncia de inconsistência contábil de um fundo de investimentos sobre o enorme conglomerado Adani.

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