Presidente do FED admite chance de recessão, enquanto China promete crescer 5,5%
Confira o boletim semanal da última semana de junho
Na última semana, houve certo alívio para os investidores da Nasdaq e do S&P500, após uma sequência de quedas das bolsas americanas. Ao que tudo indica isso se deu porque, segundo analistas, caso haja uma recessão, esta pode demorar para chegar.
Sendo assim, de certa forma, a necessidade do FED fazer altas de juros mais agressivas pode ser prorrogada. Parte desta crença se deu pela divulgação do PMI (Índice de gerentes de compras) composto, que cedeu para 51,2 em junho. Já o PMI industrial caiu para o menor patamar em quase dois anos atingindo 52,4.
O PMI é o índice que mede a atividade econômica do país, quando ele está abaixo de 50 é considerado que o país está com queda da sua produção, acima dos 50 significa expansão econômica.
Para o congresso norte-americano, o presidente do Federal Reserve (FED), Jerome Powell, disse acreditar que os Estados Unidos enfrentarão uma recessão em algum momento, mas que não deve acontecer no curto prazo, pois o país ainda apresenta sólidos indicadores de atividade. Nesse cenário, os PMIs confirmam o comentário de Powell.
Toda a preocupação em cima da possibilidade dos Estados Unidos entrarem em recessão ou não está diretamente ligada aos investimentos, sejam eles feitos apenas no Brasil ou no exterior.
Isto ocorre pois os Estados Unidos e a China são os maiores exportadores e importadores do mundo. Um desaquecimento destas economias causaria um arrefecimento na economia global, diminuindo a renda e o consumo, o que é letal para as empresas da bolsa.
Diante deste quadro, os analistas recomendam proteção e cautela, afinal, não há previsibilidade sequer sobre os próximos passos do FED.
Embora o Banco Central Americano indicasse que haveria um Soft Landing – ou seja, o aperto monetário geraria um pouso suave na economia -, essa já não é mais a situação esperada.
Nas últimas semanas, o mercado já vem apostando mais em um cenário de recessão e, com isso, tem apostado em ativos de menor risco como o dólar e a renda fixa.
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A XP acredita que o recuo do mercado americano deve chegar no último trimestre deste ano e se estender até meados de 2024.
Por outro lado, na China, o presidente Xi Jinping reafirmou a meta do país de crescer sua economia em 5,5% em 2022. Devido às políticas de “zero covid” adotadas pelo país, as quais exigiram lockdowns severos, a economia chinesa passa por forte desaceleração.
Diante disso, não haverá fórmula mágica para atingir a meta e o governo deverá fazer fortes estímulos monetários, o que agrada o mercado.
Cenário local
Na semana passada, foi divulgada a ata do COPOM na qual o Banco Central (Bacen) reforçou seu compromisso no combate à inflação. No documento, foi enfatizado o cenário macroeconômico mundial, o qual gera pressões inflacionárias em vários itens da economia.
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Em um comunicado, de certa forma contra intuitivo, o Bacen sinalizou que as medidas tomadas pelo legislativo, que visam a redução de tributos sobre os combustíveis, assim como outros bens e serviços, poderiam aumentar a expectativa da inflação em 2023.
Também foi divulgado o IPCA-15 que registrou alta de 0,69% em junho, levemente acima da expectativa do mercado, que era de 0,62%. O dado veio com um forte sinal de alerta porque reflete a persistência da inflação em ceder diante dos recentes aumentos da taxa Selic.
Isso contribuiu para que a curva de juro real, a qual mostra as taxas dos títulos do Tesouro indexados à inflação (NTN-B), apresentasse abertura em quase toda extensão, com exceção do título com vencimento em 2022. A ponta longa da curva segue pressionando próxima de um “teto” de IPCA + 6%.
O temor da recessão americana fez com que os preços das commodities caíssem no mundo. Devido à forte exposição do Ibovespa a este segmento do mercado, a bolsa encerrou a semana com queda de -1,15%.
Confira como o mercado encerrou a semana
Destaques do Ibovespa
Veja as empresas que mais valorizaram e as que mais se desvalorizaram na semana
O destaque positivo da semana é para a ação da WEG (WEGE3). Segundo a XP, a alta se deu devido às fortes quedas da ação nos últimos dias e, ainda de acordo com a corretora, esta correção deixou a empresa em níveis muito atrativos e por isso recomenda a compra das ações à seus clientes.
Clique aqui para ver o relatório dos analistas sobre a WEG.
A ação que apresentou um desempenho negativo foi a da empresa agrícola SLC (SLCE3). Os analistas da XP atribuíram a queda das ações ao arrefecimento do preço das commodities e a perspectiva de menores margens para o setor.
Câmbio e juros
O dólar encerrou a semana com alta de 1,72% em relação ao real, cotado em R$5,24/USD.
Já a curva dos juros futuros DI com vencimento em janeiro de 2031, apresentou queda de -5bps na semana e atingiu o patamar de 12,64%.
Confira os assuntos que podem impactar seus investimentos essa semana
Para esta semana, é aguardada a divulgação do deflator PCE, esta é a medida preferida pelo FED para acompanhar a inflação americana. Além disso, serão anunciados os dados sobre a inflação da Zona do Euro e de emprego nos Estados Unidos.
No Brasil, ocorrerá a publicação de dados de mercado de trabalho de maio (Pnad e Caged).
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