Por Diogo Santos 02 de maio 2022
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Confira o boletim semanal da primeira semana de maio

A semana passada foi novamente marcada pelo pessimismo e cautela nos mercados globais e na bolsa brasileira. Nos Estados Unidos, o S&P fechou em queda de -5,96%, já na Europa o Stox 600 encerrou com queda de -2,42% e, por aqui, o Ibovespa também encerrou a semana no campo negativo com queda de -2,88%.

Três fatores principais que contribuíram para a performance negativa dos mercados são: a inflação americana, a queda do PIB americano do 1º Tri (o número veio bem abaixo das expectativas do mercado, com queda de -1,4% ante expectativa de alta de 1%) e, por último, a temporada de balanços das empresas americanas.

 O mercado voltará seu foco nesta semana ao evento chamado de super quarta, data em que ocorrem reuniões do FOMC e do COPOM, comitês de política monetária dos Estados Unidos e do Brasil. 

Do ponto de vista da reunião do FOMC, o mercado já precifica um aumento da taxa básica de juros americana na ordem de 0,5 ponto percentual, elevando os juros para a faixa entre 0,75% a.a. e 1% a.a. 

Persistem, então, as expectativas maiores sobre as pistas que o FED (Banco Central Americano) dará sobre a dinâmica da taxa de juros para os próximos meses e, principalmente, sobre como o banco fará a redução do seu balanço patrimonial.

As Big Techs, como são conhecidas as gigantes da tecnologia, Apple, Amazon, Meta (Facebook), Alphabet (Google) e Microsoft, que somadas valem pouco mais de 50% do valor de mercado do S&P 500, divulgaram seus resultados na semana passada.

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Apple

A Apple superou as expectativas para a receita que foi de US$97,3 bilhões ante US$94 bilhões esperados e, para o LPA (Lucro Por Ação), US$1,52 ante US$1,42 esperado pelo consenso de mercado. 

Embora os números tenham sido positivos, a ação terminou o dia em queda após o CFO da companhia alertar para os desafios dos próximos trimestres como problemas na cadeia de produção e oferta de componentes. 

Amazon

A Amazon apresentou uma receita em linha com a esperada pelo mercado de US$116,4 bilhões, mas exibiu dificuldades com a empresa de veículos elétricos RIVIAN, a qual perdeu mais de 50% de seu valor de mercado, e trouxe um prejuízo líquido da ordem de US$3,8 bilhões para a varejista.

Meta (Facebook)

A empresa apresentou receitas em linha com o esperado pelo mercado de US$27,9 bilhões ante US$28,1 bilhões esperados. 

Alphabet (Google)

A empresa reportou uma receita em linha com a esperada pelo mercado de US$56 bilhões, porém o lucro por ação foi de US$24,62 versus US$25,91, uma queda de 5%, em relação a expectativa dos analistas.

Microsoft

O seguimento de nuvem pública para aplicativos, Azure, juntamente com outros serviços de nuvem como SQL Server e Windows Server surpreenderam o mercado ao gerar US$19,05 bilhões de receita ante a expectativa do mercado de US$18,90 bilhões. O total de receitas divulgado pela companhia foi de US$49,4 bilhões. 

Cenário interno

No Brasil, a atenção do investidor está voltada para a reunião do COPOM, que acontecerá nos próximos dias 03 e 04/05, em que deve ser definido os rumos da taxa Selic. 

Existe certo consenso entre os especialistas de que o Banco Central deva fazer mais uma alta de 1%, 100pp, na taxa básica da economia. Porém, o mercado aguarda sinais para saber se está chegando perto do fim do aperto monetário ou se ocorrerá uma diminuição da magnitude dos aumentos da Selic. 

Leia também: FMI e Banco Mundial reduzem estimativas para o PIB Global; Novos balanços nas bolsas dos EUA e na B3 superam as expectativas

De acordo com o Boletim FOCUS desta semana, o mercado projeta o IPCA em 7,89% ao final de 2022 e, segundo analistas, será necessário continuar elevando a Selic para amenizar a escalada da inflação.

Confira como o mercado encerrou a semana

Fonte: Investing.com.br

Destaques do Ibovespa

Veja as empresas que mais valorizaram e as que mais se desvalorizaram na semana

Fonte: B3

O grande destaque positivo da semana foi para as ações da petrolífera Petro Rio, a XP atribuiu a alta expressiva das ações ao aumento do preço do petróleo em reais e ao fato da companhia ter adquirido 90% da participação da Petrobras no campo de Albacora Leste.

Para o destaque negativo, a Hapvida teve queda de 13,4% nas ações, a XP atribuiu esse resultado ao temor do mercado devido ao novo aumento do piso salarial dos enfermeiros e qual impacto essa elevação traria para os custos da empresa.

Câmbio e juros

O dólar apresentou mais uma semana de alta consecutiva e encerrou a semana com alta de 3,1% em relação ao real, cotado em R$4,98/USD. 

Já a curva dos juros futuros DI com vencimento em janeiro de 2031, apresentou queda de -10bps na semana e atingiu o patamar de 12,09%. 

Boletim FOCUS

O Relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, resume as expectativas para o PIB, IPCA, Câmbio, Selic, feita pelos agentes de mercado, como bancos, corretoras, gestoras, entre outros.  

O relatório desta semana demonstra que o mercado financeiro está um pouco mais pessimista em relação à inflação. Há 4 semanas esperava-se que ela fosse de 6,97%, hoje, no entanto, a expectativa é que tenha alta de 7,89% em relação à 2021. 

Por outro lado, os analistas seguem ligeiramente mais otimistas quanto ao PIB, confira as projeções do FOCUS.

Confira outros assuntos que podem impactar seus investimentos nesta semana

Os investidores internacionais continuam acompanhando o resultado das empresas americanas, mas o principal evento econômico da semana é a reunião do FED que acontecerá no dia 04/05. O consenso do mercado é que o Banco Central americano eleve a taxa de juros em 0,5pp, elevando a taxa de juros para o intervalo entre 0,75% e 1%a.a.

No Brasil, o mercado aguarda a decisão do COPOM, que também acontecerá no dia 04/05, a expectativa é de alta de 1pp, elevando a taxa Selic para 12,75%a.a.

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