Ibovespa em alta, S&P500 em queda. No que ficar de olho?
Índice da B3 opera em alta desde o começo do ano com investimentos estrangeiros ultrapassando R$24 bilhões
Caso você esteja acompanhando o mercado financeiro de perto deve estar se perguntando, por qual motivo o Ibovespa está subindo enquanto o S&P500 segue caindo em 2022? Neste texto vamos demonstrar o porquê do investidor estrangeiro começar a olhar para o Brasil como uma boa oportunidade frente ao mercado americano.
Historicamente estes dois índices costumam andar na mesma direção, porém, com maior desempenho por parte do S&P. Abaixo, no gráfico isso fica evidente, pois é possível identificar a correlação entre eles, no comparativo dos últimos cinco anos, e ver que apesar da correlação o S&P se valorizou 87,55% contra 72,82% do Ibovespa.
Fonte: Google Finance – 28/01/2022
Um fator que ficará fora da nossa comparação é o efeito que a taxa de câmbio exerce sobre o comportamento dos índices.
Para entender como isso pode impactar a bolsa, imagine a seguinte situação: o Ibovespa apresentou uma forte alta em determinado período e, ao mesmo tempo, o real se desvalorizou em magnitude maior, apesar da alta do índice isso pode significar que a bolsa ficou ainda mais barata do ponto de vista do investidor estrangeiro.
Seguindo com o objetivo de entender porquê essa tendência começou a mudar, em que o Ibovespa se sobressai frente ao S&P500, é preciso compreender o cenário macroeconômico americano e o brasileiro.
Atualmente, o Brasil e Estados Unidos possuem alguns desafios em comum no que diz respeito à economia, sendo o principal que ambos estão sofrendo com uma forte inflação, e precisam subir suas taxas de juros para conter o avanço dos preços.
Essa inflação que foi acentuada devido aos desdobramentos do covid-19 e que não acomete apenas Brasil e Estados Unidos, é um fenômeno global, que está afligindo as economias europeias e chinesa, e isso torna o combate ainda mais difícil.
Leia também: Como a inflação afeta os meus investimentos?
Como a inflação e o aumento da taxa de juros impacta a bolsa?
A inflação faz com que os bancos centrais elevem os juros básicos da economia com o objetivo de frear o consumo e incentivar a poupança. O grande problema é que esse aumento dos juros faz o crédito encarecer para as empresas.
O fluxo, geralmente, é o seguinte: as empresas acessam o mercado financeiro, via crédito bancário, emissão de dívidas entre outras modalidades com o objetivo de expandir seus negócios, pagar suas dívidas, e isso faz a roda da economia girar.
À medida que o crédito fica mais caro muitas dessas companhias não conseguem pagar suas dívidas, e para outras não é interessante investir, pois os juros pagos serão maiores do que o lucro que vai obter como retorno.
Dentre todas as empresas, as mais impactadas por esse movimento são as de tecnologia, porque normalmente ficam um longo período sem apresentar lucro e requerem muito investimento para se financiar.
Temos um exemplo clássico no Brasil que é o Nubank, durante anos a fintech não reportou nenhum lucro e precisou fazer inúmeras rodadas para levantar recursos no mercado financeiro.
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Comparado ao Ibovespa, o S&P500 possui muito mais exposição a empresas com essas características, são as chamadas empresas de growth, ou seja, de crescimento, em que o acionista aposta no valor que a empresa possa alcançar, e não no que ela produz de lucros hoje.
Somamos a isso, o fato de que o S&P ter se valorizado muito mais do que o Ibovespa nos últimos doze meses, 13,41% contra -5,61%, os analistas começam a se perguntar em qual dos dois mercados existe um potencial maior de obter bons lucros.
Confira o gráfico dos últimos 12 meses do Ibov e S&P500
Já neste gráfico abaixo, temos o desempenho dos índices Ibovespa e S&P500, do começo de 2022 até hoje, e fica evidente essa tese, mas qual é o propulsor da alta do Ibov?
Em janeiro, até o dia 26/01, a entrada líquida de investimento estrangeiro na B3 foi de R$24,8 bilhões, valor que é quase o dobro do que o mês de dezembro inteiro, R$14,54 bilhões. Segundo analistas, o Brasil reúne uma série de atrativos, mas o principal é que ao analisar a bolsa brasileira por múltiplos ela se apresenta barata em relação aos seus preços históricos.
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